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━━ ━━ EM 1936, OS CULLEN PRECISARAM se mudar novamente. Emmett, ocasionalmente, perdia o controle e acabava se alimentando de algum humano por instinto. Isso causou que a família tivesse que se mudar várias vezes até finalmente se estabelecerem em uma pequena cidade nublada em Washington chamada Forks.
Lá, foram recebidos pela tribo Quileute, com quem tiveram que fazer um acordo, proibindo Emmett de provar sangue humano novamente. Essa proibição foi de grande ajuda para o moreno, que logo se acostumou com os cervos que dançavam ao redor de sua casa. A vida transcorria tranquila: Rosalie e Emmett estavam cada vez mais apaixonados, Esme e Edward formavam uma perfeita família de mãe e filho, e Carlisle, bem, ele procurava aquela jovem morena para vê-la mais uma vez.
Não foi até alguns meses depois que ele recebeu uma carta dessa jovem, na qual ela dizia ter procurado entrar em contato com ele até finalmente encontrar seu nome e endereço. Carlisle sabia que se apaixonar por uma humana era perigoso e extremamente doloroso, mas o sentimento era mais forte. O vampiro loiro não hesitou e convidou a jovem para passar uma semana em sua residência atual, já que provavelmente seria a última vez que se veriam devido à sua condição imortal. Esme parecia encantada, enquanto Emmett e Rosalie estavam um pouco preocupados por nunca terem conhecido a jovem, mas se empenharam ao notar o brilho nos olhos de Carlisle e a expressão em seu rosto ao mencionar o nome dela.
Eider chegou a Forks três dias depois, aproveitando antes para visitar tribos no Brasil após uma chacina que exigia sua presença real em pessoa, e não de réplicas, deixando Carlisle sob o cuidado de um de seus corvos. Ela foi recebida por Carlisle na estação de ônibus. Ele estava tão lindo e impressionante como sempre, com um sorriso angelical enquanto se aproximava e abraçava delicadamente a suposta humana à sua frente. Eider parecia um pouco mais velha, embora ainda não aparentasse os quarenta anos que dizia ter, o que incomodava o vampiro, que odiava o fato de o tempo passar tão rápido.
━ O fato de você parecer igual a quando nos conhecemos não me ajuda a me sentir bem comigo mesma. Diga, que pacto com o diabo você fez? - foi a primeira vez que Carlisle a ouviu brincar, então, apesar do peso da frase, ele riu.
━ Tenho uma fonte no quintal de casa com água da juventude eterna - ele continuou a brincadeira.
Ambos subiram no carro e seguiram para a residência do vampiro.
Os dias passaram rapidamente, era como se tivessem encontrado um lindo anjo que trazia paz ao lar. Emmett logo encontrou alguém com quem brincar, mesmo que só ele fizesse as piadas; Rosalie se interessou por Eider e ficou fascinada com seu rosto e cabelo; Esme já a conhecia e apenas se dedicou a projetar a extrema ternura que possuía nela; Edward, embora confuso por não conseguir ler seus pensamentos, a recebeu bem e, de tempos em tempos, conversava com ela.
E Carlisle, bem, Carlisle dedicava a maior parte do tempo a Eider, levando-a para passear pela cidade e mostrando-lhe inúmeros lugares sempre que não estava de plantão no hospital. A família percebeu como o mais velho esquecia de tudo quando segurava as mãos da morena humana, e todos se deram conta de que a partida da jovem seria difícil.
Uma semana passou voando, e no dia seguinte Eider desapareceria para não ver mais Carlisle por vários anos, segundo o vampiro: para sempre.
━ Espero que você possa ser feliz - confessou o vampiro, sem tirar os olhos da mulher que observava as árvores sob a luz noturna.
━ Tenho certeza de que agora serei - respondeu ela da mesma forma, sem olhá-lo. Carlisle mentiu, dizendo que logo sairiam da cidade para outro continente e que seria difícil entrar em contato, mas que, se tivessem a oportunidade de se ver algum dia, ele ficaria feliz em fazê-lo, sabendo que era mentira. ━ Foi bom conhecê-lo.
O vampiro passou o braço esquerdo pelos ombros da morena e a puxou para perto de si. Eles ficaram ali por horas em completo silêncio, observando o amanhecer e se aproximando da hora da partida de Eider. Toda a família Cullen a acompanhou até a estação de ônibus, despedindo-se da jovem para sempre.
Eider parecia ter deixado uma marca naqueles vampiros, pois, mesmo com o passar dos meses, ninguém conseguia esquecer a vivacidade que ela trouxe ao lar. Frequentemente se perguntavam se ela estava bem, se havia encontrado alguém digno para se casar ou em que trabalhava, tudo sob o olhar atento de Carlisle, que sorria com nostalgia ao ouvir a família falar da humana que havia mudado seu mundo.
Os anos passaram, e a família começou a parecer muito mais jovem que os humanos, que continuavam envelhecendo. Isso foi motivo suficiente para se mudarem novamente, deixando para trás aquela cidade peculiar. Meses antes de dois novos vampiros se juntarem ao seu clã, Rosalie e Emmett decidiram se casar, sob as bênçãos de sua família.
Carlisle estava feliz por seus dois filhos adotivos, satisfeito por terem encontrado alguém para passar o resto de suas eternas vidas juntos, mas não pôde evitar sentir certo ciúme, algo que apenas o leitor de mentes sabia, embora nunca mencionasse nada a respeito.
A morte não os havia abandonado, ainda cumprindo seus deveres, mas permanecendo ao lado deles como se fosse desaparecer no momento em que se virasse. Velava por eles, sofrendo em silêncio por não poder se aproximar de Carlisle da forma como desejava. A vida e o tempo têm um momento para tudo, e ela esperava pelo seu.
Em 1950, dois vampiros apareceram em sua casa: uma jovem com aparência de duende, que conhecia todos e cada um dos seus nomes, como se fossem velhos amigos, além de outro jovem loiro que controlava as emoções dos outros. Apesar da surpresa, a família Cullen os acolheu com alegria e carinho.
Depois de quase trezentos anos, Carlisle sentia que sua família estava quase completa.
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