FORTUITO

MIRANDY FORTUITO 11

Andreah acompanha Miranda até seu quarto, e realmente uma sessão de fisioterapia ajudou a melhor à mobilidade do joelho dela. Então ela segue para o de hospede para se vestir. Assim que a jovem fecha a porta, ela caminha em júbilo até o espelho. Ela amplia seu lindo sorriso se dando conta que ela talvez esteja flertando com Miranda, e o mais surpreendente é Miranda corresponder. Isso é estranho. Isso é tão bizarro. Miranda flertar com sua assistente bem mais jovem que ela? Impossível, só em um mundo paralelo. Se bem que Miranda Priestly é conhecida por escolhas excêntrica e por isso a contratou não é mesmo? Bem, agora não parece tão irreal assim para a jovem tola que sorrir para si mesmo em frente ao espelho. Ela definitivamente que pegar Miranda Priestly e não liga muito ao que isso engloba, ela só quer.

Miranda como não tem nenhum jantar de negócios, ou desfile para assistir essa noite, veste uma camisa de linho branca e um short em alfaiataria do Brunello Cucinelli na cor cinza. Básica, look de ficar em casa. Apesar do short valer quase 5k. A mulher senta na cama para descansar um pouco. Está tentando seguir as instruções médica. Miranda olha para a mesa de cabeceira e sorrir balançando a cabeça em negação ao avistar o perfume da garota ali. Miranda o pega, destampa e leva até o nariz. É engraçado em como tem coisas que marcam. Não faz nem uma semana que Miranda deu o perfume para a garota, e ela já acha ele a cara dela.

— Eu esqueci o... — Andreah para surpresa ao ver Miranda cheirando perfume que deu para ela.

— Perfume? — Miranda arqueia uma das sobrancelhas escondendo o desconforto que sentiu e a sensação de está sendo pega no flagra. Ela não está fazendo nada de errado, oras.

— Uhum! — A garota se aproxima da mulher.

Enquanto a jovem borrifa a fragrância em seus pontos estratégicos, Miranda observa a garota que veste uma blusa de alcinha onde realça seus fartos e lindos seios. Ela também optou por um short; de tecido fino e bem largo nas pernas, parece uma saia. Linda! Realmente Andreah aprendeu direito.

— Eu pedi pasta italiana para nós. — A garota chama a atenção da mulher.

— Ótimo!

A jovem acompanha Miranda até chegar perto da escada. Pega a mulher no colo e sorrir para Miranda. Miranda encara Andreah, o sorriso da jovem se desfaz lentamente dando lugar para seriedade em seu semblante e desejo em seu olhar. Os olhos castanhos conectam aos azuis penetrantes de Miranda.

O sistema solar parece congelar. Todas as estrelas param de piscar, todos os asteroides, cometas, luas e até mesmo o anel de Saturno pausou. O único que se parecia ouvir era o bater de seus corações. Andreah quebra o olhar e encara os lábios que parecem tão gostosos de sentir. Miranda também olha para os carnudos lábios da sua assistente. Em que momento os rostos delas se aproximaram tanto? Em que momento elas passaram a sentir o cheiro do hálito uma da outra? Os narizes resvalam-se. Se Miranda não fizer nada, Andreah vai beija-la. Andreah se atreverá a isso. Miranda sabe disso. A garota o faz. Encosta seus lábios no de Miranda. Ela parece testar; "toque? Não tive repreensão então posso prosseguir". Miranda que está com os braços envoltos do pescoço da jovem, segura com delicadeza a nuca da Andreah. O beijo intensifica gradualmente, respeitando todas as fases, selinho, encontro dos lábios e por fim a intensidade da língua. É tão intenso. Elas conseguem captar o gosto da saliva uma da outra.

Em que momento tornou tão enérgico? Miranda segura mais firme a cabeça da assistente beijando-a com volúpia, é tão molhado e gostoso. Os pulmões delas começam a fazer greve por ar. E na maneira que começou; respeitando todas as etapas de iniciar, ele respeita a de terminar; retirando a língua, só os lábios ainda aproveitando a vontade de se mover entre eles e depois o selinho e Miranda surpreende a garota ao arrastar entredentes o lábio inferior da garota e então o beijo termina.

