*Henrique Honorato*
Porra, minha cabeça tava a milhão após aquele pronunciamento da Amanda. Ela pode estragar minha vida, minha carreira com essas acusações falsas. Eu realmente me dooei e amei essa mulher por anos, pra que? Pra ela me destruir na internet como se eu fosse um monstro traidor?
Mas porra deve ser até crime pensar em ex do lado dessa loira. Priscila tá sendo um grande suporte pra mim, tá me apoiando e me tranquilizando a todo momento.
Se não fosse meu celular eu teria beijado ela na praia, mas talvez tenha sido um sinal divino de que não era a hora. Agora tô aqui sentando já meio fraco de bebida falando de vôlei e sendo acusado de ter dado uma de Neymar.
Nós estamos conversando sobre o jogo de volei de um time turco que nós estamos vendo, quando a Priscila pega o celular, lê algo nele e faz uma cara de espanto.
- Que que foi, loira?
- Nada.
- Certeza? Você tá ficou estranha do nada.
- Eu recebi um vídeo...
- Que vídeo?
- Henrique eu vou me sentir pior se eu te mostrar isso.
- Ei, relaxa loira, o que que é?
- Olha...
Ela me entregou o celular...
Eu vi o vídeo, era um vídeo da Amanda abraçada com um cara embaixo de um prédio dava pra ver que o vídeo era antigo, pelo cabelo dela, mas tinha a data embaixo.
Aquilo afundou meu estômago, eu tinha sensação que ela ficava com outros caras quando a gente terminava, com muitos. Mas nesse dia específico eu sei que nós não estávamos terminados, foi o dia da minha estreia no Joinville. Nesse dia ela me apoiou o dia todo, mas após o jogo ela tinha sumido, achei que ela tinha dormido mas aparentemente não era isso.
Joguei a cabeça pra trás encostando no sofá.
- Porra
Priscila veio em minha direção, esfregando a mão no meu peito na tentativa de me confortar.
- Desculpa Henrique, eu não queria...
- Para Priscila, a culpa não é sua, eu sabia que ela me traia, só não queria acreditar...
- Sinto muito.
Ela me abraçou e eu retribui o abraço, respirando fundo pra sentir o cheiro dela, de alguma forma saber que ela estava ali me acalmava. Ela fazia carinho em mim enquanto eu tentava regular a respiração. Eu tô com raiva, raiva de mim mesmo por ter aguentado tudo isso.
O interfone começou a tocar. Ela me soltou devagar e falou:
- É a pizza, vou lá buscar.
Quando ela voltou colocou os pratos na bancada e me chamou pra ir comer.
- Vem Henrique, tá quentinha.
Eu fui sentei de um lado da bancada e ela do outro. Começamos a comer em silêncio.
- Que que tá passando na sua cabeça? Você tá triste, com raiva? Eu tô preocupada com você. Foi muita informação pra um dia só.
- Nem sei o que tô sentindo, tô bravo comigo por ser trouxa, com ela por me trair. Eu tô cansado e sem rumo.
- Imagino, se você quiser ficar por aqui, tem um quarto extra.
- Não precisa Pri, o complexo é aqui perto.