MIRANDY FORTUITO 15

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— Você vai ficar aqui embaixo? — Andreah questiona guardando o casaco e bolsa.

— Sim, quero uma bebida, pegue para nós! — Miranda caminha para o sofá.

— Você não pode beber, está em tratamento. — A garota não esconde seu semblante incrédulo. — Oh! Desculpe. — Andreah lembrou-se que não pode dizer a Miranda o que fazer. Rancorosa não é mesmo?

A garota vai em direção ao bar onde fica as bebidas mais caras do mundo e de lá pergunta para Miranda qual bebida ela quer. Miranda pende a cabeça para o lado, comprime os lábios. Ela não gosta de gritos e com certeza ela não responderá gritando. Não, de maneira alguma.

Outro erro que Andreah percebe que cometeu. Então ela volta sem jeito e antes de perguntar a Miranda o que ela deseja beber, a mulher a responde indiferente.

— Precisa de mais alguma coisa? — A jovem entrega o copo com o líquido na cor de madeira.

— Não! E o seu copo? — Miranda saboreia o primeiro gole sob olhar negativo de Andreah.

— Vou para a academia. Com licença.

Andreah sem esperar Miranda falar qualquer outra coisa, sobe as escadas, troca de roupa, dessa vez optando por um conjunto de short e top, pensando bem, ela precisa mesmo comprar roupas mais comportadas. Ela pega o suéter, amarra na cintura e após calçar o tênis desce as escadas correndo. Miranda balança a cabeça em negação ouvindo que Andreah desceu correndo.

— Estou levando o celular, qualquer coisa que precisar me ligue. — A jovem informa. Está tão rabugenta. Não tem como Miranda não perceber.

— Não se esqueça de ir com meu carro. — Miranda adverte.

— Como apenas sua funcionaria, eu não me devo ao luxo. — A voz da garota é carregada de rancor. — Até mais. — Ela vira de costas saindo às pressas. Ela fica linda brava.

Miranda ouve a porta sendo fechada, ela leva o copo até a boca e toma um generoso gole. Ela sorrir balançando a cabeça em negação. Andreah está longe de ser só uma funcionaria. A editora coloca música instrumental, deixando de apreciar o gosto do seu silêncio. Ela não quer pensar em como vai ser quando Andreah já não estiver mais lá.

Miranda não toma mais que quatro doze. Olha para a hora e resolve analisar algumas propostas, trabalho para ela é o que não falta. A mulher anda em direção do escritório e lá fica por longo tempo. Ela tira os óculos, olha para a hora; já era para Andreah ter chegado. Ela não gosto disso... Ela busca seu celular para ligar para a garota que rapidamente atende.

— Cadê você? — A voz da editora é objetiva.

— Ah, estou em uma cafeteria com uns amigos. Você precisa de mim?

— Sim! — Miranda não diz mais nada e encerra a ligação na cara da garota. Odiou essa informação.

Andreah se despede dos amigos que reclamaram do quanto ela está sumida e que foi loucura mesmo por um extra ser babá daquela rainha das trevas. A garota releva, sabe que não adiantaria defender Miranda se até mesmo às vezes chama a mulher assim e a acha difícil de lidar.

Não tarda muito e logo Andreah retorna a mansão. Encontra Miranda em seu escritório, sentada, focada em uns documentos, Miranda percebeu a chegada da garota, mas fingiu que não. A garota senta-se no sofá que fica no canto do escritório, quase ao lado da grande estante de livros.

— Muito apropriado da sua parte ir para outros lugares vestida assim. — Miranda informa sem se desconcentrar do que está fazendo. Como ela consegue?

— O bar e cafeteria são acostumados a receber clientes vestidos assim. — A assistente ignora a alfinetada da mulher. — Você quer subir agora?

— Por quê? Você pretende voltar para seus amigos? — A mulher por fim olha para a garota e eleva uma das sobrancelhas. — Se quiser desistir do seu trabalho, sinta-se a vontade. — Ela volta sua atenção os papeis.

— Não é isso Miranda, você me ligou, pensei que você estivesse precisando de mim. — Andreah parece um pouco impaciente.

