Orphic

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eu: *coloco alguma frase em itálico*

vcs: VAI TOMAR NO CUUUUUUUUUUU

kkkkkkkkkkkkkkkkk amo vcs e por isso trouxe mais um capítulozinho dessa humilde fanfic. Espero que gostem, boa leitura!




Orphic: misterioso e encantador; além da compreensão comum.

Nas semanas seguintes, entre as salas de aulas e o barulho constante das conversas no dormitório, principalmente nos corredores do nosso bloco, eu finalmente senti que estava pegando o ritmo de toda a coisa de estar na faculdade. Claro que não era exatamente fácil lidar com a dinâmica das aulas, ainda mais depois de descobrir as três categorias de professores do curso: os bonzinhos, os carrascos ㅡ esses atravessaram os nove círculos do inferno ㅡ e por fim, os indiferentes.

Os bonzinhos além de facilitarem nossa vida, eram desesperados por estudantes que pudessem colaborar com as pesquisas feitas no campus. Já os carrascos nunca respondiam uma dúvida sem uma sessão de humilhação antes, além de exigirem trabalhos em prazos curtíssimos. O que meio que atrapalhou um pouco meu plano de farrear (deixei de ir a duas festas). Os indiferentes não cobravam nem presença nas aulas, esse são os mais divos.

Apesar de toda movimentação repentina na minha vida, não fiz nenhuma amizade nova. As panelinhas da turma num canto e Minnie e eu noutro, a dupla inseparável, segundo Rosé. Ontem, por exemplo, Min chegou no dormitório com Coca Cola e frango frito agridoce com a desculpa de precisarmos de energia para um trabalho cujo prazo era o dia seguinte. Assim ficava difícil não desgrudar dela.

De um jeito meio torto, acho que as coisas estavam se encaixando.

Exceto por uma coisa.

Acabei dando atenção demais a um fato que talvez não merecesse tanto. Só que era mais forte do que eu. A decepção de não ter encontrado Jennie com mais frequência durante todo esse período me incomodava. Não era como se eu quisesse esbarrar nela toda vez que pisasse em nosso prédio. Jamais. Não sou obcecada, juro. Mas uma vez ou outra poderia acontecer, certo?

Errado! Talvez o narrador da minha vida diz enquanto ri diabolicamente.

Toda segunda-feira, tínhamos a chatíssima aula de Conto Coreano. Jennie, no entanto, chegava atrasada ou faltava quase sempre, o que não é algo surpreendente já que estamos falando de uma finalista e não uma caloura como eu. Faltar aulas no último ano é estratégia de sobrevivência.

E por aparecer tão pouco, me deixava mais inquieta. Como se a beleza dela ou a sua áurea atrativa tivessem enfeitiçado todos os meus sentidos. Minnie gosta de dizer isso, que Jennie me enfeitiçou completamente. Como se ela tivesse entrado dentro da minha casa e decidido levar todos os móveis com uma permissão que não lembro de ter cedido, mas estava lá.

Por isso, eu fazia questão de chegar o mais cedo possível ao refeitório. Algumas vezes a vi, com o cabelo preso, solto, óculos escuros, shorts pequenos ou calças largas, sem deixar de exibir a linda barriga com alguma camiseta curta. A expressão tranquila e descontraída pareciam quase fazê-la levitar. Não vou saber explicar nunca como Jennie parecia uma miragem no meio dos alunos. E quando eu decidia parar de encarar tanto para conservar minha própria saúde, ela desaparecia novamente entre a multidão. Sua presença sendo tão breve quanto marcante.

Já tinha notado que Jennie estava sempre com um grupinho de amigos, os quais eu não tinha interesse algum. E Apesar do meu desejo de encontrá-la, percebi que nossos horários estavam sempre em descompasso. Nesses raros momentos, sempre no café da manhã, de relance, a encarava rapidamente antes que ela se perdesse entre as mesas. Triste vida.

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