Capítulo 11

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Por Laranccini



Tribo da água do Sul

O que mudavam em dois meses?

Para Korra, a cada dia que se passava mais pressões em suas costas do manto que logo estaria sobre si.

Ela viajava de tribo em tribo, visando recuperar os elos perdidos durante a guerra de independência e fortalecer a base de um reino sólido, ganhando a confiança de seus líderes e liderados.

Em contrapartida, Tonraq tinha a saúde a cada dia mais debilitada e dependia dos tratamentos de Katara para ter boas noites de sono, sendo seu cargo como chefe algo apenas de boca, Korra era quem tomava à frente das decisões.

Para Asami, acordar era um desafio constante.

Não por odiar o lugar, pelo contrário, agora ela aprendera a colocar as contas nos cabelos, arrumar suas própria roupas e as tradições do povo de Korra, ou melhor, seu povo.

Mesmo que todos ainda a encarassem com dúvidas e desconfianças, ela fez valer cada minuto dentre os sulistas, ouvindo suas necessidades e elaborando projetos para melhorar a qualidade de vida de cada um, conquistando o afeto dos locais pouco a pouco.

Primeiro, havia montado estufas específicas em pontos da cidade para cultivarem plantas no solo infértil do ártico, começando com as medicinais e temperos, expandindo versões menores para as tribos que juravam lealdade a sua esposa.

Logo após a implementação das estufas, um problema que ainda os assolavam eram as ondas em épocas de tempestade, então em um trabalho conjunto com os dobradores de água, fizeram três barreiras há quilômetros da encosta para quebrar onde maiores, facilitando o trabalho de todos.

Como última invenção, as moradias com um metal elaborado por Varrick, um engenheiro de personalidade duvidosa, foram o que Asami precisava para ganhar aceitação da nação, as casas convertiam parte do frio externo em aquecimento por um sistema feito unicamente por ela.

Em sua escrivaninha, muitos outros aguardavam a verba necessária para ganharem vida, mas aos poucos, aquele pequeno montante de dignidade fizera com que os aldeões ficassem doentes com uma frequência muito inferior, mais disposição e força para os trabalhos braçais.

Contudo, de todas as coisas que haviam melhorado, nada superava o fato de Korra ter reduzido drasticamente o número de vezes que se encontrava com Mako, e isso impactava diretamente em sua auto confiança em lidar com pessoas de patentes mais altas, melhorando muito sua dicção em discursos e o jogo de cintura em situações difíceis.

Mesmo quando a agenda das duas ficavam quase intransponíveis, Korra escapava para ver como ela estava, empenhando-se de estarem juntas no café da manhã, após o treino com os oficiais, e sempre retornando para o jantar.

No começo, Asami duvidava veemente que a comandante estava acordando cedo para treinar com militares de baixa patente, mas, após algumas visitas ao local, ela passava minutos observando o treino pesado de Korra, mesmo em dias de tempestade, do lado de soldados. Ao ser questionada, Korra explicou que precisava garantir a fidelidade de seus subordinados.

Em seu retorno para a residência imperial, Korra observava o movimento crescente nas ruas de gelo aumentarem, com novas barracas esticando seus panos para a venda de materiais do Solstício de Inverno, o dia em que marcaria todo um novo ciclo na vida dos sulistas e sua coroação.

As tribos nas redondezas faziam suas próprias comemorações ao longo do dia, mas, durante o momento exato do Solstício, todos soltavam lanternas de papel no ar com desejos para o novo ciclo e orações, essas lanternas eram feitas de forma individual ou por casal, sendo sua primeira vez a repartir com alguém ao seu lado, agradecendo à Raava por ser alguém tão preciosa quanto sua esposa.

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