— Para onde? — Roy questiona já com o carro ligado.
— Runway. — Miranda é categórica.
Andreah não ousou falar nada, mesmo discordando mentalmente da decisão da Miranda. Mas, a jovem sabe que esse é o pior momento para a mulher se ausentar da revista. Alias, nem havia alternativa. Então elas seguiram para a Runway.
A bota ortopédica em um pé, e o salto Louboutin no outro, não é uma combinação adequada, e claro que Miranda fica com dificuldades em se equilibrar com as muletas.
— Acho melhor você tirar o sapato, Miranda. — Andreah fala pacifica e com medo da resposta da mulher.
— Eu não vou colocar meus pés nesse chão. — Ela está impaciente.
— Certo. — Andreah também fala impaciente.
A jovem então se atreve em pegar Miranda novamente no colo. Deixando Miranda surpresa, mas não recusa o esforço da jovem assistente. As muletas agora estão sendo carregadas pelo motorista. Andreah novamente ver os olhares amedrontados, curiosos, e surpresos sobre as duas. Por um momento Andreah se sente alfa. A que pode tocar em Miranda e até pega-la no colo. Isso é como receber um troféu de melhor funcionaria, ou até mesmo de alguém digna de tal ato. Céus, como Andreah pensa besteira.
Andreah ajuda Miranda a se sentar. E então ela sabe que tendo uma Miranda impossibilitada de andar, todos os outros irão andar em dobro por ela. Será um resto de expediente agitado e ninguém terá paz. Principalmente por precisar correr contra o tempo. Péssima hora de isso ter acontecido.
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— Miranda, seu remédio! — Andreah adentra o escritório entregando as pílulas. Tão eficiente...
Andreah assiste Miranda abrir sua garrafa de água e tomar agora três pílulas, se não fosse a teimosia da chefe, ela seguiria apenas com uma. Andreah balança a cabeça em negação. Ato esse que Miranda nota e automaticamente eleva uma das sobrancelhas.
— Preciso que você entregue isso aqui para Liz, e diga que ela precisa trocar a cor terra pelo caramelo puxando para o tom amarelo, pois será a capa do próximo mês e eu preciso analisar se ficará boa. — Miranda fala em tom mais baixo.
Andreah comprime as sobrancelhas. Ela analisa a capa e sabe que aquela foi a que a Miranda não aprovou no mês retrasado. Não demorou muito para que Andreah ligasse os pontos. Miranda desconfia da jovem. Andreah balança a cabeça em concordância saindo da sala da chefe.
É por volta da 23h que Miranda libera seus funcionários. Todos sabem que eles terão que trabalhar em três dias o que normalmente leva um mês.
Quando a garota volta para o andar da revista, percebe que Miranda liberou os funcionários e agora se encontra sozinha em sua sala.
— Você também está liberada, Andreah. — Miranda fala cansada, tirando seus óculos. — Também já estou indo. — Ela fecha seu laptop e deixa suas costas encostarem na cadeira.
— Te levarei para o carro, Miranda. — Andreah é prestativa.
— Você não precisa. Já fez muito. — Miranda não sabe elogiar o comportamento preocupante e prestativo da garota.
— Não custa fazer mais. — Mesmo com olhar cansado, a jovem oferece um sorriso.
Andreah liga para Roy e Miranda escuta Andreah pedir para o homem subir para descer com as bolsas e outros pertences das duas. Miranda não consegue evitar o sorriso de lado. Em pé e ainda com o salto, a mulher se apoia nas muletas, mas, novamente seu joelho trava, fazendo Miranda sentir dor e recuar.
— Eu te levo no colo. — A jovem faz expressão de quem está falando o obvio.
Miranda nada diz, apenas sente os braços da Andreah em seu corpo novamente. Seu perfume doce e enjoativo parece que fica ainda mais forte conforme o tempo passa.
O carro para em frente à casa da mulher, invade o jardim para tentar parar bem na porta. Andreah sai ajudando Miranda também a sair do carro. Dessa vez a perna esquerda não travou, então consegue ir até a porta sem precisar ser carregada por Andreah.
A jovem abre a porta para Miranda, pede licença e adentra a sala onde guarda o casaco e bolsa da editora. Andreah escuta o silêncio ecoar pela casa. Então ela se preocupa. Ela volta para entrada com atenção, olha para a escada. Com passos cautelosos ela segue para a sala e então ver Miranda sentada, agora sem o sapato no pé. "Até que enfim." Passa pela mente da garota.
— Você vai ficar sozinha? — Andreah sabe que Miranda odeia perguntas, mas não tem como ela evitar fazer.
— Você pode ir, Andreah! — Miranda não olha para a garota. Mas, escuta os passos da assistente se distanciar e a porta abrir e em seguida fechar.
A mulher agora realmente se sente impotente, invalida; solitária e dependente. Ela sabe que será difícil para ela os próximos 20 dias com aquela bota e o problema no joelho. Ela pensa que se o Stephen não tivesse pedido o divorcio durante a viagem de Paris, poderia ter ele para lhe ajudar em pelo menos ir para seu quarto. E se as gêmeas não estivessem passando uns dias com o pai, pelo menos teria elas para pedir socorro caso ela se machucasse. E não é uma opção para ela colocar alguém estranho para lhe auxiliar como se ela fosse uma velha doente que precisasse de cuidador.
Então Miranda sai dos seus pensamentos ao ouvir a porta se abrir novamente e fechar e passos se aproximar.
— Fui pegar minhas coisas e liberar Roy, vou de taxi mais tarde. — Andreah informa desconfiada.
— Você precisa descansar, amanhã será um dia cheio. — Miranda fala apática. Sabe que já tarde.
— Sim, mas você é teimosa e vai tentar subir ou descer a escada sozinha. — A voz de Andreah é dois decibéis mais baixo e travesso. — E mesmo você dizendo, eu não vou obedecer.
— Certo. — Miranda ignora o atrevimento da garota. — Eu preciso da minha cama. — A mulher confidencia mostrando que está cansada.
Andreah balança a cabeça em concordância, então aproxima com atenção para pegar a editora no colo. A confiança que Miranda estava tendo em Andreah para deixa-la fazer isso; estava surpreendendo ela mesma.
— Não imaginava que você tinha tanta força. — Miranda deixa escapar enquanto elas estão no meio da escada.
— Você nem é pesada. Eu faço agachamento com 100 kg na academia. — Andreah trivializa de maneira orgânica enquanto sorrir.
— Isso explica. — Miranda se limita em dizer.
Andreah pensa que Miranda fala isso por ela não parecer cansada ao carrega-la no colo. Mas, Miranda se refere ao bumbum lindo, redondo definido que Andreah tem, e que não tem como não observar.
— Qual seu quarto? — Andreah questiona.
— O ultimo a direita. — Miranda olha em direção a porta. — Pode me colocar no chão.
— As muletas ficaram. — Andreah sorrir seguindo para o quarto da mulher.
Ao chega ao quarto, Miranda abre a porta e as duas entram, Andreah faz menção de deixar Miranda na grande cama, mas Miranda pede para ficar na poltrona. Ela não queria ficar na cama com a roupa que passou o dia na rua e entrou no hospital. Não mesmo.
— Eu vou buscar suas muletas, água e seus remédios.
Andreah sentia-se um tanto quanto eufórica estando perambulando pela casa da Miranda sabendo que pode fazer isso. No momento ela não está limitada apenas ao corredor de entrada e na salinha aonde deixa as roupas. Isso é interessante para ela. A jovem assistente vai para a cozinha aproveitando para observar cada detalhe do caminho até lá.
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FORTUITO
FanfictionNÃO ACEITO ADAPTAÇÃO, INSPIRAÇÃO EM CIMA DA MINHA FIC. Fortuito é o que acontece por acaso; não planejado, eventual, imprevisto... Miranda Priestly torce o pé por causa de um problema no joelho, e escolhe Andreah para ajudar ela a se locomover em...