As duas sentem necessidade de estudar a reação facial uma da outra, mas elas se encontram igualmente perdidas, confusas, ansiosas e estranhamente quentes e ofegantes. Fazia tantos anos que Miranda não beijava intenso e gostoso desse jeito. Ela já beijou assim tão lenta e intensamente? Eu acho que não hein.

— A pasta vai esfriar. — Miranda interrompe aquela interação peculiar.

Andreah sente seu rosto queimar, ela não sabe como agir, então apenas se limita em passar a língua nos lábios, respirar fundo e balançar a cabeça em concordância. Assim que Andreah coloca Miranda no chão, ela volta rapidamente para pegar as muletas da mulher. A jovem entrega em suas mãos. Céus, ela quer beijar Miranda novamente. Mas, Miranda apenas vira em direção à sala de jantar e caminha com cuidado.

Miranda se sente nervosa como há muito não se sentia, ela se sente perdida, sem saber como agir, ela sente como se fosse uma adolescente após o seu primeiro beijo. Isso é bom, mas também é um pouco assustador. Elas precisam conversar sobre esse beijo? Será? Talvez não agora. Pois o constrangimento e silêncio que ficou após isso, é gritante entre elas duas.

É como se o espaço tempo ficasse gritando durante o jantar: "vocês se beijaram", "vocês se beijaram" durante TODO o jantar totalmente silencioso. Isso é aterrorizante.

— A gente vai assistir alguma coisa? — A jovem quebra o ensurdecedor silêncio que prosseguiu até depois do jantar.

Miranda balança a cabeça em concordância. Pensa em sugerir que assistam em seu quarto, mas tem receio que a garota pense que ela está com má intenção. Elas sentam-se no espaçoso e confortável sofá.

— Qual você quer assistir? — A garota tenta ignorar a sua vontade de sumir para poder organizar alguma linha de pensamento.

— Coloca algum que você goste. — A voz da Miranda ainda está rouca. Andreah percebe isso. Mas a da Andreah também está e Miranda também percebeu.

Elas começaram assistir uma comédia romântica, o que não foi uma escolha inteligente da parte da garota. Afinal, elas tinham se beijado minutos atrás. O silêncio entre elas é colossal. Mas, o filme é bom. Qual o preconceito da Miranda com essa temática mesmo? Miranda não resiste e sorrir audivelmente. Andreah olha de soslaio. É muito bom quando você indica um filme e a pessoa realmente gosta.

Uma cena de sexo começa, e então há um estranhamento na sala. O corpo quente delas parecia fazer a sala ficar quente como um vulcão pronto para entrar em erupção. Miranda se remexe no sofá ao recordar do sonho que teve, lembra da garota se estimulando, ela recorda de como Andreah parecia dengosa ao se dar prazer. Aquela sala estava parecendo o inferno.

— Não foi tão ruim. — Miranda revira os olhos. Ela não dá o braço a torcer.

— Nem vem, esse filme é perfeito. — Andreah tenta descontrair. — Vou levar água lá para cima e volto para te buscar.

Miranda apenas assiste Andreah ir de lá para cá, Miranda sabe que ela está nervosa. Andreah é péssima em esconder suas emoções. Miranda se pergunta se está pisando em um terreno perigoso. Ela precisa pensar de maneira racional sobre tudo que vem acontecendo. Ela sabe que precisa. Mas, por que ela não está fazendo?

— Vamos? — A jovem sorrir, tirando Miranda de seus pensamentos.

Andreah pega Miranda novamente no colo. Mas dessa vez elas não se olham, sobem sem reação facial, sem reação vocal. Apenas seus corações que parecem gritar.

Andreah novamente não obedece Miranda para deixa-la ali no topo da escada. Ela segue para o quarto da mulher e a deixa sentada na cama.

— Tem mais alguma coisa que eu possa fazer por você, Miranda? — Que olhar é esse que Andreah oferece? Um pedido para convite de ficar no quarto da mulher será?

— Não! Boa noite, Andreah. — Miranda se acomoda na cama. — Apague a luz.

— Boa noite, Miranda. — A garota fecha a porta lentamente após apagar a luz.