Capítulo Cinco

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Um encarava o outro sem saber por onde começar, o que fazer ou quem seria o primeiro a quebrar todo aquele silêncio constrangedor, uma hora ou outra alguém teria que dizer algo, mas quem? Qual dos dois passaria por cima do orgulho e daria início a...

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Um encarava o outro sem saber por onde começar, o que fazer ou quem seria o primeiro a quebrar todo aquele silêncio constrangedor, uma hora ou outra alguém teria que dizer algo, mas quem? Qual dos dois passaria por cima do orgulho e daria início a algum assunto? Não que todo aquele climão envolta no ambiente houvesse se formado por questão de orgulho, de quem iria dar o primeiro passo para falar com quem, na verdade não era nada disso, eles só não sabiam com iniciar uma conversa, pelo menos não uma saudável, as poucas interações que tiveram foram apenas insultos e provocações.

— Então... — "S/n" pigarreou limpando a garganta e apontou na direção de Kai. — Qual é a da camisa do Brasil?

Ele pareceu levemente atordoado, como quando você está no mundo da lua e de repente volta para a realidade.

— Eu comprei. — falou a primeira coisa que seu cérebro processou.

— Nossa, sério? Pensei que tivesse roubado. — revirou os olhos. — Sabe acho que já deu minha hora, tô indo embora, além de ter um filhote pra cuidar eu não quero me contaminar com a sua lerdeza.

— Olha quem fala, a garota que quase morreu atropelada por andar contando unicórnios no céu.

E mais uma vez ali estava o sorrisinho que "S/n" adoraria tirar na base do tapa, "Que cara chato!".

— Já vi que você vai passar o resto da vida me atormentando com esse maldito ocorrido. — ela suspirou e olhou pra cima dramatizando.— O que eu te fiz Senhor pra merecer tamanho castigo, de tantos carros possíveis para me atropelar tinha que ser logo o desse embuste.

— Embuste? Eu? — colocou a mão sobre o peito e fez biquinho. — Magoou. Eu tenho sentimentos sabia? 

— Nem vem com essa, deixei de acreditar nesse seu drama dês da história falsa da sua mãe. — ela ia aproveitar a oportunidade que tal assunto veio a tona para falar umas poucas e boas pra ele, mas o choramingo do cachorrinho em seus braços lhe chamou mais atenção.

— Ele está com fome. — Kai deduziu e a garota concordou. — Vem, eu vou te mostrar onde fica o banheiro, você dá um banho nele e enquanto isso eu pego um pouco de leite pra ele.

Não houve resistência da parte dela, apenas o seguiu, ele a deixou sozinha dando banho no filhote e seguiu até a cozinha onde se prontificou em amornar um pouco de leite e por em uma vasilha, voltou para onde a estrangeira se encontrava, ela nem ao menos notando a presença dele devido estar empenhada em limpar bem o animalzinho, escorado na parede Kai se permitiu analisa-la, observam os seus traços, cabelos longos e volumosos, um corpo escultural, com curvas bem definidas que só agora tinham ganhado a atenção dele, um rosto delicado com lábios naturalmente carnudos que fazia um excelente contraste com a pele levemente amorenada, os olhos castanhos que tinham cílios longos e cheios, que quase sempre estava o encarando com ódio.

Ela era bonita, de uma forma que esbanjava naturalidade, uma beleza sem ser estética, e isso ele não podia negar, embora seu santo não batesse com o da garota, uma coisa não tinha nada haver com a outra, de aparência ela com certeza não deixava a desejar, já em personalidade era totalmente diferente.

— Acho uma tremenda falta de educação você não me falar o seu nome. — com a atenção agora em si, ele estendeu uma toalha. — Eu abri as portas da minha residência pra você e nem ao menos sei como se chama.

Com o cachorrinho já embrulhado no tecido quentinho ela o olhou tediosamente dos pés a cabeça.

— "S/n" Martins. — saiu do cômodo com ele em seu encalço. — Satisfeito agora?

Nenhuma resposta veio por parte do outro, Kai apenas entregou o leite para que ela desse ao filhote.

(...)

