15. malibu

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  A volta para Outer Banks depois da conversa tensa entre Maybank e Velark, foi estranha. Os garotos sequer se olharam ou chegaram perto um do outro, e as coisas entre Kiara e Zoe não estavam diferentes, as duas seguiam distantes. No entanto, o silêncio era um lembrete de que não poderiam fugir para sempre, que em algum momento teriam de retomar àquela conversa e esclarecer as coisas, verdadeiramente dessa vez, e Thomas sabia muito bem disso, por esse motivo estava tão pensativo enquanto encarava a imensidão do oceano.

  De volta à ilha, Thomas foi o primeiro a descer do barco, ajudando sua irmã a fazer o mesmo. De longe, mesmo que estivessem ainda fora do alcance de outras pessoas, era possível notar que algo estava errado. Outer Banks estava calma e o Figure 8 não se parecia com o lugar de sempre, por isso, sabiam que o momento de enfrentar o desconhecido seria pior do que imaginavam.

O garoto moreno encarava as casas mais afastadas, podendo ver, entre as ruas, o carro de seu pai surgir, como se estivesse adivinhando que os seus filhos estavam voltando para aquilo que ele chamava de casa. Thomas se virou rapidamente para o barco, vendo o olhar assustado de JJ e Kiara, que pediam desesperadamente para que os outros voltassem para o barco. O menino loiro, ao notar que os irmãos Velark não faziam nada, olhou diretamente para Thomas, que tinha um sorriso sucinto nos lábios e os olhos lacrimejando.

── Vai, loirinho. Foge e viva por mim, eu já sabia que daria tudo errado mesmo ── ele disse com a voz baixa, no momento em que o outro pulou do barco e parou em sua frente. ── Quando eu voltar e se eu voltar, vou te contar um segredo que guardo faz um tempo. Mas agora eu preciso muito que você volte e avise os outros que Outer Banks não é uma opção por agora ── Thomas prosseguia enquanto o carro se aproximava cada vez mais. ── Vai logo, JJ! Rápido!

E no último pedido do moreno, Maybank pulou para dentro do barco e seguiu para conduzi-lo para longe dali. Velark sentia seu peito doer por aquela despedida que poderia ser a última, dependendo de tudo que aconteceria, e ainda sim, não foi corajoso o suficiente para dizer o que estava sentindo. Ele se envergonhava por isso, por ser tão medroso quando se trata dos seus sentimentos.

Quando o carro parou próximo a eles, Thomas segurou a mão de Zoe com força, encarando o homem que desceu do carro e tirou o óculos escuro do rosto, olhando atentamente para os filhos enquanto, em passos lentos, caminhava em direção a eles. O homem estava bravo, era nítido apenas pela forma como olhava para os filhos, mas também havia outra coisa naquele olhar, não era apenas raiva, era também a confissão de um plano de vingança.

── Meus parabéns! Sério, vocês são filhos incríveis ── Arthur dizia cada palavra com a voz carregada de ironia, batendo palmas lentas para combinar com o tom de voz. ── Meu único filho homem, que deveria ser meu parceiro de negócios, prefere transar com um drogado e se arrastar com a irmã para um buraco. E você Zoe, nem sei por onde começar, você é uma decepção pra mim desde o dia que chegou ao mundo ── apesar de ser apenas um excêntrico sádico, as palavras de Arthur atingiam os irmãos em cheio.

── É que transar com um drogado me deixa mais feliz do que ter que olhar pra sua cara todo dia ── Thomas respondeu, tentando não mostrar que se desestabilizaria dependendo do que o homem dissesse.

── É exatamente por isso que não vai precisar me olhar nunca mais, hoje mesmo vocês dois vão para um internato em Londres ── aquela revelação fez Thomas olhar rapidamente para a irmã, que tinha a mesma expressão surpresa em sua face. ── Eu realmente não queria tomar essa decisão, mas vocês não me deram opções. Se essa é a única forma de manter vocês longe do ouro e daqueles encrenqueiros que chamam de amigos, que seja! E não se preocupem, vou garantir que fiquem lá tempo o suficiente para esquecerem tudo isso. Agora entrem no carro e vamos pra casa

Island boy || JJ MaybankOnde histórias criam vida. Descubra agora