NOVE

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Assim que Rodolffo adormeceu, Juliette levantou-se, tomou banho, escovou os dentes e veio até à cozinha planear o almoço ou talvez o jantar porque Rodolffo não acordaria tão cedo.

Pegou nas roupinhas de bébé que tinha lavado no dia anterior e começou a dobrá-las.  Olhava os conjuntinhos e reparou que tinha pouca coisa.  Tudo o que tinha, havia ganho de amigas e colegas.

Começou a fazer a lista do que ela achava que faria falta.  Era muita coisa, afinal são dois.
Nem berços tinham ainda.

Rodolffo despertou perto das 17 horas conforme ela previu.  Nem se preocupou em fazer almoço. Comeu umas frutas e uma sanduíche e alguns biscoitos.

- Oi  princesa.  Porque me deixaste dormir tanto?

- Precisavas.  A vida de cantor, no quesito descanso, é muito precária.
Vem.  Vou fazer um lanche.  Já é tarde para almoço.

- Vamos sair para jantar mais logo?

- Hoje não estava nos meus planos.
Pedimos jantar e ficamos em casa.  Eu queria conversar umas coisas contigo.

- Está bem,  mas vai lá colocar uma roupa confortável e vamos caminhar.

- Deixa eu terminar o meu lanche.

Caminharam durante uma hora e regressaram quando já escurecia.

Juliette foi tomar um duche enquanto Rodolffo,  sentado no sofá, olhava as roupas de bébé e a lista que ela tinha feito.

Depois do jantar, sentaram-se na varanda.

A noite estava clara.  No céu a lua estava cheia.  Estavam em silêncio quando avistaram uma estrela cadente.

- Rodolffo,  eu tomei uma decisão que pode mudar tudo na nossa vida.

- O que foi?  Não vais fugir novamente.   Ainda não estamos 100%, mas eu prefiro assim do que nada.

- Não vou fugir mais.  Vou voltar para casa. Vamos cuidar dos nossos filhos juntos e não separados.

Juliette estava sentada ao lado dele e quando falou, ele puxou-a para o colo dando-lhe um beijo.

- Estou muito feliz.  Obrigado por seres a mulher incrível que és.

- Tem mais.  Suspendi o trabalho.  Vou ser mãe a tempo inteiro, pelo menos até aos 3-4 anos deles.

- Sério,  Ju?  Tens a certeza dessa decisão?

- Tenho.  Quero viver a maternidade plena.  Não quero ser mãe uma ou duas horas por dia.

- Como eu queria poder fazer o mesmo, amor.  Fico angustiado só de pensar no tempo que vou estar longe.  Mas estou feliz por tomares essa decisão.

- Mas de vez em quando podemos viajar contigo.   Nos shows aqui das cidades vizinhas.

- Pois é.  Eu vou adorar ter vocês comigo.  Já disse hoje que te amo?

- Faz aí um bons meses.

- Mentira.   Todos os dias dizia, só que tu não ouvias.
Vamos para o quarto?  Preciso matar as saudades de ti.

- Muitas?

- Nem imaginas quantas. 

Rodolffo levantou-se e seguiu para o quarto com ela ao colo.

- Amor, o que disse a Maitê?

- Deu-me a maior força.   Lamentou não ter tido coragem de fazer o mesmo.  Disse para voltar quando estiver pronta.

Rodolffo deitou-se sobre Juliette com cuidado para não pesar na barriga dela.

- Não incomoda?

- Por enquanto nada.

Começaram um beijo apaixonado.  Rodolffo ia retirando a roupa dela enquanto a cobria de  beijos.  Deteve-se na barriga para sussurrar aos filhos que fossem dormir, o que fez rir Juliette.

Fizeram amor com gosto de saudade, experimentando diversas sensações há muito escondidas.

Satisfeitos, mas com gostinho de quero mais, foram dormir.

Vou tirar o teu batonOnde histórias criam vida. Descubra agora