No final da aula, Piper Chapman rapidamente enfiou o pedaço de papel dobrado, que ela tinha escondido no colo, em seu dicionário de italiano.
— Desculpe por tudo isso. Eu sou Larry Bloom. — O jovem cordialmente estendeu a mão sobre a mesa. Piper a apertou suavemente, e ele ficou maravilhado com o ato.
— Olá, Larry. Eu sou Piper. Piper Chapman.
— Prazer em conhecê-la, Piper. Desculpe, mas essa professora é uma imbecil. — Ela corou ligeiramente e virou-se para seus livros. — Você é nova? — Ele insistiu, inclinando a cabeça um pouco como se estivesse tentando apanhar seu olhar.
— Recém-chegada. Vim transferida da Universidade de São José.
Larry balançou a cabeça como se isso significasse alguma coisa.
— E você está aqui para um mestrado?
— Sim. — Ela gesticulou, estava em frente à sala de aula, agora vazia. — Provavelmente não parece, mas eu deveria estar estudando para ser uma especialista em Dante.
O rapaz assobiou entre os dentes.
— Então você está aqui para ter aula com Vause?
Piper assentiu, e ele notou que as veias do pescoço dela começaram a pulsar suavemente, com um ritmo cardíaco acelerado. Como ele não tinha uma explicação para a reação dela, desistiu. Mas Larry se lembraria mais tarde.
— É difícil trabalhar com ela, por isso não tem tantos alunos em suas aulas. Estou escrevendo minha tese e há também Sylvia Peterson, que você já conheceu.
— Sylvia? — Ela lhe deu um olhar interrogativo.
— A arrogante da cadeira da frente. É aluna sua de doutorado, mas o objetivo dela é ser a futura Sra. Vause. Sylvia vive pra cima e pra baixo tentando agradar ela. Assando biscoitos, se metendo em seu escritório, deixando mensagens... É inacreditável!
Piper assentiu com a cabeça novamente, mas não disse nada.
— Sylvia não parece estar ciente da estrita política de não se envolver com professores. — Larry revirou os olhos e foi recompensado com um sorriso muito bonito. Disse a si mesmo que teria que fazer a loira sorrir mais vezes. — É melhor você ir. Ela quer vê-la depois da aula, e vai estar esperando.
— Hum, eu não sei onde é o escritório dele. — A loira afirmou rapidamente, enquanto jogava suas coisas em uma mochila.
— Vire à esquerda quando sair da sala, em seguida vire novamente à esquerda, o escritório fica no final do corredor. Boa sorte, e te vejo na próxima aula, ou antes...
Piper sorriu agradecida e saiu da sala de aula. Quando virou o corredor, viu que a porta do escritório de Vause estava entreaberta. Ela parou nervosa em frente a porta querendo saber se deveria bater primeiro ou dar uma espreitadela. Após pensar um pouco, optou pela primeira. Endireitando os ombros, respirou fundo, segurou o ar, e colocou os nós dos dedos na frente do painel de madeira. Foi quando ela ouviu.
— Sinto muito por não ter te ligado de volta. Estava no meu seminário! — Uma voz irritada, muito familiar agora, cuspiu em voz alta. Houve um breve silêncio antes dela continuar. — Porque é a primeira aula do ano, idiota, e porque a última vez que falei com ela, ela disse que estava bem!
Piper recuou imediatamente. Parecia que a professora estava ao telefone, gritando. Ela não queria ser alvo dos seus xingamentos, e então decidiu fugir e lidar com as consequências mais tarde. Mas um soluço dilacerante invadiu seus ouvidos. E a partir desse momento ela não podia mais fugir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Inferno de Alex Vause
FanfictionAVISO: Essa obra não me pertence. O enredo e conteúdo descritos são de autoria da escritora Sylvain Reynard. O que lerão a seguir é uma adaptação feita para o universo Vauseman, personagens fictícios da série Orange is the new black. Livro 01: Enig...