*Pri Daroit*
Passei o voo inteiro acordada, não conseguia dormir, só pensar. Não sei se eu agi certo. Será que eu deveria ter sido mais compreensiva com o Henrique?
Eu não devia sentir ciúmes dele, o que eu falei era verdade, a gente não era nada um do outro mas mesmo assim, eu estava criando um carinho por ele e eu sei que ele também estava. Será que ele realmente vai voltar pra ela? Ele correspondeu o beijo...
O fato dele ter me jurado que apesar de tudo não voltaria para ela, me deixou ainda mais confusa... Ele não mentiria pra mim? Mentiria? Talvez tenha mudado de ideia... E a palhaça fui eu.
Não consigo acreditar que ele tenha me usado nesse tempo só pra depois voltar pra ela, ele é muito bonzinho pra isso. Ou será que isso foi o que ele queria que eu acreditasse?
Muitas dúvidas e sensações estão passando pela minha cabeça. A verdade era que eu deveria esquecer tudo isso e focar nos jogos. Essa era e continua sendo a minha prioridade.
Eu só quero chorar até esquecer ele e todos os momentos que tivemos juntos...
...
Chegamos em Macau, amanhã já tem treino. Eu estou exausta tanto fisicamente como mentalmente. Aqui a gente vai ficar em dormitórios, e é claro que eu estou com a Carol. Ainda tem isso, ela não sabe de nada que tá acontecendo.
Entramos no quarto e fui direto para a cama.
- Que que tá acontecendo com você, princesa? Tá tristinha, cadê minha Priscila sorridente?
- Tem muita coisa acontecendo, Carol, muita coisa. Vou te contar tudo mas amanhã porque hoje eu preciso dormir.
- Tá bom, vou cobrar viu loira. - Ela foi em direção ao banheiro.
Loira...Porra, esse apelido vai me assombrar para sempre.
...
Acordei cedo no dia seguinte, Carol ainda dormia, fui fazer minhas coisas pois em breve iríamos para o centro de treinamento daqui.
Logo depois a Carol acordou se arrumou e descemos para tomar café, encontrando boa parte das meninas lá. Rosa veio em minha direção preocupada me abraçou e perguntou:
- Como você tá?
- Vou ficar bem, não foi nada. Tô focada nos próximos jogos. - Falei para ela mas no fundo eu estava tentando convencer a mim mesma disso.
- Não acredito muito em você não, se permite entender tudo e depois tira suas considerações, depois fica triste ou não.
- Não quero entender nada, eu vi, Rosa...
- Eu sei amiga, mas fazia tempo que eu não te via tão animada em relação à alguém. Não adianta de nada ficar você sofrendo daqui e ele de lá.
- Do que você tá sabendo, Rosa? - Perguntei ansiosa por notícias dele.
- Nada demais, só que ele tá com a mesma cara apática que você. Se lamentando pelos cantos.
Passei a mão pelos cabelos respirando fundo.
Logo mais meninas chegaram e nossa conversa foi obrigada a acabar.
Tomei café e fomos de ônibus até o local do ginásio. Carol estava sentada do meu lado eu estava de fone e concentrada em olhar as ruas. Até que ela falou:
- Amiga, eu tô preocupada com você. Toda murchinha assim. Não quer falar o que aconteceu.
- Eu tô bem amiga, a história é longa.