𝟏𝟐. humanitarian transport

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capítulo 12.
❝𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒑𝒐𝒓𝒕𝒆 𝒉𝒖𝒎𝒂𝒏𝒊𝒕𝒂́𝒓𝒊𝒐❞

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    FALAR QUE EU NÃO GOSTAVA DO DEUS DA GUERRA ERA UM EUFEMISMO.

    Eu odiava ele. Não era por nenhum motivo familiar não, por mais que meu pai e ele não se bicassem muito, eu só... odiava ele. Especialmente depois daquela brincadeirinha que ele fez ao nos mandar direto para uma armadilha.

    Percy fumegou de raiva o caminho inteiro de volta para a lanchonete. Ainda não tinha visto ele bravo daquela forma e vou falar, era aterrorizante.

    Me acomodei nos braços de Annie durante o caminho, tremendo por conta das roupas molhadas enquanto ela tentava me aquecer. Sabia que Annabeth ainda estava meio abalada por conta das aranhas, eu conseguia ver, e entendia exatamente qual era a sensação.Não conseguia imaginar o que eu teria feito se ao invés de aranhas tivessem sido cobras de metal que nos atacassem. Acho que teria desmaiado.

    Fiz questão de abraçá-la também, tentando trazer um pouco de conforto para a minha amiga.

    O deus da guerra nos esperava no estacionamento do restaurante.

    — Bem, bem — disse ele. — Vocês conseguiram não ser mortos.

    — Não graças a você.

    — Você sabia que era uma armadilha. — esbravejou Percy.

    Ares nos lançou um sorriso malvado.

    — Aposto que aquele ferreiro aleijado ficou surpreso quando pegou na rede um par de crianças estúpidas. Vocês ficaram bem na tevê.

    Percy empurrou o escudo para ele.

    — Você é um imbecil.

    Grover e Annabeth pararam de respirar e eu soltei uma risada abafada.

    Esse menino...

    Ares agarrou o escudo e o girou no ar como massa de pizza. O escudo mudou de forma, transformando-se  em um colete à prova de balas. Ele o pendurou nas costas.

    — Estão vendo aquele caminhão logo ali? — apontou para um caminhão de dezoito rodas estacionado do outro lado da rua. — É a carona de vocês. Vai levá-los direto a Los Angeles, com uma parada em Vegas.

    O caminhão tinha uma placa na parte de trás, que eu só pude ler porque estava pintada ao contrário, em branco sobre preto, uma boa combinação para a dislexia: CARIDADE INTERNACIONAL: TRANSPORTE HUMANITÁRIO DE ZOOLÓGICO. CUIDADO: ANIMAIS SELVAGENS VIVOS

    — Ah, qual é! — resmunguei.

    — Fala sério!

    Ares estalou os dedos. A porta traseira do caminhão se destrancou.

    — Carona grátis para oeste, imprestáveis. Parem de reclamar. E aqui está uma coisinha por ter feito o serviço.

    Ele suspendeu uma mochila de náilon azul do seu guidom e a jogou para Percy. Me aproximei dele, abraçando o próprio corpo, e estiquei o pescoço para ver dentro.

    Havia roupas limpas para todos nós, vinte dólares em dinheiro, uma bolsa cheia de dracmas de ouro e uma, eu repito, uma embalagem de biscoito Oreo. Para quatro pessoas.

sunshine | percy jackson¹Onde histórias criam vida. Descubra agora