𝒆𝒑𝒊𝒍𝒐𝒈𝒖𝒆

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epílogo.
"a luz que me guia"

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Respirei fundo, sentindo o cheiro de maresia tomar conta de mim. O sol se punha atrás da linha do horizonte na praia de Santa Mônica.

Eu gostaria muito que aquilo fosse real, mas eu sabia que não era.

Não estava em Los Angeles. Não estava em casa.

— Você tomou a sua decisão, afinal — escutei a voz melodiosa de Apolo ao meu lado. Não precisei encará-lo para saber que estava sentado na areia junto comigo, o calor da sua presença era o suficiente para me garantir que ele estava ali.

— Tomei — assenti, sem deixar de olhar a paisagem.

Os raios de sol se espalhavam pelo céu, se misturando com as nuvens, pintando um degradê alaranjado até a ponta do mar.

— Por que eu estou aqui?

— Porque sua mente está tentando evitar a realidade. A dor.

    Senti a pele dos meus braços arder, como se estivesse muito próximo ao fogo.

— Você precisa acordar, Helena — finalmente olhei em sua direção. As íris, azuis como as minhas, me olhavam com ternura — Parte de tomar decisões e aceitar as consequências que vem com elas.

— Eu não queria isso... — falei, algumas lágrimas surgindo na minha linha d'água à medida que a dor se espalhava. Dos braços, para os ombros, para o peito... — E se... E se eu tomei a decisão errada. E se eu não for o suficiente para isso?

    Um sorriso gentil tomou conta de seu rosto. Apolo ajeitou o corpo, virando em minha direção, tomando uma das minhas bochechas com sua mão. Ele estava ali. Meu pai estava ali e, pela primeira vez em um bom tempo, eu não me sentia sozinha.

— Você é o suficiente, minha filha. Sempre foi.

Um riso anasalado escapou. — Você só diz isso porque é meu pai.

— E é justamente por isso que digo. Eu sou seu pai. Eu te conheço. Gostaria de poder fazer mais, ser mais para você, mas isso é tudo o que me é permitido. Mas sempre há uma luz que te guia, e eu sempre estarei cuidando de você.

    O beijo depositado na minha testa foi a última coisa que senti antes da dor tomar conta do meu corpo por completo. A praia sumiu. Eu estava de volta ao Princesa Andrômeda, caída no chão, me contorcendo, arranhando a própria pele como se eu tentasse tirar aquela cobra que rastejava por debaixo da minha pele.

    Acho que meus amigos gritavam, chamando meu nome, mas tudo o que eu conseguia escutar era um chiado agudo.

    Era demais. A dor era demais, latejando, queimando, me corroendo... Então eu fiz a única coisa que me restava: eu gritei.

sunshine | percy jackson¹Onde histórias criam vida. Descubra agora