sunshine | percy jackson¹

𝟎𝟑. there's always a light that guides you

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capítulo 03.
❝sempre há uma
luz que te guia❞

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    ERA NOITE e o céu cinzento garoava. Mas eu podia jurar que era dia e fazia sol poucos segundos antes.

    Senti uma fisgada no meu tornozelo e cai no chão. A dor latejante martelava tão forte que parecia se espalhar para o corpo todo. Gemi, sentindo lágrimas inundarem os meus olhos. Eu estava com o tornozelo quebrado?

    Olhei ao redor e aos poucos as peças foram se encaixando. Luke, Annabeth, Grover, Heitor. Os quatro estavam ao meu lado e encaravam para o mesmo ponto fixamente. Segui o olhar deles. Vi Thalia caída no chão. Um cheiro metálico tomou conta do ar, um trovão retumbou.

    Em segundos, um raio caiu próximo a nós, bem em cima da filha de Zeus. Um pinheiro surgiu no lugar.

    Era um sonho.

    Me forcei a levantar do chão, sabendo que aquela dor não passava de uma armadilha do meu próprio cérebro. Tive dificuldade de me manter em pé com a tontura que se espalhou.

    Olhei para os meus amigos. Todos eles carregavam lágrimas nos olhos e pareciam espantados com o que aconteceu com Thalia. Os quatro olharam para mim. As expressões mudaram.

     Eles pareciam estar... com raiva?

    Luke deu alguns passos para trás, se afastando de mim com uma expressão de repulsa, antes de se virar completamente e descer a colina, em direção ao mundo humano.

    — Luke? Para onde você vai? — gritei, mas tudo o que ele fez foi continuar caminhando, sem nem olhar para trás. Senti as lágrimas escorrerem nas minhas bochechas. 

    Grover derramou lágrimas, me olhando com decepção e começou a caminhar para a floresta, na direção oposta ao pinheiro da Thalia.

    Andei em sua direção, tentando impedi-lo de nos deixar também, e me arrependi imediatamente quando meu tornozelo latejou, me fazendo cair no chão. Levei a mão à perna, brigando com o meu cérebro, tentando me fazer lembrar que aquilo era uma ilusão.

    Mas eu estava fraca. Cansada. Era a mesma sensação que me lembrava de ter na noite que chegamos ao acampamento. Eu só queria desistir.

    Olhei para cima, resmungando de dor. Heitor e Annabeth foram os únicos que sobraram.

    Minha amiga chorava copiosamente, mas o estranho era que ela não fazia barulho algum. Parecia que alguém tinha esquecido de aumentar o volume e deixara um filme passando sem som.

    — Heitor... Annie... Ajuda...— eu os chamei, mas nenhum dos dois parecia notar que eu estava ali. Ou, se notaram, estavam tão enojados quanto Luke e Grover e decidiram me ignorar.

    Heitor abraçou a menina carinhosamente, Annie se aninhou em seus braços, escondendo o rosto. Nunca havia visto os dois tão próximos. Parecia que eram unha e carne. Nenhum dos dois dirigiu uma palavra a mim, nem sequer me olharam.

    Meu irmão depositou um beijo carinhoso no topo da cabeça dela, e sussurrou algo que a fez assentir. Ainda abraçados, Heitor levou Annabeth para a segurança do acampamento.

    A dor na minha perna se tornou excruciante. Mas eu não sabia o que doía mais, o tornozelo ou o meu coração. Me encolhi ao chão, gemendo e gritando de dor, pedindo socorro, mas ninguém parecia escutar.