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━━ ━━ CARLISLE ESTAVA TRABALHANDO HÁ algum tempo como médico em Ohio, as coisas estavam indo bem para ele, e ele levava uma vida relativamente tranquila. Já era praticamente imune ao cheiro de sangue e podia sobreviver sem problemas apenas com sangue animal. Morava em uma pequena casa onde passava o dia, escondido dos raios de sol, esperando o anoitecer para poder começar a trabalhar em vários turnos. A Morte caminhava por aquele hospital como se fosse seu próprio território, e parte do seu trabalho também estava naquele local.
Foi em 1911 que uma jovem de olhos castanhos e cabelo cor de caramelo entrou no hospital após ter quebrado a perna ao cair de uma árvore. Aquela adolescente de dezesseis anos foi atendida pelo próprio doutor Cullen, pois o médico da cidade não estava disponível naquele momento, e logo ficou encantada com a beleza do claramente jovem doutor.
━ Senhorita Esme Anne Platt - pronunciou o vampiro loiro ━, diga-me, como isso aconteceu?
A adolescente abaixou a cabeça com um evidente rubor surgindo em suas bochechas.
━ Ehm... eu caí de uma árvore.
A Morte levantou uma sobrancelha enquanto observava, de trás do médico, as bochechas de Esme já parecendo duas maçãs vermelhas e brilhantes. O sentimento de incômodo que a entidade sentiu quando Carlisle sorriu para a jovem humana não a agradou nem um pouco, e logo ela se viu perguntando a si mesma o que era aquele incômodo interior que a impulsionava a afastar aquela pobre alma do velho vampiro.
Esme Platt deixou o hospital com a perna engessada e uma clara curiosidade em relação ao doutor.
Da mesma forma, não demorou muito até que Carlisle Cullen se mudasse novamente, abandonando a cidade de Columbus, Ohio, sempre seguido pelos passos de uma Morte que velava por ele.
Não foi até 1918 que o surto da gripe espanhola trouxe tanto para a Morte quanto para o vampiro uma avalanche de trabalho que os mantinha ocupados o dia todo. A quantidade de mortos e almas que ela precisava transportar diariamente passou a ser de milhões. E duas dessas almas foram as de Edward Masen Sr., que faleceu na primeira onda de gripe, e Elizabeth Masen, que, em seus últimos momentos de vida, durante a segunda onda, implorou ao doutor loiro que salvasse seu filho.
