𝟎𝟏. sea-green eyes

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capítulo 01.
olhos verde-mar

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MEUS OLHOS ABRIRAM IMEDIATAMENTE quando escutei o despertador tocar debaixo do meu travesseiro. Eram cinco da manhã. Levantei, ainda um pouco grogue de sono e observei o chalé.

Todos os meus irmãos e irmãs ainda dormiam pacificamente. Desci as escadas da minha beliche com muito cuidado, torcendo para não acordar Taylor - uma das minhas meia-irmãs mais velhas - que dormia retorcida na cama.

Depois reclama de dor nas costas e não sabe porque, revirei os olhos e corri na ponta dos pés até o banheiro do chalé.

Não demorei mais que dez minutos para colocar minha roupa de banho e correr para fora do chalé 7, indo em direção ao lago de canoagem

O céu começava a clarear quando deixei minha toalha e meus sapatos no deck e saltei na água. Aquela era a minha tradição favorita. Comecei a fazer isso todos os dias em algum momento do meu segundo ano no acampamento. Eu tinha seis anos, se não me falha a memória.

Minha forma preferida de começar o dia. Me despedi de Ártemis enquanto ela retirava a lua do céu e cumprimentei meu pai enquanto ele ocupava o seu lugar com o sol.

É isso mesmo que você escutou, meu pai. Acho que deveria explicar isso melhor, não é?

Meu nome é Helena Evans, mas todos me chamam de Lena. E eu sou uma semideusa; meio-sangue, metade humana, metade deusa... como quiser chamar. Meu pai é Apolo, deus do sol, das profecias, da cura e praga, da música, poesia, arte...

Cheguei no acampamento quando era bem nova – tinha seis anos – e fui reclamada praticamente no mesmo momento em que pisei dentro da fronteira mágica. Meu irmão e eu estávamos na fogueira, junto com todos quando dois símbolos amarelos em formato de sol apareceram brilhando atrás de nossas cabeças, como auréolas.

Nunca cheguei a conhecê-lo pessoalmente. Heitor fala que ele nos visitou algumas vezes quando eu era bem bebê, mas não tenho memórias concretas para confirmar aquilo. Ver o sol nascer era o mais próximo que conseguia chegar de ter uma "conversa" com ele. E com conversa eu quero dizer um monólogo onde eu contava sobre o que aconteceu no dia anterior, ou sobre os sonhos malucos que tive durante a noite.

Sai do meu devaneio quando Dione – uma das Náiades que habitam no lago – apareceu ao meu lado. Ela estava radiante, com seus cabelos ruivos cravejados de conchas e pérolas que brilhavam com o reflexo do sol que subia cada vez mais no céu.

     — Achei que você não viria hoje! — ela disse — Quase não consegui sair antes das minhas tarefas. Nadine está pegando no meu pé desde semana passada!

    — Dione, você sabe que ela não está errada e que você precisa aperfeiçoar os seus poderes!

     — Eu já disse que não queria ter explodido uma bolha de água em cima dos filhos de Ares. Foi um acidente!

Gargalhei ao lembrar de Clarisse ensopada durante a aula de canoagem. Ela havia ficado tão irritada que ao tentar sair da canoa esqueceu de que estava no meio do lago e se levantou, levando a canoa e seus irmãos junto com ela para dentro do lago.

    — Mas enfim, isso são águas passadas. Você quer ver os truques que eu aprendi? — ela disse, com seus olhos brilhando.

Ficamos um bom tempo ali, nadando, jogando conversa fora, brincando com bolhas de água ou pequenos redemoinhos que Dione fazia na água, até Nadine aparecer furiosa pela ninfa d'água-aprendiz ter perdido a hora novamente.

sunshine | percy jackson¹Onde histórias criam vida. Descubra agora