- Traumas.

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Amelie Martin

Acordo no outro dia e noto evangeline de costas para o balcão, me encosto por lá e observo ela quieta cozinhando, o cheiro era bom, assim que me aproximo escuto a voz dela

- Senti seu cheiro de álcool de longe, nem adianta tentar me asustar - sua voz sempre fria mas com um leve toque de sarcasmo - Dormiu bem espantalho?

- Não estou cheirando tanto a álcool assim - Me aproximo me apoiando no balcão ao seu lado, conseguindo ver que ela fazia panquecas com bastante Nutella - Dormi maravilhosamente bem, digamos que eu sonhei bastante com uma continuação de ontem - Evangeline para de por a massa na frigideira e me plha, aquele puta olhos verdes que brilham como o sol

- Você pelo menos é uma bêbada consciente, lembra de querer furar seu próprio mamilo também? - Evangeline revira os olhos e põe a panqueca no prato, põe mais uma quantidade de Nutella e morango e joga para meu lado - Come, você tá um lixo

- Seu jeito de demonstrar afeto e deslumbrante - A ironia sempre presente em nossas conversas 

- Não tô demostrando afeto, tô demostrando o quão horrível você está hoje - Evangeline para de cozinhar desligando o fogo e vem até mim s encaixando entre minhas pernas - seu pijama tá horrível, você tá com cara de ressaca e a gente vai pra um encontro de amigas hoje a noite

- Eu não tava sabendo de encontro nenhum, você não pode decidir algo por nós duas - a empurro pro lado com a perna e a vejo revirar os olhos - A culpa do meu pijama estar assim foi você, só pra constar.

- Eu não posso, mas eu decidi, e não da pra cancelar, você pode chamar umas amigas suas também - seu tom agora e mais suave, evangeline me olha por mais um momento e desvia o olhar

Não era como se eu tivesse muita opção ou algo desse tipo, sinceramente isso me faz ficar puta da vida, mas vou ignorar já que nosso "relacionamento" tem que ter uma base boa pelo menos.

Ontem foi bom ter total controle sobre evangeline, era como se eu tivesse pelo menos um pouquinho de controle sobre ela, emocionada mas eu diria mágico.

[...]

Já se passaram mais de 5 horas e minha rotina hoje foi só ensaiar no estúdio particular de evangeline no qual ela cedeu pra mim, o estúdio é bem aconchegante na verdade, agora eu estou me vestindo pra esse jantar com as amigas dela, não chamei nenhuma amiga até porque todas se afastaram de mim assim que comecei minha carreira.

Ponho um vestido vermelho colado a meu corpo, evangeline falou que era um restaurante bem chique então eu tinha que vestir algo adequado, meu vestido verde tem um decote em V não era longo mas é pérolado sua cor, uma abertura bem sutil na coxa, ele tinha como se fosse pérolas na minha cintura em um desenho de uma borboleta.

- A gente já tá meio atrasada - Olho para porta e vejo evangeline, um vestido lindo branco, não era longo suas coxas fazem questão de aparecer principalmente devido a abertura no vestido, bem na lateral, ela tinha um casaco bege com ela, um colar lindo de pérolas, e ela usava um óculos redondo de grau, puta que pariu eu amo garotas de óculos.- Você tá enrolada num feche?

- Nem todo mundo tem facilidade com isso - Evangeline rapidamente vem até mim e com uma certa brutalidade me faz me apoiar na cômoda, ela segura o ziper e o sobe rapidamente, vejo ela tirar um colar da sua bolsa

- Isso é importante pra mim, faça questão de não perder - O colar era como se fosse gêmeo ao dela, o meu carregava o símbolo do sol, era de pérolas também  - Vamos logo...

Não dá nem tempo de responder, apenas pego rapidamente minha bolsa e a acompanho até seu carro enorme. Entramos no carro e o trajeto é bem tranquilo, nada de conversas mas não faz falta já que uma música boa rolava no fundo.

I (not) Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora