Desejos ocultos

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Ao chegar no ponto de encontro do passeio da igreja, com Regina, Mariana foi recebida com sorrisos calorosos de todos. O ambiente pulsava com a energia do grupo unido. Crianças brincavam animadas, e os adultos conversavam.

Ao adentrar o local, viu de longe Ana e sua família. Sentiu um frio na barriga, a loira estava radiante, foi andando em direção a eles quando Ana a viu.
- Mariana! Chegou! E essa neném mais linda da tia? Que linda! Que linda! - Dizia animada e tirou um sorriso das duas. Mariana achou fofo Ana se declarando titia, ainda mais com aquele sorriso largo e suas marquinhas de expressão em volta dos olhos.
- Sim, Ana! Valentina!!! Que saudade desse rostinho, como está?
- Ela está bem, mas e comigo? Não fala não? - Cecília disparou.
- Meu amor! Que saudade de você também! Vamos aproveitar hoje.
- Com certeza, Mari. Minha mãe não parou de falar disso.
- Ai, é verdade! Estou animadíssima.
- Pois é, mais que o normal... estou até estranhando o porque será. - Cecília olhou com uma cara desconfiada.
- Ih filha, não começa. Sua mãe precisa de distração também. - Me olhou sorrindo serenamente e retribuí.
- Mari, vou lá dentro terminar as papeladas pro ônibus partir, passa o olho na Vale pra mim?
- Claro, Ana. Vai lá! - Ana piscou e foi pra dentro da igreja. A morena  ficou brincando com Regina e Valentina.
- Mari?
- Oi, ceci.
- Promete que você não vai sair mais daqui? Você tem feito muito bem a minha mãe, ela comentou da amizade de vocês.
- Ah, é? E oque disse?
- Disse que foi uma enorme surpresa você ter aparecido, e por mais que seja mais nova, sente que é escutada e entendida pro você. Que está amando a amizade de vocês.
- Ah que linda, pois é recíproco! Amei muito conhecer vocês.
- Eu também. Meu pai até ficou com ciúmes. Ai meu Deus, falei demais. - A morena arregalou os olhos.
- Ihhh que papo é esse? Por que?
- Ele disse que ela está mais tempo com você do que com ele. Mas não sei por que ele está incomodado, visto que mamãe vem reclamando faz tempo com ele de suas atitudes e não há mudança.
- Isso é verdade, Ceci. Sua mãe tem batido na tecla algumas vezes sobre isso. Dá um toque no seu pai, ele vai perder uma mulher maravilhosa.
- É verdade, pior que já falei, mas ele não dá a mínima. Enfim, estou do lado da minha mãe. - Assim que terminaram o assunto Ana saiu.
- Eai meninas, o que estão falando? - Ambas se olharam cúmplices e disseram na mesma hora. - Nada.
- Ok. Então vamos pro ônibus! Mariana, as cadeirinhas já estão lá!. Vamos pessoal!!!! - Gritou e chamou atenção de todos que foram fazer uma fila.

Mariana se sentou na ponta enquanto a cadeirinha de Regina ficou do lado da janela. Se encontrava logo atrás de Ana e Valentina. Do outro lado sentava Juan Carlos, sozinho.

A viagem começou e os jovens cantavam e conversavam alto, Mariana olhava pra trás e via a bagunça acontecendo, gargalhava se divertindo com aqueles adolescentes doidos. Na frente do assento de Ana tinha um vidro que refletia o que a loira fazia, Mariana a viu brincando com Valentina e começou a acompanhar aquela cena. Aquela mulher dos olhos azuis era tão doce, delicada, e nesses pensamentos reparou que Ana parou de brincar com a bebê que adormeceu  e olhou pra frente, e como se adivinhasse, também mirou Mariana através do vidro.
As duas ficaram se encarando daquela forma discreta. Ana naquele momento disfarçava como se não tivesse vendo mariana e olhava mais fixamente ainda, pra não perder nenhum detalhe daquela face que a vinha cativando cada dia mais.
Mariana desviou daquele jogo quando Regina chorou.
- Ai nenecita, o que houve? Ta com cólica? - Regina chorava muito e mariana a tirou da cadeirinha.
- Mari, quer remédio pra ela? - Ana disparou e Mariana a olhou, tentando ignorar as encaradas que havia recebido segundos atrás.
- Eu aceito. Deve ser o ônibus se movimentando muito.
- Toma aqui, jajá ela fica apagada igual essa aqui. - Apontou pra Valentina e sorriu.
- Obrigada. - A morena agradeceu e deu o remédio pra bebê. O resto da viagem vez ou outra encarava Ana pelo vidro, não sabia por que de toda aquela atração. Mas toda vez que olhava, pegava Ana olhando de volta. Aquilo se tornou um vício pras duas.

Maryana - Amor ou pecado? Onde histórias criam vida. Descubra agora