— Srta. Chapman?
A voz da professor Alex Vause atravessou toda a sala de aula para alcançar a jovem atraente de cabelo loiro que estava sentada no fundo. Perdida em seus pensamentos, ou perdida na tradução, sua cabeça estava abaixada enquanto digitava apressadamente em seu notebook.
Dez pares de olhos se viraram para seu rosto pálido e longos cílios, seus dedos finos e brancos seguravam uma caneta. Em seguida, dez pares de olhos viraram de volta para a professora, que ficou perfeitamente imóvel e começou uma carranca. Seu comportamento mordaz contrastava fortemente com a simetria total das suas características físicas, seus grandes e expressivos olhos e boca cheia. Ela era incrivelmente bonita, mas aquele terrível momento arruinou bastante o agradável efeito geral de sua aparência.
— Ahã. — Uma tosse modesta à sua direita chamou a atenção da jovem. Ela olhou surpresa para o rapaz, sentado a seu lado. Ele sorriu e jogou os olhos para a frente da sala, para Alex. Piper seguiu o seu olhar lentamente, encarando um par de olhos claros, que a observavam com raiva, engolindo ruidosamente.
— Estou esperando uma resposta à minha pergunta, Srta. Chapman. — Sua voz era glacial, como seus olhos.
Os alunos de pós-graduação se moviam em seus lugares e davam olhadas furtivas de uma para a outra. Suas expressões, diziam: "O que está acontecendo com essa idiota?", mas eles não disseram nada. (Porque normalmente é de conhecimento geral que os alunos de são relutantes em confrontar os seus professores com relação a qualquer coisa, sem falar em comportamentos rudes.)
A jovem abriu a boca e fechou-a minuciosamente, olhando para aqueles olhos verdes arregalados, como um animal indefeso e assustado.
— Você fala minha língua? — Alex zombou dela.
Uma jovem de cabelos negros sentada à sua direita tentou sufocar uma gargalhada, fingindo uma tosse pouco convincente. Todos os olhares se voltaram para a garota assustada que ficou vermelha enquanto abaixava a cabeça, finalmente fugindo do olhar da professora.
— Já que a Srta. Chapman parece estar em algum universo paralelo, em um idioma diferente, talvez alguém possa responder à minha pergunta?
A garota à sua direita estava muito ansiosa. Esta se virou para Alex e sorriu enquanto respondia a pergunta dela com grande detalhe, dando um show, gesticulando com as mãos quando citou Dante em seu original italiano. Quando terminou, sorriu com arrogância para o fundo da sala, em seguida, então, passou a olhar para Vause e suspirou. Tudo o que faltou em seu pequeno teatro foi se ajoelhar aos pés da professora. (Não que ela teria apreciado o gesto.)
Alex franziu a testa quase imperceptivelmente e virou as costas para escrever no quadro. Piper, assustada, piscou para conter as lágrimas enquanto continuava escrevendo, mas felizmente ela não chorou.
Pouco tempo depois, enquanto a professora zumbia e falava sobre o conflito entre os guelfos e os gibelinos, um pequeno pedaço de papel dobrado apareceu no topo do dicionário italiano da loira. No início, ela não percebeu, mas mais uma vez uma suave expressão chamou sua atenção para o jovem de boa aparência ao seu lado. Ele sorriu mais amplamente desta vez, quase ansiosamente, e olhou para o papel. Ela viu e piscou. Observando as costas de Alex, enquanto esta desenhava círculos intermináveis em torno de infinitas palavras em italiano, ela escondeu o papel no seu colo, desdobrando calmamente.
Vause é uma imbecil!
Ninguém tinha percebido, porque ninguém estava olhando para ela, exceto o homem ao seu lado. Assim que leu essas palavras, um tipo diferente de rubor apareceu em seu rosto e ela sorriu. Não o suficiente para mostrar os dentes, mas um sorriso, no entanto. Ela levantou os enormes olhos para o jovem ao lado e olhou-o timidamente. Um sorriso largo e simpático se espalhou pelo rosto dele.
— Algo engraçado, Srta. Chapman?
Seus olhos azuis dilataram de terror. Seu sorriso para seu novo amigo rapidamente desapareceu quando ela se virou para olhar para frente. Ela sabia agora que era melhor olhar para Alex. Em vez disso, preocupada, ela baixou a cabeça e colocou o lábio inferior entre os dentes, os mordendo de forma nervosa.
— Foi minha culpa, professora. Eu só estava perguntando em que página estávamos. — O rapaz, cordial, intercedeu em seu nome.
— Uma pergunta ridícula a ser feita por um aluno de doutorado, Larry. Mas já que você perguntou, nós começamos com o primeiro canto. Acredito que pode encontrá-lo sem a ajuda da Srta. Chapman. Ah, e Srta. Chapman? — A loira tremeu ligeiramente quando ergueu o olhar. — Venha falar comigo em meu escritório depois da aula.
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O Inferno de Alex Vause
FanfictionAVISO: Essa obra não me pertence. O enredo e conteúdo descritos são de autoria da escritora Sylvain Reynard. O que lerão a seguir é uma adaptação feita para o universo Vauseman, personagens fictícios da série Orange is the new black. Livro 01: Enig...