Ódio a primeira vista | Tim Kai

Capítulo Sete

À manhã naquele dia havia sido extremamente longa para "S/n" que agora não via a hora de chegar em casa e tirar o restante da tarde de folga.

O esporro que levou da sua empresária por não ter sido pontual não foi nada agradável, mas isso se tornou pequeno em comparação a novidade que foi jogada em seu colo e que agora era a única preocupação em sua mente, um desfile super importante estava se aproximando, ela havia sido pega totalmente desprevenida já que seu intuito de vir para Rússia foi unicamente para se afastar dos holofotes e ter as suas tão sonhadas férias, mas ali estava ela, convidada para um evento da mais alta classe, claro que não seria estúpida em recusar, independentemente de ter vindo a trabalho ou não, essa era uma daquelas propostas que só se recebe uma vez na vida.

Ja de banho tomado e vestida em seu roupão ela se encontrava esparramada na cama com os olhos pesando por causa do sono, os músculos do corpo relaxando aos poucos, se sentindo cada vez mais sonolenta, "ding-dong", no primeiro toque da campainha ela fingiu que não ouviu torcendo para quem que estivesse ali desistisse e fosse embora, mas o ser humano em sua porta parecia ser do tipo insistente, não parou um minuto sequer de pressionar aquele maldito botão.

Em passos pesados ela seguia até a porta sentindo toda a raiva que irradiava de dentro de si, já tinha uma dedução de quem estava ali e isso a fazia planejar mais de mil formas de como cometer um assassinato, de preferência sem deixar evidências.

"Me atormentar deve ter virado um hobby para aquele bastardo."

Abriu a porta bruscamente, a tonelada de xingamentos chegaram em sua boca, mas dali não saíram, com as sobrancelhas franzidas ela encarava confusa o enorme buquê de rosas em sua frente, a pessoa que segurava estava cobrindo o rosto com as flores, a deixando alheia sobre sua identidade.

— Que palhaçada é essa? — ela proferiu sem nem saber o que dizer, estava esperando um chineisinho irritante em sua porta, não algo assim.

— Surpresa gatinha. — A aquela voz, carregada de um sotaque que pra ela seria impossível de não reconhecer a fez abrir um largo sorriso.

— Eu não posso acreditar que você está aqui. — abraçou o amigo assim que ele abriu os braços em convite. — Por que não me avisou que viria? — o olhou falsamente zangada.

— Se tivesse te avisado deixaria de ser surpresa. — Dylan falou simples já adentrando o apartamento e se jogando no sofá. — Acertei nas flores?

Ele a encarava risonho, satisfeito com a própria atitude visto que ela adorava ganhar flores, coisa que dês que tomou conhecimento se tornou quase um hábito presentea-la, a amizade deles já era de tempos, aqueles dois podiam dizer que tinham muita história pra contar sobre tudo que viveram na companhia um do outro, o que resultou em uma amizade inabalável como uma muralha.

— Você sempre acerta. — com o presente já devidamente posto em um vaso com água, se sentou ao lado dele. — Como descobrir o meu endereço?

— Você me conhece. — sorriu presunçoso. — Sabe das minhas habilidades hackers. — se gabou.

— Conta outra. — revirou os olhos e deu um peteleco na cabeça de Dylan que resmungou esfregando o local atingido. — Vai, fala logo.

— Perguntei para a sua empresária. — ficaram em silêncio com ele a olhando somente quando concluiu a análise que fazia no ambiente. — Gostei do seu apartamento, é simples e aconchegante.

— É, eu também gostei daqui. — concordou. — Meu único problema é um certo vizinho.

— Você mal chegou e já fez inimizades. — Ele riu. — Esse seu temperamento difícil não é qualquer que aguenta.

— Não me trate como se eu fosse antipática, pois pra sua informação eu sou um poço de simpatia.

— Um poço bem seco, né? — gargalhou a fazendo estreitar os olhos e fechar a cara, o olhando seriamente, tão séria que o fez parar de rir. — As vezes você me assusta.

(...)

Kai caminhava distraidamente até a porta de sua residência conferindo mentalmente se tinha comprado tudo que o cachorrinho precisava, ele se reprimiu muito quando mais cedo chegou com Pablo e percebeu que não tinha se preparado para receber o animalzinho, por isso fez questão de ir às compras.

Estava prestes a entrar quando uma comoção lhe chamou atenção, na verdade o que realmente o fez ficar curioso foi o local de onde vinha todo aquele falatório, se esgueirando pelos cantos ele ficou em um ponto que considerou discreto para espiar sem ser visto, a situação o fazia se sentir como uma daquelas senhorinhas fofoqueiras que ficam sentadas se balançando em suas cadeiras de balanço nas calçadas enquanto tomam conta da vida dos outros, mas não é como se isso fosse fazer sua consciência pesar, que mal tem dar só uma olhadinha no que a desajuisada da sua vizinha anda aprontando.

E é como dizem quem procura, acha. Ele ficou de boca aberta, perplexo diante do que viu, ela estava beijando um cara no corredor, um selinho rápido para ser mais específica, mas ninguém tiraria da mente exagerada dele que aquilo era um beijo, eles se despediam animadamente, e em passos firmes como se fosse afundar o chão ele marchou de volta para seu apartamento, com uma expressão de desgosto em total descrença do que acabará de ver Kai sentiu uma estranha sensação envolta de si, talvez fosse por ela não ter o falado que tinha namorado quando o se beijaram a algumas semanas atrás, em sua cabeça agora a brasileira era uma enganadora, que traía o namorado, não que lhe cabe-se julgar, mas ele estava revoltado e nem sabia o porquê, por isso julgaria o que achava melhor.

"O que ela faz o deixa de fazer não me interessa. Eu não me importo."

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O novo personagem foi uma sugestão de uma leitora, e por acompanhar o Dylan resolvi aderir, mas de qualquer forma muito obrigada pela sugestão, eu adorei.

Eai alguém já tem sugestões do porque o Kai estar todo revoltadinho? Quem vota em ciúmes incubado levanta a mão. 🙋‍♀️ kkkkk

Espero que tenham gostado e não esqueçam de votar.

Beijinhos :)