Razões pelas quais você não deve planejar o seu futuro com base em cristais

Capítulo 28 O Disir

"Senhoras, vocês ligaram?"

"Emrys."

Merlin espera que uma das velhas bruxas continue, mas elas não o fazem. Rainhas do drama. "Tudo bem, bem, se tudo que você queria era dizer meu nome, eu vou embora, certo?"

A velha feia número 3 zomba dele. "Você anda na linha tênue, Emrys."

"Não? Na verdade? Eu meio que pulo as filas e simplesmente passo de um lugar para outro, então..."

"Seu humor não é apreciado aqui, Emrys." Isso vem da velha feia número 1.

"Não é muito apreciado em lugar nenhum, para ser honesto. Infelizmente, sou totalmente subestimado pelo meu humor."

A velha feia número 2 abre a boca, mas Merlin está farto. O trio de bruxas em cada geração que recebeu o título de Disir o tem incomodado desde 1100 e este conjunto de três em particular tem sido o pior de todos, algumas de suas exigências da Deusa beirando o psicótico. Ele levanta a mão.

"Ou me diga agora, em um inglês simples e não enigmático, o que você quer, ou eu vou embora."

Acontece muito mais zombaria, mas eles seguem em frente.

"Há uma nova ameaça à Deusa e você deve lidar com ela." Feio 1

"Um descrente perseguindo nossas irmãs." Feio 2

"Ele deve enfrentar uma retribuição rápida." Feio 3

"A Deusa exige isso." Refrão feio. É a pior peça teatral que Merlin já viu e ele gostaria de ter seu dinheiro de volta agora, obrigado.

Ele não consegue mais revirar os olhos ou ficará tonto, então coloca a mão sobre eles. Ele suspira, se recompõe e depois retira a mão.

"Ele tem um nome? Uma localização? Há alguma testemunha com quem eu possa conversar? E por que você não jogou uma Marca Rúnica na direção dele e fez de você um problema dele e não meu?

"Você questiona nossos hábitos, garoto?"

"Sim! Obviamente! Há gerações. Suas gerações, não as minhas, mas ainda assim. Então, sim, muito questionamento.

"Marcas Rúnicas são reservadas para julgamentos. Este já foi julgado e sentenciado."

"Condenado? Sim, não, acho que não. Vou dar uma olhada nele e ter certeza de que não há nenhuma perseguição real, mas não sou um rottweiler treinado, não mordo sob comando."

Ele se vira para sair da caverna, mas Feio-Ele-Não-Importa-Qual-Um o chama de volta.

"Emrys, cuidado. Você é favorecido pela Deusa, mas impeça a vontade dela muitas vezes e você pode ser aquele que receberá o julgamento."

"Sim, tanto faz", ele murmura, preparado para ir de lá para casa.

"Você ou o menino."

Merlin para de repente, voltando-se lentamente. "O que você disse?"

Sorrisos estúpidos e feios, como se ela tivesse ganhado algum ponto. "Ele já foi julgado e considerado deficiente por nossos homônimos uma vez. Ele poderia ser assim de novo. A pausa é perceptível. "Se a Deusa quiser."

"Você vai deixá-lo em paz ou então me ajude..."

"Você não pode prejudicar os emissários da Deusa, tome cuidado com quem você tenta ameaçar. Somos necessários no mundo para falar a Sua palavra e fazer a Sua vontade. E se ela quiser, o b-"

"Você vai deixá-lo em paz!" O rugido draconiano sacode a caverna, algumas pedras se soltam e uma rachadura aparece em uma das paredes. Merlin se esforça para se acalmar o suficiente para falar normalmente antes de continuar, mas é um controle tênue sobre seu temperamento, na melhor das hipóteses. "Você não vai chegar perto dele. Você não irá interferir com ele. Você não enviará ninguém em seu lugar. Não vou permitir que você mexa com ele agora que ele finalmente voltou. Nem ele nem ninguém que tenha nada a ver com ele. Ele respira mais algumas vezes, mais profundamente, mas seus punhos ainda estão cerrados ao lado do corpo enquanto ele continua.

"Seus homônimos tiveram a chance de me ajudar, séculos atrás. Eles poderiam facilmente ter convencido Arthur a acabar com a proibição da magia. Eles poderiam até ter conversado comigo sobre o plano deles, eu teria ajudado. Em vez disso, eles condenaram todos nós. Eles me forçaram a viver sozinha por toda a vida, e o dano contínuo às suas irmãs não foi culpa de ninguém, mas sim delas. Eu nunca esqueci isso. Melhor você também não."