Já estava noite, e dês que limparam, alimentaram e cuidaram dos ferimentos do cãozinho eles estavam em um impasse pra decidir quem ficaria com ele, os dois queriam ficar com o bichinho, não estavam dispostos a ceder, até pareciam pais divorciados brigando pela guarda de um filho.

— Eu encontrei ele, dei praticamente a minha vida para conseguir pega-lo, ele estava muito assustado e chegou até tentar me morder. — ela ditava a todos pulmões enraivecida, estava inconformada pelo outro achar que tinha algum direito de querer ficar com o animal que já considerava seu.

— Ashi, você deveria ser nomeada a rainha do drama. — passou as mãos pelos cabelos os colocando pra trás. — Sem a minha ajuda você teria sido descoberta e a essa altura todo o seu esforço estaria no ralo.

Em passos pesados "S/n" disparou em direção a ele, ficando cara a cara.

— Seu idiota, eu quase fui pega por sua causa. — cutucou o peitoral dele, o olhando com sangue nos olhos. Ela era consideravelmente mais baixa que ele e isso o tentava a rir achando engraçado a comparação que fazia em sua mente, "Ela parece um pinscher, é baixinha e raivosa igual a um." .

— Isso é apenas um mero detalhe. — sorriu amarelo dando de ombros. — Eu sempre quis ter um bichinho de estimação, amo animais, sem falar que se formos levar em consideração que você não garante nem a sua segurança quem dirá a dele. — olhou para o filhote que dormia aninhado no sofá. — Ele ficará muito mais seguro e bem cuidado comigo.

— Está insinuando que sou irresponsável?

— Se a carapuça serve.

Pronto, essa pequena frase foi o suficiente para fazer a brasileira perder o restinho de paciência que ainda lhe restava e voar em cima do homem que arregalou os olhos assustado ao ver aquele ser raivoso e pequeno agarrando o colarinho de sua camisa, ele estava devidamente desprevenido para aquela ação brusca e acabou caido no seu tapete felpudo levando junto a garota que falava coisas que não conseguia entender, reconhecendo apenas uma ou duas palavras sendo elas palavrões em português.

Eles rolaram pelo chão, em uma disputa de quem dominava quem, no final Kai acabou vencendo ficando por cima e segurando os pulsos dela um de cada lado de sua cabeça, com respirações irregulares, eles mantinham um contato visual intenso em um misto de raiva e cansaço causado pela pequena disputa.

— Parece que eu ganhei. — o sorriso convencido não durou muito dando lugar a uma careta quando ela começou a gritar. — Ei, pare com isso, parece até uma criança fazendo birra. — suplico com medo dos vizinhos ouvir.

Olhando para um lado e outro, sem saber o que fazer, ele fez a primeira coisa que veio em sua mente desesperada e em um vacilo que ela deu ao parar para respirar, Kai rapidamente se debruçou juntando ambas as bocas, o corpo de "S/n" ficou tenso ao sentir aqueles lábios cheios sobre os seus, perplexa tentando processar o que estava acontecendo quando a boca alheia se apertou ainda mais contra a sua a fazendo soltar um suspiro proporcionando uma abertura para a língua dele.

Naquele momento a mente de Kai nublou parando de raciocinar com coerência, perdendo totalmente o foco das suas verdadeiras intenções que eram apenas calar a garota, e ele aproveitou inteiramente para beijar e explorar habilmente a boca dela, de início o que era nada além de um simples celar, se tornou um ósculo intenso, onde os dois descontavam suas frustações agora na boca um do outro, até mesmo no beijo eles conseguiam ter desavenças, como se estivessem em uma batalha por dominação, as línguas se enroscando avidamente, os permitindo provar o sabor um do outro.

À medida que o beijo deles se intensificava, o corpo de "S/n" a traiu mais uma vez, derretendo-se com todo aquele contato, que não demorou muito a ser quebrado pela falta de ar, resultando neles se encarando ofegantes e desnorteados.

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Eai o que acharam do capítulo? Ficou um pouco grande, na verdade até agora esse foi o maior capítulo dessa fic.

Não fiquei tão satisfeita com o final, eu confesso, mas não sabia mais o que colocar, por isso não o prolonguei mais.

Se tiver erros ortográficos, peço desculpas, ainda irei revisar o capítulo.

Ódio a primeira vista | Tim KaiOnde histórias criam vida. Descubra agora