Capítulo 11

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No fim da tarde de terça-feira, Piper e Larry conversavam na Starbucks da Bloor Street, desfrutando de seus respectivos copos de café, aconchegados em um sofá de veludo púrpuro. Eles estavam próximos, mas não muito. Perto o suficiente para que Larry pudesse admirar sua beleza, e longe o bastante para que Piper pudesse encarar seus olhos grandes e gentis e não se sentir excessivamente nervosa. Ou à flor da pele.

— Você gosta de Nine Inch Nails? — Ela perguntou, colocando seu café entre as duas mãos.

Larry foi pego de surpresa com aquela pergunta.

— Oh, não. Não, eu não gosto. — Ele deu com os ombros. — Trent Reznor me dá dor de cabeça. A não ser que ele cante como a segunda voz de Tori Amos. Por que, você gosta?

Piper estremeceu.

— De forma alguma.

Ele tirou um CD de sua mochila e entregou a ela.

— Eu gosto disso. O tipo de música com a qual eu possa escrever minha tese.

— Eu nunca ouvi falar de Hem antes. — Ela ponderou, virando a capa do CD.

— Eles têm uma música que eu acho que você vai gostar. É chamada Half Acre. Ela foi usada num anúncio de uma Seguradora na televisão, então é provável que você já tenha ouvido. É linda. E ninguém é capaz de clamar por você, ou gritar, ou dizer que quer você se fo... — Larry parou de repente e corou. Ele estava tendo o maior cuidado para não praguejar perto dela, mas não estava tendo muito sucesso.

Ela tentou lhe devolver o CD, mas ele recusou.

— Obrigada, mas eu não posso aceitar!

Ele parecia ofendido. E magoado.

— Por que não?

— Eu simplesmente não posso. Mas obrigada assim mesmo.

Larry olhou para a nova pasta de Piper, que estava apoiada sobre os pés dela. E apertou os olhos.

— Você aceitou uma pasta bacana de alguém. Foi presente de Natal antecipado de algum namorado?

— Eu não tenho namorado. — Ela admitiu constrangida. — A mãe da minha melhor amiga queria que eu ficasse com esta pasta. Ela faleceu recentemente.

— Eu sinto muito, Piper. Eu não sabia!

Larry esticou o braço e acariciou a mão de Piper, colocando o CD no sofá entre eles. Ele percebeu que ela não se afastou. Na verdade, ela remexeu sua bolsa para procurar o CD da professora Vause e o devolveu a Larry com a outra mão, enquanto ainda lhe permitia manter seus dedos nos dela.

— O que eu posso fazer para convencer você a aceitar o meu presente? — Ele virou o rosto, para não encará-la, enquanto guardava o Mozart de Vause em sua mochila.

— Nada. Eu tenho recebido muitos presentes ultimamente. Já tenho um estoque deles.

Larry endireitou-se e sorriu.

— Deixe-me tentar convencê-la, então. Você tem essas pequenas mãos. Menores do que as da chuva. — Ele moveu suas mãos unidas, levando a dela para trás, segurando-a contra a luz. Sua mão parecia tão diminuta em volta da dele.

Piper encarou-lhe com curiosidade.

— Que lindo. Você acabou de criar?

Larry inclinou a cabeça para trás contra o sofá e trouxe a mão dela para perto de si, dedilhando sua linha da vida com o polegar, quase como se estivesse tentando ler a palma da mão dela com as pontas dos dedos.

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⏰ Última atualização: Apr 13 ⏰

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O Inferno de Alex VauseOnde histórias criam vida. Descubra agora