Island boy || JJ Maybank

9. royal merchant

ᨒ

  Dizem nas más línguas que, uma vez no inferno, apenas o diabo pode te salvar. Ninguém sabe quem é o diabo, mas ele com certeza salvou aquele grupo de amigos que estiveram no paraíso, e em menos de trinta minutos no inferno. Desgutaram do sabor da liberdade por breves minutos, apenas o suficiente para entenderem que as suas vidas estão fadadas a darem errado, e que provavelmente passariam a vida fugindo da polícia por se meterem em enrrascadas. Assim seguiam, frustrados e calados no banco de um carro roubado, enquanto iam para qualquer lugar que não fosse ficar ali. O céu estava lindo, salpicado de estrelas, mas isso não importava naquele momento.

Horas mais cedo, saíram do hotel rumo a casa dos Velark. Todos estavam animados e não paravam de falar sobre o ouro, mas Thomas pediu para que se segurassem, ou deixariam claro sua real intenção com a visita repentina a antiga casa. O moreno não disse nada para não deixar os outros nervosos, mas estava com medo de todo o plano ir por água abaixo, e não havia motivo específico para isso, apenas se sentia nervoso. Ele sempre foi um adolescente causador de problemas, mas aquela era a primeira vez que estaria roubando em grande quantidade, mas, de qualquer modo, aquele ouro também não pertencia ao seu tio.

Quando desceram do táxi em frente a grande casa protegida, já tinham todo o plano em mente: Thomas, John B e JJ ficariam responsáveis por levar o ouro para um dos carros na garagem da casa, o qual usariam para fugir. Pope e Rafe iriam vigiar as portas da frente, e as meninas ficariam separadas em duplas nas portas laterais. Qualquer movimentação estranha, eles simplesmente iriam correr como se as suas vidas dependessem disso, e voltariam o mais rápido para Outer Banks, ou qualquer outro lugar.
Thomas sabia a combinação do cofre, então a única coisa que poderia dar errado era os guardas não deixarem eles entrarem, o que poderia ser também um grande problema, caso resolvessem ligar para Arthur.

Se aproximaram da entrada conversando sobre coisas que adolescentes gostam de fazer, apenas para disfarçarem, e o moreno torcia para que os seus amigos não deixassem tão nítido o quanto estão animados com apenas uma "festa" que irão dar. Perto da entrada, como esperado, dois guardas deram alguns passos para frente, se surpreendendo um pouco ao verem quem estava diante deles.

── Thomas, Zoe! O que fazem aqui? Estão bem longe da sua nova casa ── foram as primeiras palavras do homem negro, que era o mais próximo dos irmãos desde que eram apenas crianças correndo pelo jardim de todas as casas por onde passaram. Misha estava com eles desde que nasceram, como fiel companheiro de seu pai.

── Misha! Que prazer te ver novamente ── e apesar de toda cena ser armada, as palavras de Thomas eram reais, assim como o abraço que ofereceu ao homem, que, um pouco desconfiado com a aparição repentina, retribuiu o ato quase no mesmo instante. ── Meu pai não te contou? Trouxe uns amigos para aproveitar o melhor das minhas festas na minha melhor casa ── o moreno disse com a voz empolgada.

── Senhor Cameron não nos avisou sobre festa nenhuma ── foi Bluman, o homem mais magro e loiro quem respondeu, atraindo o olhar de todos os nove jovens que estavam ali, aparentando nervosos e ansiosos, mas conseguindo esconder o bastante para que passasse despercebido.

── Ah, ele esqueceu? Não acredito. Bom, que pena então, agora terei que levar essas almas desesperadas para uma boate qualquer e beber a noite inteira, voltar para o hotel sozinhos e sabe-se lá mais o que pode acontecer ── Thomas suspirou longamente depois da sua fala teatral, e os guardas se entreolharam, parecendo conversar por telepatia sobre o que deveriam fazer com eles.

── Tudo bem, podem entrar. Quero todos dormindo antes da três da madrugada ── Misha proferiu, e um coro de gritinhos histéricos fora ouvido, antes da entrada ser liberada para os nove amigos, que não tardaram e começar a caminhar rapidamente até a entrada da casa. A chave reserva ficava embaixo de um vaso de samambaia ao lado da porta, mas também havia o alarme de segurança, apenas para o caso da moradia ser invadida.