Finifugal

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Oi, meus amoresssss como prometido nem demorei tanto assim, vejam bem! Esse cap vem com mais interações entre nossas divas e consequentemente com mais pistas... Dessa vez a Lisa botou pra cima e orgulhou a nação, ou talvez nem tanto assim kkkkkkkk boa leitura e espero que gostem!



Finifugal: odiar finais; alguém que prolonga a despedida o máximo possível.



— Porra, que vento é esse?! — praticamente berro, olhando Rosé segurar seu guarda-chuva com força acima da cabeça. Sim, isso é bem o que parece: estamos enfrentando um vendaval horrível ao sair da biblioteca do campus. — Mano, sério, que vento é esse?

Aquela terça-feira havia amanhecido nublada e cinzenta, o que nos deixou em alerta o suficiente para colocarmos guarda-chuvas pequenos em nossas bolsas antes de sair naquela tarde, porém não acho que eles sejam de grande ajuda agora. O meu por exemplo já se transformou em um ser vivo que prefere seguir o fluxo do vento do que resistir e abrigar minha bela cabeça contra as gotas grossas.

O vento uivava e a chuva caía com uma intensidade quase frenética, transformando o caminho à nossa frente em um borrão cinza. A água descia diagonalmente, encharcando nossas pernas e penetrando em nossos tênis.

— Vamos voltar! — Rosé gritou sobre o barulho do vento, seus cabelos voando como se estivessem tentando escapar de sua cabeça.

— A gente já andou tudo isso! — grito de volta, tentando manter meu guarda-chuva virado contra o vento, meus dentes já tremiam um pouco. — Vamos ficar naquele prédio ali! — Apontei para um edifício à nossa direita, que parecia oferecer pelo menos um pouco de proteção contra a fúria daquela tempestade tenebrosa. Ninguém merece as chuvas de fim de estação.

Corremos na direção do prédio, nossos sapatos espirrando água enquanto pisávamos nas poças que se formavam no chão. Tive que rezar bastante para não escorregar e me humilhar ainda mais caindo de bunda naquele aguaceiro.

Finalmente alcançamos a entrada e nos abrigamos sob a marquise. O campus estava parcialmente vazio com a chuva, alguns alunos passavam correndo tentando fugir dos trovões ribombando no céu.

— Não, cara, o mundo simplesmente desabando na gente. — Rosé estica os braços e tenta ajeitar o casaco no corpo. As mangas estão molhadas e torcidas. O seu cabelo loiro grudando pelo rosto deixava seus olhos maiores.

— Nossa, que humilhação. — Dou meu guarda-chuva minúsculo para ela segurar e começo a prender meu cabelo longo em um coque alto. — Não deveríamos nem ter saído hoje.

O pior é que eu era a culpada de estarmos ali. Querendo dar uma de boa aluna, resolvi que ia ler alguns livros de Fundamentos da História que a professora Kim mencionou na última aula. Rosé disse que podia me ajudar a procurar na biblioteca, mas acabou que o livro que preciso não tem mais exemplares lá. Depois de darmos essa viagem à toa, a tapada da Rosé lembrou que tem o livro com ela em seu quarto. Agora estávamos tentando chegar na Torre dos Finalistas enquanto esse dilúvio domina todos os cantos.

Tá vendo? É nisso que dá querer estudar. Se eu não ficar gripada depois dessa, vou pagar uma promessa.

— Quando passar mais um pouco, a gente vai. — Rosé determina, me devolvendo meu guarda-chuva para então encarar o céu que ainda derramava água sem parar. Porra.

— Vai demorar um milênio, estamos muito longe do dormitório! — digo com vontade de chorar. Qual é, a universidade é tão grande que havia até um hospital. A gente precisava pegar ônibus para chegar em alguns setores.

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