*Henrique Honorato*
Eu estava curtindo a cerimônia com os meninos e tinham acabado de liberar o bar para que pudéssemos aproveitar. Ao mesmo tempo que eu estava aproveitando eu estava de olho na Priscila, algo me dizia que ela não estava bem.
Vi um homem se aproximar dela e começar a conversar com ela confesso que não me senti confortável vendo isso porém tentei ignorar afinal não temos nada, inclusive no momento não estamos nem nos falando.
Nesse meio tempo o Bruno começou uma conversa comigo sobre como era bom morar na Europa e começou a me dar várias dicas sobre mas eu não estava prestando muita atenção. Enquanto eu conversava com ele, direcionei meu olhar novamente para o lugar que a Priscila estava e vi que ela estava saindo do salão, meio perdida e pude acreditar que vi lágrimas nos olhos dela.
Na mesma hora terminei a conversa com o Bruno.
- Licença, preciso ir ali. - Sai em direção a porta do salão
Encontrei a Carolana perto da porta, observando pelo vidro a Priscila fora do prédio, ela me olhou e disse:
- Ela quer ficar sozinha.
- O que aconteceu?
- Não sei. Ela só me disse que queria ficar sozinha mas estou preocupada com ela.
- Eu fico aqui, espero ela se acalmar e converso com ela
- Ok, promete pra mim que ela vai ficar bem?
- Prometo que ela vai estar segura e que eu vou fazer o possível para que ela fique bem - Carolana assentiu receosa e voltou para o salão.
Esperei alguns minutos e sai em direção à Priscila. No momento que ela me olhou eu vi que realmente algo não estava bem, ofereci um abraço que ela aceitou e ficamos abraçados até quando ela me pediu para que saíssemos de lá. Fomos para o centro e nos sentamos em um café.
Vi que ela estava péssima e isso quebrou meu coração, queria fazer o possível para que ela ficasse melhor.
Apesar de eu ter dito para ela que não precisava me contar o que tinha acontecido ela quis me contar.
Ela me contou a situação nojenta com o tal surfista e seu amigo. Meu sangue ferveu eu fiquei puto com esses caras, fiquei puto comigo mesmo porque eu já tinha sentido que a situação estava estranha e eu não fui lá para ajudá-la.
Fiquei triste de ver ela se culpando e claramente arrasada com a situação. Apesar de todos esses sentimentos eu tentei não transparecer, eu tinha que ser forte pra ela, mostrar que eu ia segurar a barra e que ela podia confiar em mim.
Sugeri que não voltássemos pra Vila e ela aceitou fui perguntar ou pelo menos tentar perguntar para a atendente do café onde ficava o hotel mais próximo e ela falou um monte de coisa em francês e apontou para a direita.
Chamei a Priscila e fomos para o hotel, eu havia pedido dois quartos apesar de saber que longe dela eu ficaria extremamente preocupado mas ela pediu por só um quarto e eu acatei o pedido. Assim eu ficaria de olho nela o tempo todo.
Entramos no quarto e vi que tinha um sofá, me planejei para ficar nele e deixar que ela ficasse com a cama, não era a hora de misturar as coisas. Fui para o banheiro me organizar e pelo menos tirar essa camisa de botão. Voltei pro quarto, ajudei a Priscila com o vestido e enquanto ela se arrumava no banheiro aproveitei para arrumar o sofá para que eu pudesse dormir.
Deitei e esperei que ela saísse do banheiro. Ela saiu me olhou, provavelmente surpresa que eu não estava na cama e se direcionou até lá, deitando de costas pra mim, percebi que ela estava apenas de lingerie porém tentei não me concentrar nisso. Eu estava repassando tudo que aconteceu naquele dia e pensando o quanto eu ainda estava com raiva daqueles caras até que eu ouvi a Priscila me chamar.