QUINZE

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Depois de Rodolffo fornecer os novos elementos, Juliette precisou ir prestar declarações.  Aproveitou e prestou queixa sobre Raul por assédio.

A agenda do cantor estava suspensa até que estivessem reunidas todas as condições para o regresso.

Juliette entrava no nono mês de gravidez.   A médica havia alertado para a hipótese deles nascerem antes do tempo e ainda ser feita cesariana.

Ela queria parto normal, mas também tinha plena consciência de que poderia não ser possível.

As investigações apontavam para que Raul estivesse na cidade quando o incidente.  Faltava ligar ele ao contratante ou ele no local do show.

Depois de muito pressionado pela polícia, ele confessou que Raul era seu primo e actualmente estavam numa parceria de trabalho.

Sobre o afastamento do público do palco, contou que tinha sido sugestão de Raul, mas sobre a explosão não adiantou muito.  Forneceu a localização do primo e foram presos os dois.
Aguardam julgamento na prisão.

Rodolffo recebeu a notícia e ficou mais aliviado pelos meliantes estarem presos.

Completamente recuperado, já podia voltar aos shows.   Sérgio ainda fazia  fisioterapia, mas já podia  caminhar.

O quarto dos gémeos finalmente ficou pronto.   No último ultrassom descobriram que um deles era menina, mas o outro manteve-se escondido.

Resolveram decorar o quarto de tons neutros,  mas Rodolffo quis uma parede decorada com borboletas azuis e rosa.  Ele teimava que eram um casal e ninguém lhe tirava isso da ideia.

Faltavam quinze dias para terminar o tempo de gestação.   Juliette acordou um pouco indisposta.

Tomou um café ligeiro e foi novamente deitar-se.

Qualquer posição era desconfortável.  Levantou-se e foi caminhar no jardim. 

Rodolffo tinha saído cedo para resolver assuntos de trabalho.
Paula estava nas suas tarefas quando ela desceu.

- Vou caminhar um pouco, Paula.  Não estou muito bem.

- Quer que vá consigo ou telefone para o Rodolffo?

- Não é preciso.  Volto em 20 minutos.

Passara meia hora e Paula não viu Juliette voltar.  Saiu à procura dela e viu-a sentada num dos bancos, segurando a barriga.

- Está tudo bem, Juliette?

- Não.   Acho que eles querem nascer.  Estou com algumas contrações.

Paula ajudou Juliette a regressar ao interior da casa.
Telefonou para Rodolffo que disse já estar de regresso e depois subiu ao quarto da Ju para buscar a mala da maternidade que estava pronta.

Rodolffo chegou logo de seguida.

Ligou para a médica e ajudou a Ju a entrar no carro.  Momentos depois chegaram à clínica e Juliette foi logo encaminhada para a sala de partos.

- Tudo indica que poderemos ter um parto normal.  A dilatação é boa, vamos iniciar.
Rodolffo vá-se equipar se quiser assistir.

Rodolffo imediatamente colocou bata, touca, luvas e sapatos e posicionou-se à cabeceira de Juliette.

Deu-lhe  beijo na testa e disse que ia correr tudo bem.

O parto do primeiro bébé demorou um pouco, mas Juliette sorriu ao ouvir o primeiro chorinho.

- Aqui está uma menina grandona.

Rodolffo chorava baba e ranho.  Oh homem emocionado!

Juliette recebeu a filha no peito enquanto a médica se concentrava no outro bébé.  Não demorou muito,  novo choro ecoou na sala.  Um choro mais suave.

- É um rapagão,  disse a doutora.

- Vês?  Eu sabia que era um casal, disse Rodolffo beijando Juliette.  Obrigada, mamãe.

As enfermeiras levaram os dois e Rodolffo teve que sair para terminarem com Juliette antes dela ir para o quarto.

Enquanto esperava foi tomar um café e comer uma sanduíche pois ainda estava em jejum.

Não demorou muito.  Não queria deixar Ju sózinha quando viessem os gémeos.

Vou tirar o teu batonOnde histórias criam vida. Descubra agora