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Estava sentado em uma das mesas ao lado da pequena loja, a incerteza pairava no ar. Nem eu, nem Kawani, sabíamos por onde começar. Horas se passaram desde que ela concordou em me ajudar, mas ela estava completamente absorta em suas tarefas, mal notando minha presença ali. Seus estudos e o trabalho na loja pareciam consumir todo o seu tempo e atenção.

Observando-a, percebi que, apesar de sua aparente dedicação aos estudos e ao trabalho, Kawani tinha características peculiares. Ela parecia ter uma aura intelectual, mas ao mesmo tempo mantinha uma certa distância das interações sociais. Era como se ela soubesse como se esconder por trás de uma fachada ao lidar com os clientes, mas pouco se sabia sobre sua vida pessoal.

Eu também era um mistério para ela, assim como ela era para mim. Sabia muito pouco sobre sua história, assim como ela não tinha ideia da minha. Kawani era um enigma que eu estava determinado a decifrar, especialmente depois de ela ter aceitado em me ajudar, e o que havia de especial em seus olhos que me enxergavam com veemência e que ligação teríamos.

O ambiente ao redor proporcionava um cenário tranquilo para minhasreflexões. O design cuidadoso do local permitia que os clientes desfrutassem desuas refeições enquanto observavam o movimento nas ruas. No entanto, eu sabiaque não podia incomodá-la. Já havia sido rude o suficiente naquele dia, e eraimportante dar a ela o espaço que merecia, mesmo depois de ter se comprometidoa me ajudar. Enquanto eu observava, minha mente vagava pelas últimas horasdesde que Kawani concordou em me ajudar.

 Enquanto eu observava, minha mente vagava pelas últimas horasdesde que Kawani concordou em me ajudar

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Ela poderia se tornar alvo de possíveis bandidos que rondavam durante os períodos sombrios. De relance, vi Kawani, cujos olhos estavam fixos em um prontuário, fazendo anotações e concentrando-se até ser interrompida pelo som de algum alarme. Ela lançou um breve olhar para o pequeno relógio em seu pulso, suspirou, exibindo sinais de cansaço, e então observou a loja, aparentemente em busca de algo, até finalmente encontrar-me.

O relógio redondo exibia as horas em pequenas luzes amarelas, era tarde demais para uma moça permanecer trabalhando até aquela hora. Embora o bairro parecesse seguro, o isolamento e a escuridão não eram convidativos, especialmente para uma jovem sozinha em uma loja bem equipada.

Kawani estava me procurando. Sem desviar o olhar, atendeu os últimos clientes que entraram na loja, pegou um monte de chaves e deu a volta para passar para a frente do balcão, dirigindo-se à porta principal ao finalizar com a virada da placa que indicava o fechamento do estabelecimento.

Seus movimentos eram vagarosos, e enquanto se dirigia a uma pequena porta, ela retornou com um balde e uma vassoura. Mesmo visivelmente cansada, Kawani começou a limpar o recinto, e isso continuou por cerca de uma hora, o que parecia estranho. Quando finalmente terminou, voltou ao caixa para terminar de contabilizar as vendas e preencher o relatório em um caderno de contas, um processo que levou muito tempo.

Em seguida, ela apagou as luzes e reuniu seus materiais de estudos. Eu permanecia sentado, observando cada um de seus passos enquanto ela se dirigia às escadas, mas antes que as luzes do corredor se apagassem, a pimpolha parou e ergueu a cabeça, virando-se na minha direcção. Nossos olhares se encontraram, e pude ver o quão seus olhos lutavam para permanecerem abertos.

Os Olhos De KawaniOnde histórias criam vida. Descubra agora