— Você saiu daqui dizendo que ia para academia. Apenas. — Miranda fala como se estivesse indiferente.

A jovem olha para a mulher e dá um sorriso desacreditada. Ela se pergunta mentalmente se deveria ter avisado a Miranda que após academia resolveu ir a outro lugar. Ela bufa, mas não fala nada e o silêncio prevalece no local. Que mulher complicada. Como pode?

Pobre Andreah, vai enlouquecer.

— Quero saber por qual motivo você ligou para clínica exigindo que trocasse a fisioterapeuta por um mais experiente e casado de preferencia com filhos. — Miranda tira seus óculos e olha imponente para Andreah que arregala os olhos. Miranda tinha uma carta na manga.

— Eu não fiz isso. — A garota gagueja. — Quer dizer, só pedi alguém mais experiente para que oferecesse a você os melhores exercícios.

— Também disse que ela havia morrido, não foi mesmo? — Miranda encosta a ponta da língua nos dentes da frente.

— E-eu, ela estava pegando demais em sua perna e você detesta que toquem você. Só estava fazendo o meu trabalho. — O rosto da garota está vermelho.

— Tenho certeza que você consegue ser mais perspicaz. — Miranda sorrir. O olhar de Miranda é intimidador. Ela pressiona a garota apenas com ele.

— Não gostei da maneira que ela tocou em você. — A jovem cobriu o rosto com as mãos e balançou a cabeça em negação.

— Você não pode misturar as coisas, Andreah! — Miranda tenta não se mostrar mexida com a confissão da garota.

Ela sabia e tinha visto os olhares da Andreah a cada vez que a fisioterapeuta falava e pegava em suas pernas, sentiu-se estranha, ela nunca gostou dessas coisas passionais, mas ver Andreah com ciúmes dela foi estranhamente agradável.

— Você não precisa ficar me lembrando disso cada minuto, Miranda. Amanhã ligarei para clínica pedindo a sua adorável fisioterapeuta de volta.

— Não há necessidade, ele realmente é mais experiente. — Miranda junta às folhas que estavam na mesa e guarda na gaveta. — Estou satisfeita com sua explicação. — Miranda olha para a garota que não a encara, ela está se sentindo ridícula e infantil por ter feito aquilo. Miranda percebe a vergonha na cara da garota. Então agradece mentalmente por Andreah ser tão expressiva.

— Vamos tomar banho, eu lavo seus cabelos. — Miranda pega as muletas e segue para fora do escritório.

A jovem pega Miranda no colo. Sobe as escadas e caminha com a mulher no colo até o banheiro. Miranda olha para Andreah e lembra da garota pedindo para a mulher se despir no banheiro. Mas de que adiantaria se de qualquer maneira ela a veria pelada?

Andreah é tão esperta, mas ás vezes é tão boba. Miranda desabotoa lentamente os botões de sua blusa enquanto olha para a garota que desvia o olhar. Ela sabe que Andreah está chateada.

— Me ajude com a saia. — Ela fala com a voz mais carregada de malicia.

Andreah deglute, aproxima lentamente de Miranda que se diverte com jeito torpe da garota que começa a tirar sua saia.

Em sua cadeira, já molhada, Miranda questiona se Andreah não vai se despir para tomar banho também.

— Vou tomar no quarto de hospedes. — Ela tenta não mostrar que está desejando a mulher.

— Não quer que eu lave seus cabelos? — Miranda olha para a Andreah e ordinariamente passa as mãos em seus seios lentamente subindo para o pescoço. Como se estivesse deleitando-se de si mesma.

— Não! — A garota cruza os braços.

— Esfregue minhas costas! — Ordena a mulher entregando o frasco de sabonete líquido para a garota.

Certamente o diabo nesse momento está sentado no camarote do inferno assistindo sua aluna mais dedica a brincar com os desejos da doce e angelical Andreah. A mulher sorrir da garota aproximando-se de suas costas. Será que Andreah vai resistir? Ela parece magoada não é mesmo? Parece brava... Será que consegue? 

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