Ele os observa em busca de sinais de mais zombaria, mas eles parecem ter acabado com isso. Este último lote de 'porta-vozes da Deusa' não são os mesmos seres robustos de antigamente. Eles estão brincando de fantasia e faz de conta, ainda vagando por aí com os rostos cobertos, reunindo-se em cavernas, dando ordens das quais nunca realmente veem as ramificações. Eles certamente nunca enfrentaram um Dragonlord furioso antes.

Merlin bufa e se vira, mas um dos idiotas atrás dele simplesmente não sabe quando desistir.

"Como quiser, Emrys. A menos que a Deusa queira que seja diferente.

Ele não se incomoda em voltar desta vez. "Você está esquecendo alguma coisa, Feio Número Dois. Você não é o único que pode ouvir a Deusa. Por favor, nunca se considerem redundantes." E então ele volta para casa, vai direto para o pátio de treino e explode um monte de coisas.

Isso não começa a acalmá-lo até a sétima vez que ele conjura coisas novas para destruir. A maioria das coisas lembra velhas com capas cinzentas segurando cajados.

Quando ele se sente calmo o suficiente para sentar, percebe que tem uma audiência. Aithusa grita interrogativamente para ele antes de farejar algumas das coisas que Merlin destruiu. Kilgharrah apenas olha para ele com conhecimento de causa. Merlin imagina que entre sua história com os Disir e a forma das coisas que ele estava dizimando, Kilgharrah tem todos os motivos para parecer sabendo.

"Você faz isso muito bem, você sabe", Merlin diz a ele enquanto se aproxima para dar um abraço muito necessário em Aithusa. O pequeno dragão ronrona e então vagueia pela zona de destruição, farejando as diferentes magias que Merlin usou para tentar amenizar um pouco de sua raiva. Kilgharrah apenas levanta uma sobrancelha para ele. Sobrancelha? Merlin nunca descobriu como isso funciona nos dragões.

"O olhar 'conhecedor'. A coisa do 'Eu sei exatamente do que se trata'.... Isso você faz.

"Experiência e prática. Não é minha culpa que eu tenha muito conhecimento e, em geral, esteja certo."

"Ugh, escolha os números da loteria de sucesso então."

Kilgharrah bufa para ele. Nele . "O que eles queriam?"

"Para eu ir matar alguém. 'Ele foi julgado'", entoa Merlin com sua melhor voz estúpida e feia de velha.

"Hmmm." Kilgharrah olha para ele. "E você vai?"

Suspirando pesadamente, Merlin se senta ao lado de seu velho amigo. "Eu vou ter certeza de que ele não está machucando ninguém. Honestamente? Duvido que ele esteja. O primeiro lote de Disir que conheci, há muito tempo, era cruel e deliberadamente cego. Houve alguns conjuntos assim ao longo dos anos, mas na maior parte, especialmente nos últimos dois séculos, eles têm realmente feito o seu trabalho. A maioria das bruxas e feiticeiras que assumem o manto têm em mente os melhores interesses da comunidade mágica. Porém, esses três atuais... são piores que os primeiros. Eles pretendem cumprir a vontade da Deusa, mas a maior parte do que fazem entra em conflito com... — Ele para, procurando as palavras certas.

"O que você acha da vontade dela?" Kilgharrah adivinha. Merlin acena com a cabeça e eles ficam sentados em silêncio por um tempo, observando enquanto Aithusa brinca nos escombros que o temperamento de Merlin criou.

"Eles já existem há algum tempo", continua Kilgharrah, "este conjunto em particular. Não me lembro de você ter falado sobre seu primeiro encontro com eles em algum lugar próximo ao início do século passado? Essa é uma grande expectativa de vida, mesmo para aqueles escolhidos para Disir e abençoados por sua conexão com a Deusa."

Merlin pisca, percebendo que Kilgharrah está certo. Essas velhinhas feias em particular são muito, muito velhas. E embora a ligação deles com a Deusa ajude a sustentá-los, isso só serve para prolongá-la por mais quinze ou vinte anos, na melhor das hipóteses.

Pelo que ele pode imaginar, essas senhoras já têm oitenta anos há cerca de cinquenta anos.

"Talvez eu precise aprender a ouvir melhor o que sinto por Ela. Se permanecerem por mais tempo do que deveriam, podem não estar treinando seus sucessores como deveriam. E se eles vierem atrás de Arthur como sugeriram que fariam, pode haver uma vaga no nível gerencial mais cedo ou mais tarde."