After All - loud thurzin

capítulo 1

Meu sono estava ótimo até alguns minutos atrás. antes da minha mãe girar a maçaneta da porta com toda força, meus olhos se arregalaram quando os mesmos se encontraram com os dela por uma fração de segundos, voltei a fechá-los por conta da claridade.

— Valentina eu já te pedi mil vezes pra você levantar dessa cama..— Minha mãe começa seu discurso usado todas as manhãs - tem como colocar uma roupa e descer para tomar seu café? seu irmão está prestes a chegar e você não está nada apresentável.

— Já estou levantando, tá legal? — digo em um sussurro, passando as mãos com delicadeza sobre meus cabelos. Me ajoelho na cama racionando ainda sobre oque estava prestes a acontecer na minha vida. Finalmente veria meu irmão, aquele que foi embora para tentar algo a mais na cidade grande, que agora está trabalhando com algo que realmente gosta e lhe faz feliz.

Sozinha naquele quarto enorme coloco meus pés no chão, vou caminhando até o banheiro retirando meu pijama e o jogando no chão, entrando no chuveiro. Após lavar meu cabelo desligo o chuveiro me enrolo em uma toalha branca.

O caminho do banheiro para meu closet não era muito distante, isso me ajudava muito quando eu estava apressada. Ver meu irmão me deixava ansiosa, mas também com medo, se passaram tanto tempo, acho que nem o conheço mais, não como antes.

Pego um vestido rosinha, ele consiste até a base da minha perna, deixando um pouco mais soltinho. Após vesti-lo, penteio meu cabelo para trás, fazendo um penteado amarrotadinho colocando um lacinho preto caidinho na base, deixando metade do cabelo solto.

Desço as escadas, mostrando um sorriso no rosto para minha mãe que estava sentada na mesa do café. Minha casa não é muito grande, a gente conseguiu comprar ela assim que meu irmão foi contratado pela organização e conseguiu seu patrocínio com algumas marcas.

— Bom dia, mamãe — sussurro me sentando do outro lado da mesa.

— Bom dia, minha filha, isso é hora de acorda? — Mamãe disse me olhando com uma cara nada preocupada, parece leve.

— Desculpa, dormir um pouco tarde ontem, estudando — Digo, enquanto retiro uma fatia do bolo de chocolate, que estava com uma cara muito boa.

— Obedece a Fernanda, seja educada e não responda seu irmão — ela fala me olhando, com um olhar agradável, confirmo com a cabeça. Meu irmão resolveu vim me buscar, ele tinha prometido isso quando o papai morreu, mas sumiu, talvez estivesse correndo atrás do seu sonho.

Uma buzina é acionada do lado de fora e minha mãe quebra o olhar comigo. Ela se levanta indo a caminho da porta enquanto eu respiro fundo, puxando todo o ar restante.

— Vem querida — ela me chama, com a voz calma e serena. Procuro minha mochila que estava em cima do sofá, minha mãe havia trazido assim que foi me acordar mais cedo.

Assim que meus olhos se encontram com os dele, um sorriso escapa do mesmo. Ele está sendo apertado em um abraço bem aconchegante, os olhos castanhos continuam os mesmos, ele engordou um pouco, está mais forte e parece ótimo.

Ele se solta dos braços da nossa mãe e vem até mim, me abraçando com lágrimas nos olhos, enquanto relaxa a cabeça em meu ombro e respira fundo. Minhas mãos sobem com cuidado por sua costas retribuindo o abraço, ficando um pouco na ponta dos pés para abraça-lo com mais força.

— Porra pita, que saudade! Como você cresceu. — Ele sussurra não tirando os olhos de mim por um instante — me dá sua mochila que eu levo pro carro — O mesmo puxa a mochila com cuidado das minhas mãos.

Minha mãe está com um sorriso radiante nós lábios rosados, sem tirar os olhos de mim e do Gabriel. Seus passos acompanham o garoto até o carro enquanto olho pela última vez a minha casa, meu cantinho, cada pedacinho desse local que um dia me fez tão feliz. Mas estou disposta a mudar, preciso viver, preciso sair um pouco da minha própria bolha.

— Meu amor, minha Valentina — ela vem até mim com um olhar triste, mas feliz ao mesmo tempo — Mamãe vai sentir muita a sua falta, cada pedacinho dessa casa tem um pouco de você — ela segura minhas mãos com delicadeza — seu quarto vai está lhe esperando, porfavor se comporte minha filha. Seja essa menina maravilhosa que você é aqui comigo. Eu te amo, te amo pra sempre minha garotinha.

— Vou cuidar muito bem dela, senhora.—  gabriel falou, enquanto me esperava na porta.

— Eu te amo, mamãe. Se cuide e não fique muito tempo sozinha, porfavor! Vou sentir saudades. — as lágrimas rolam por meu rosto, enquanto dou meu último abraço apertado na minha mãe.

Assim que ela me soltou, caminho até a porta. Entro no carro do gabriel.
Terminamos de nos despedir da nossa mãe e o gabe deu partida no AUDI RS3.

O caminho estava um silêncio desconfortável, eu já tinha adormecido e acordado, paramos pra comer umas duas vezes.

— Estuda no mesmo colégio aínda? — Gabe me pergunta, ainda olhando para estrada.

— Sim! — respondo sem muita emoção, olhando para a janela, observando o tempo passar.

— Eu sei que está com raiva, pita.. — Ele começa a falar, mas eu o intertompo.

— Não, não quero que pague de irmão agora, onde você esteve? eu só queria te ver, saber como você estava, tentei te ligar, mandar mensagens, você não fazia questão de olhar! Agora vem com uma cara sonsa, se fazer de irmão, seu idiota. — As palavras voaram da minha boca sem controle nenhum, quatro anos, quatro anos sem saber se ele estava bem, só mandava dinheiro e nada de recado.

— Tenta entender, eu estava correndo atrás, fazendo live de 24 horas pra conseguir dinheiro. Fui atrás do meu sonho, Valen —ele coça a cabeça, sem tirar os olhos da estrada — Errei muito em ter sumido, mas eu tinha responsabilidade, não poderia ir atrás do meu sonho e deixar vocês sem comida, precisava ajudar a mãe.

— Não precisava ter sumido, Gabriel. — digo olhando pra ele, o mesmo tira os olhos da estrada por um segundo, fitando os meus.

— Eu sei, me desculpa! — Olho de canto para o mesmo. Entendo ele, por mas que tenha sumido, nunca deixou nada faltar, sempre ajudando a mamãe. Assim que começou a ganhar dinheiro, pediu para a mamãe me colocar em um colégio melhor, pagando minha mensalidade.

— Nunca superei ter perdido você, logo depois de ter perdido o papai. — digo olhando para ele — não me deixa sozinha, não de novo Gabriel.

— Nunca mais vamos ficar longe um do outro! — as mãos dele aperta as minhas, me deixando protegida de tudo, me deixando segura.

O desconforto foi embora, parecia que eu estava nas nuvens com meu irmão, o mesmo já tinha me perturbado o caminho inteiro. Assim que chegamos em São Paulo, entrámos em um condomínio muito grande com casas muito lindas, fiquei sem reação. Agora eu moraria ali, agora eu dividiria um lar com o meu irmão e sua namorada, estou tão ansiosa.