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Olá, sejam bem-vindos.

Queria apenas alerta-los sobre possíveis gatilhos. Caso sejam sensíveis a relatos de abusos físicos ou psicológicos, por favor não leiam. Avisados? 

Estando cientes disso, se seguirem com a história, não me responsabilizarei por possíveis traumas a seguir.

Ok! Vamos para a história.



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__ Porra.__ Um garoto de cabelo loiro xingou enquanto tentava pegar seus materiais.

__ Deixa que eu te ajudo.__ Peguei alguns de seus livros.__ Artes cênicas. Uau.__ Ele sorriu envergonhado.__ Sou Park Jimin.

__ Kim Seokjin.__ Nos levantamos.__ Nunca te vi por aqui.

__ Cheguei hoje.__ Varri o local com as vistas a fim de observar toda a redondeza.__ Pelo visto estuda aqui.

__ Sim! E você? Vai estudar também?

__ Sim.__ Pelo meu sonho de estudar e viver a minha própria vida que perdi tudo.

__ Qual curso?__ Kim Seokjin parecia simpático demais.

__ Dança.__ O loiro me olhou animado.

__ Tenho um amigo que está cursando dança também.__ Era bom ouvir aquilo.__ Você já tem onde ficar?

__ Ainda não.__ Respondi ainda meio inseguro por ter conhecido Kim Seokjin minutos atrás. 

__ Você pode dividir o apartamento onde eu moro comigo e meu amigo Jung Hoseok.__ Tudo estava dando certo demais.__ Olha, eu juro que não iremos te fazer mal algum. Podes investigar sobre mim e sobre o Hobi pelo campus. Somos boas pessoas.


Acabei dando um voto de confiança ao Kim Seokjin, e foi a melhor coisa que fiz. Ele e o Jung Hoseok se tornaram meus melhores amigos em pouco tempo de convivência, eles se tornaram a minha família. Um ano mais tarde, Kim Taehyung se juntou a nós. O estudante de música que vivia tocando saxofone em lares para idosos a fim de entretê-los, acabou precisando de um novo lugar para morar, já que o apartamento onde ele dividia com um colega dele foi invadido, e como consequência, o mesmo ficou abalado com o assalto. Hoseok que tinha um crush no mais novo a um bom tempo, nos convenceu a aceita-lo, e mais uma vez acertamos em nossa decisão. Tae é uma ótima pessoa, e com a sua chegada, tudo pareceu ainda mais completo.

Vivendo longe da minha família que reside em Busan, minha vida tem sido melhor. Desde que mamãe faleceu, meu pai tornou minha vida ainda mais tenebrosa. Desde que eu me lembro, ele batia em mim e em minha mãe, até que quando eu completei treze anos, ela faleceu. Meu pai passou a abusar ainda mais do álcool. Além das violências físicas, meu pai usava da violência psicológica para me manter submisso a ele. Saber que seu único filho sonhava e ser bailarino, era o cumulo para o sr. Park, - isso é coisa de vagabundo - dizia, meu pai. Para piorar, descobrir minha sexualidade foi o estopim. Cheguei a ficar uma semana preso em meu próprio quarto com correntes prendendo minhas pernas, e foi nesse meio tempo que comecei a elaborar meu plano de fuga. Minha única chance de sair com vida era fazer as recentes vontade do meu pai, e esperar a hora certa de escapar.

__ Jimin?__ Taehyung me chamou.__ Vem.

__ Dormindo acordado de novo?__ Foi a vez de Hobi perguntar.

__ É! Estava pensando na minha próxima apresentação.


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Meu primeiro emprego foi como balconista, na loja do pai do Hobi. O homem tem duas cafeterias localizadas em pontos movimentados da cidade, uma em especial fica localizada em um ponto onde só vai mais policiais riquinhos e empresários que atuam nos grandes prédios comerciais de Gangnam-gu, e como Hobi foi o primeiro dentre nós quatro a se formar, seu pai lhe enviou  para trabalhar na cafeteria de lá enquanto o mesmo não inicia sua jornada  da dança. Faltavam pouco mais de duas semanas  para que finalmente eu me formasse, Jin formou-se ano passado e Tae conseguiu semana passada, mas nossa festa de formatura ocorrerá no mesmo dia.

__ Jimin, preciso que vá até o Hobi e busque uma documentação que está nas mãos dele.__ Onde está o So-Bung?__ O So-Bung precisou atender a uma emergência da esposa, de novo.

__ Certo sr. Jung.

Peguei o capacete e a chave da lambreta e segui até o bairro rico onde ficava a cafeteria, já havia visitado o local algumas vezes ao lado do Jin e do Tae, mas em todas as vezes o café estava vazio, era final de expediente e estávamos indo buscar o Hobi hyung. 

__ Olá, bom dia. Vim ver o Jung Hoseok, o chefe quem me mandou.__ Avisei para a balconista que telefonou para o escritório.

__ O sr. Jung mandou você subir.__ Ela sorriu e me direcionou até o corredor que dava acesso ao elevador.


Hoseok estava atolado em planilhas, e era claro que aquilo o desgastava, não era o sonho dele, não era o que ele queria fazer da vida, mas enquanto seus sonhos não eram alcançados, o dançarino se matava de trabalhar para o pai, que ainda não reconhecia o esforço do filho.

__ Hyung, cheguei.__ Bati na porta de vidro.

__ Oi Minnie. Fez um bom trajeto?__ Hoseok sempre preocupado com meu bem estar.

__ Fiz sim. E você? Já almoçou?__ Ele sorriu.

__ Já sim!__ Ele pegou os documentos.__ Aqui estão.

__ Obrigado. Tenha um bom trabalho, te vejo de noite.__ Ele acenou para mim.

Enquanto caminhava, tentava guardar os documentos na mochila, acenei com a cabeça em agradecimento para a balconista, enquanto trabalhava na missão de fechar o zíper da mochila que havia emperrado. Isso só foi possível até o momento em que eu me bati em uma parede.

__ Porra, olha por onde anda menino.__ Paredes não falam.

O homem a qual me bati era alto, possivelmente um e oitenta e cinco de altura, havia uma arma em sua cintura, distintivo no peito, óculos escuro, tatuagem por braço direito, seu rosto mesmo sério era perfeitamente lindo, e estava acompanhado de mais dois homens. um desses homens, usando um terno muito chique com um broche que indicava uma empresa de advocacia, chegava a ser maior que o -delegado-, chegando possivelmente aos seus um e noventa de altura. O terceiro homem era o menor dentre eles, se tivesse na casa dos seus um e setenta e sete era pouco. Todos os três eram muito bonitos, mas o delegado tinha uma aura fascinante.

__ Me desculpa, senhor.

__ Vem, eu te ajudo.__ Sua voz mesmo não sendo mais rude, conseguia me causar arrepios.__ Se machucou?__ Ele me ajudou a ficar de pé me puxando pela mão.

__ Não, estou bem. Eu que não olho por onde ando. Sinto muito pelo transtorno.__ O maior dentre eles sorriu de forma "fofa"?__ Vou indo, tenham um bom dia, e me desculpa mesmo seu delegado.

Saí as pressas da cafeteria e não olhei para trás. Vai que o maluco do delegado que mudou de humor de repente volta e me dá um enquadro ao descobrir que não tenho carteira de habilitação, e estou dirigindo pelas ruas de Seul.


#Continua.


A FERA - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora