10.Voltei

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Lírio

Estou pronto para ir almoçar e ando até o quarto do Gael, e sorrio ao escutar as risadas e a voz de Sean enquanto ele brinca com Gael, que acordou animado e ele está dando um banho nele para que possamos ir almoçar no shopping, e mesmo que seja um dia difícil ainda preciso me manter de pé pela minha família e sei que sem os dois homens da minha vida, eu não teria sobrevivido, suspiro e ando para o meu quarto, por instinto pego o meu celular e no mesmo instante,  ele toca e atendo.

_ Alô... — Espero ouvir a voz de Apolo, mas Anna me cumprimenta, me sento no tapete que fica no meio do meu quarto.

_ Oie, Lírio, como você está?

_ Bem e você? — Prefiro mentir do que revelar que mesmo depois de cinco anos, o meu coração ainda sangra e escuto batidas na porta, olho e vejo Santoro que é segurança particular de Sean, ele era como o Emment silencioso e gentil. Coloco a ligação no mudo e ele revela.

_ As flores já foram entregues, como você pediu.

_ Obrigado. — Sorrio para ele que sai dali sem dizer mais nada e Anna me chama.

_ Lírio?

_ Desculpe estava falando com o Santoro e como você está?

_ Bem e não precisava ter enviado flores para o túmulo, ele não esta lá e sei que é algo que você faz todos os anos, mas é necessário, Lírio. – Afirma e respondo.

_ É a minha forma de homenagea-lo Anna, sei que ele não está lá, mas também não sei onde ele está mesmo depois de cinco anos e vou enviar flores por todos os anos da minha vida, então...— Paro de falar enquanto tento engolir o choro que fica preso na minha garganta e ela diz.

_ Sei que é a forma que você encontrou e não te julgo e me desculpa não quis ser insensível, mas ele quer que você siga em frente e eu também quero. — Fala de um jeito como se Apolo estivesse vivo e não era a primeira vez que ela fazia isso, questiono.

_ Você sabe de algo que não sei, não é? Se for algo sobre ele, me diga de uma vez, Anna...

_ Lírio eu não sei de nada, mas quero acreditar que Apolo está vivo.

As palavras dela não me convence e sinto algo martelar na minha mente, e talvez fosse apenas uma fanfic na minha mente e já que se ele tivesse vivo: Ele viria atrás de mim, é nessa ideia que me apego e o que Anna ganharia mentindo para mim? Nada.
Anna pergunta,  para mudar de assunto já que não concordamos com as definições de luto.

_ E como está o Gael? E o Sean?

_ Eles estão bem e Sean está dando banho na minha bolinha de amor. E quando vem nos visitar?

_ Em breve, dar um beijo nessa gostosura do Gael e um abraço no Sean, e preciso ir agora.

_ Obrigado por ligar.

_ Sempre que precisar é só me ligar, Lírio.

_ Você também. — Ao dizer isso, desligo a ligação e fico ali sentado, até que Sean aparece com Gael arrumado no seu colo e me levanto, o pego no colo e digo.

_ Olha como o meu neném está lindo? Vamos deixar o papai se arrumar.

Ele rir e beijo as bochechas dele, quero morder, mas não a faço e mesmo que seja irresistível e Sean me avisa.

_ Vou tomar um banho e vamos almoçar.

Ele beija o rosto de Gael e depois me beija, sorrio para ele e me sento na cama com Gael que me encara risonho e digo.

_ Você é o amor da vida do papai, sabe disso, não é?

Ele coloca a mão na boca, babando e como um ser tão pequeno podia ser a vida de alguém? Porque Gael era a minha vida e a de Sean.
Fico brincando com ele que rir desesperado, Sean sai do banheiro arrumado com uma camisa branca, short jeans e mocassim de couro, pega os óculos escuros, carteira e celular em cima da mesinha e pergunta sorrindo.

_ Prontos para ir?

Sinto um frio passar por mim e abraço o Gael que sorri pra mim, os olhos dele brilham e sei que o meu bebê vai estar ao meu lado, mesmo sem entender, o que está acontecendo e o pego no colo e digo.

_ Sim, estamos.

Sean pega o meu celular e a minha carteira, saímos do quarto e descemos as escadas, Santoro nos espera com a bolsa de Gael e agradeço.

_ Obrigado.

Ele acena com a cabeça e andarmos em direção ao carro, Sean abre a porta para mim e sorrio, ao colocar Gael na cadeirinha e o prendo bem, entro no carro me sento ao lado de Gael e entrego seu brinquedo favorito, Sean e Santoro vão na frente e fico focado no Gael que rir, seguro sua mãozinha, desejando ser tão leve como ele. E sussurro baixo.

_ Papai promete que fará com que a sua vida seja sempre um paraíso e que não vai deixar nada abalar a sua felicidade.

Ele sorri banguela, sorrio de volta e passo a mão pelo rosto dele sei que é um erro prometer algo que não posso cumprir, mas faria qualquer coisa para não ver o meu garotinho triste.
O carro estaciona no shopping, decidir almoçar ali, porque preciso comprar algumas roupas para Gael que perdeu muitas e seria bom pata passar o tempo, saio do carro e tiro Gael da cadeirinha e vejo que Sean já montou o carrinho dele, o coloco nele e o prendo, pego a bolsa  dele e a coloco no suporte do carrinho,  Sean guia o carrinho dele e pergunta.

_ Está tudo bem, amor?

_ Sim esta, Anna me ligou e ela parecia estranha.

_ Estranha como? — Pergunta enquanto me encara curioso e respondo.

_ Não sei explicar, mas parecia estranha e pode ser coisa da minha cabeça.

_ Amor pode ser algo que ocorreu na vida dela e ela esteja estranha por isso.

_ É uma hipótese.

Entramos no restaurante e ao nos sentarmos na mesa, vejo Gael se mexer no carrinho, e sinto um odor suave e muito conhecido, balanço a cabeça e aviso me levantando.

_ Vou trocar a fralda dele e já volto.

_ Posso ir troca-lo e você faz os pedidos,  amor? — Se oferece e sei que Sean quer fazer esse dia o mais fácil para mim possível, me aproximo dele e agradeço.

_ Obrigado por cuidar de mim e não desistir de mim, eu te amo e já volto.

Ele sorri como um apaixonado e o beijo, ele retribui o meu beijo, me afasto e ando para o toalete com Gael no carrinho, ao entrar pego a bolsa dele, abro e pego fralda, lenço umedecido e talco. E o tiro do carrinho, o coloco em cima do suporte tiro o short dele e a fralda e brigo com ele de brincadeira.

_ É sério, mocinho que você precisava fazer coco justo agora?

O limpo e coloco a fralda nova nele rapidamente, visto seu short de volta e jogo a fralda e os lenços usados fora, Gael esta deitado no fraldario e digo, enquanto beijo todo o seu rosto.

_ Eu td amo meu cagão favorito. E temos que ir o papai está nos esperando.

Ele me beija e sorrio feliz, escuto a porta se abrir e sei que tenho que voltar a mesa, lavo as mãos rapidamente, pego Gael e assim que me viro, preciso ser forte para não desmaiar e cair no chão com Gael nos meus braços e escuto a voz dele.

_ Lírio eu voltei...

Amado Escritor - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora