Capítulo 6

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Apoiando a cabeça em minha mão, eu permanecia calada a viagem toda

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Apoiando a cabeça em minha mão, eu permanecia calada a viagem toda. Olhando pela janela do jatinho as nuvens que estavam no céu, nos acompanhando na viagem.

Suspiro fundo e olho para o relógio em meu pulso, que marcava 07:35 da amanhã. Se passaram apenas trinta e cinco minutos!

A essa hora eu deveria estar na escola, tendo que aturar a voz irritante do professor de química e a de educação física, usando gírias jovens, se achando a legal. Eles devem ter alguma deficiência, não é possível.

Ah, foda-se a escola, ela é o que eu menos deveria me preocupar agora.

Sinto alguém sentando ao meu lado e eu peço internamente para que seja Marco. Para o meu azar, quando olho, vejo Benjamin.

— Seu aniversário é daqui à dois dias, né? — Pergunta.

— Aham — respondo desviando o olhar, sem muita emoção com esse assunto.

— Lembra do seu último aniversário conosco?

— Como eu poderia esquecer? — Murmuro.

Ouço ele rir anasalado, achando graça de minha fala.

— Fomos tão gentis, Lyse — ele relembra. — Até mesmo Ethan. Foi um verdadeiro presente de aniversário.

O olho, finalmente.

— Onde exatamente quer chegar, Benjamin?

Ele sorri.

Seu sorriso era com certeza o mais bonito que já presenciei. Seu sorriso antes sempre me fazia sorrir e suas covinhas dos dois lados da bochecha eram um de seus pontos mais bonitos.

Agora, seu sorriso me dá medo.

— Relembre que: Vou garantir que seja o pior aniversário que você já teve.

Solto uma risada sem emoção.

— Que seja. Faça o que quiser, não me importo — desvio o olhar para a janela novamente.

Consigo sentir o mesmo me olhando, ele não saiu como eu esperava que saísse.

— O tempo mudou você — afirma. — A última vez que te vi sorrindo de verdade foi aqui. Nesse mesmo lugar, nessa mesma viagem. Com apenas 17 anos.

Relembrar dos meus primeiros dias com 17 anos me faz ter lembranças péssimas. Eu odeio essa sensação.

— Uma vez... Você me disse que pessoas ruins não mudavam, apenas pioravam — relembro, sem olhá-lo. — Já que eu sou tão ruim, como vocês dizem, esse termo também se aplica para mim.

Suspiro fundo, ainda olhando para a vista à fora. Mas eu já não estava prestando tanta atenção assim naquela bela paisagem.

— Por favor, me deixa quieta e não fala comigo. Não é como se eu quisesse vim com vocês pra essa viagem idiota — digo, para minha sorte, Benjamin sai.

O Acordo com o DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora