Razões pelas quais você não deve planejar o seu futuro com base em cristais

Capítulo 18 Amigos não deixam amigos sem backup

Wallace Gorlois Holland viveu sua vida de acordo com vários fatos. Em primeiro lugar, que ele amava a filha acima de tudo. Em segundo lugar, que ele amava a sua esposa. Terceiro, ele teve sorte de ter um melhor amigo como Uther. Quarto, que ele sempre tentou ser um homem honrado. Quinto, que a vida o levaria se quisesse.

Ele estava ciente de que estes não eram fatos únicos ou mesmo particularmente perspicazes. Ele estava ciente de que não era a pessoa mais brilhante na sala na maioria das ocasiões. Mas estes factos tinham-lhe servido bem durante toda a sua vida até agora e ele estava satisfeito com eles e com a sua vida como um todo. Simples e honesto, como a mãe gostava de dizer, era uma bela maneira de viver.

Era também a maneira como ele lidava com os negócios, para grande desgosto de Uther.

"Gorlois", dizia Uther, a única pessoa no planeta que não o chamava de Wally, "você tem que ser implacável nos negócios. Coloque o medo adequado em sua competição e dê aos seus apoiadores alguma razão para acreditarem em você.

Wallace apenas balançou a cabeça com a lembrança. Simplesmente não era o jeito dele. Mesmo que Viv gostasse de seguir a linha de Uther com mais frequência. Querendo que ele fosse mais dominante, o que quer que ela pensasse que isso significava. Mas ele ficou feliz em manter seus fatos. Os fatos um e dois significavam que ele sempre fazia o possível para estar em casa para jantar, nos fins de semana e em toda e qualquer ocasião especial. O terceiro fato significava controlar Uther e discutir com ele tanto quanto significava apoiá-lo, certificando-se de que seu companheiro e parceiro de negócios reservasse tempo para sua própria família e fizesse o melhor por seus trabalhadores.

E os fatos quatro e cinco o levaram até aqui. Uma viagem de negócios à América no lugar de Uther, uma semana depois do décimo aniversário de Morgana, tentando fechar um acordo que não estava totalmente preparado para debater, esperando um advogado da empresa que ele não tinha certeza se Uther se lembrara de enviar.

Enfrentando um atirador no 18º andar do prédio da empresa, em um corredor do lado de fora da sala de conferências, com as mãos para cima, desejando que o homem se concentrasse nele e não nos demais funcionários em fuga. Esperando que Morgana soubesse que ela era sua número um, caso ele nunca fosse capaz de contar a ela.

"Se você pudesse me dizer do que se trata, posso fazer o meu melhor para ajudar, tenho certeza."

"Que porra algum britânico vai fazer sobre minha casa ter desaparecido, minha família ter desaparecido, meu filho estar no hospital? O que!"

Wallace não tem certeza do que alguém deveria fazer a respeito de uma lista de infortúnios como essa, que se dane a nacionalidade.

"Seu filho está no hospital? Isso é horrível. Qual é o nome deles?

"O que? Você, por que você quer saber? O atirador parece agitado, como se essa não fosse a conversa que ele esperava ter. Wallace pode se identificar.

"Minha pequena se chama Morgana. Eu ficaria arrasado se algo acontecesse com ela."

A arma do homem treme um pouco e ele passa de um pé para o outro. "Sim, bem, estou arrasado. E o idiota culpado está bem ali, então saia do meu caminho!

"Alguém aí machucou seu filho? Qual é o nome deles, vou acusá-los dentro de uma hora.

"O que? Não! Porra, apenas saia do caminho!

"Sinto muito, realmente sinto, mas você está assustando muita gente. Você já machucou pessoas. Se você continuar vagando pelo prédio com uma arma, poderá se machucar ainda mais. Isso não vai ajudar seu filho. Isso não vai te ajudar."

O homem parece vacilar. Ele obviamente não está acostumado com a arma, o peso dela começando a ser sentido em seu braço estendido. E se ele não está acostumado com a arma, provavelmente também não está acostumado com a violência e o medo que criou com ela. Se eles puderem conversar por mais alguns momentos, Wallace tem certeza de que conseguirá conversar com o homem. Ele só precisa de mais alguns momentos.

Então é claro que a vida não lhe dá isso.

Em vez disso, um rugido vem de muito perto dele e um homem que ele não tinha visto ataca o agressor por trás de uma divisória. É uma ideia totalmente estúpida e Wallace não fica nem um pouco surpreso quando um tiro é disparado e o homem desmaia sem sequer chegar ao alcance do atirador.

"Seu desgraçado! Você estava me distraindo!

"Não, eu-"

"Suficiente! Você o está escondendo, não é? Você está envolvido nisso! E todos vocês vão morrer.

Wallace observa o braço da arma se endireitar em sua direção, todo indício de letargia desaparecido do membro, e ele fecha os olhos para manter melhor a imagem de Morgana em sua mente.

Nesse ponto ele pensa que ouve, muito fracamente, vindo de algum lugar à sua esquerda; "Eu realmente pensei que você o tivesse. Boa tentativa, Gorlois. Então, mais alto, "Swefn", seguido por um baque, então, ainda mais fraco, "Morgana merece ter você por perto por mais tempo desta vez".

Abrindo os olhos, Gorlois fica chocado ao ver o atirador caído no chão, imóvel. Ele olha em volta, mas não há ninguém inesperado em lugar nenhum. Nada que explique por que o atirador está agora incapacitado.

Apressadamente, Wallace chuta a arma da mão do homem caído. Quando o homem não se levanta, Wallace se aproxima e recupera a arma, esvaziando-a rápida e habilmente e tornando-a segura. Em seguida, ele verifica o homem ferido que tão tolamente atacou o atirador momentos atrás.

O tiro, que Wallace tinha certeza de ter atingido o homem em cheio no torso, na verdade apenas acertou de raspão a parte superior da coxa do homem. Parece doloroso, mas não representa nenhuma ameaça à vida, embora o homem pareça estar em estado de choque. Gorlois tira o paletó e o coloca sobre o homem.

Finalmente, ele se aproxima do atirador e o vira para verificar seu pulso e ver o que o derrubou. Wallace descobre que os sinais vitais do homem estão bem e não consegue encontrar explicação para o colapso repentino do homem. É como se ele tivesse acabado de... dormir. Momentos depois, as autoridades chegam, invadindo o corredor com, como os americanos pareciam preferir, armas em punho e todos gritando mais alto.

Mais tarde, na delegacia, Wallace descobre que ninguém ficou gravemente ferido. Até mesmo os seguranças na entrada do prédio sofreram apenas ferimentos superficiais; um sofreu uma concussão causada pelo arranhão na têmpora, o outro sofreu arritmia cardíaca depois de ter certeza de que a bala havia passado pelo peito e não pelo braço. Ambos terão uma recuperação completa.

Assim que ele tem permissão para fazer isso, Wallace voa para casa e abraça Morgana com tanta força que ela diz que talvez seja um pouco demais. Ele, Morgana e Vivienne passam o dia seguinte no zoológico e o dia seguinte à beira-mar.

E no dia seguinte, Wallace descobre tudo o que pode sobre o homem que quase atirou nele e por que ele esteve no escritório deles em Chicago.

Então, a partir daquela semana, ele discute, atormenta e convence seu melhor amigo e parceiro de negócios a ser menos implacável o suficiente para que a empresa da qual ele faz parte nunca mais seja responsável pela vida de um homem que está tão completamente desmoronada. Isso leva a mais discussões, menos amizade e talvez a uma redução dos fatos dois e três em meio ao atrito, mas os fatos um, quatro e cinco apenas se fortalecem na mente de Wallace.

Ele ama sua filha acima de tudo, será um homem honrado do qual ela poderá se orgulhar, e a vida o levou a esse lugar e o poupou naquele dia para que ele tivesse a chance de corresponder a essa expectativa.