Verde

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"Sunoo acreditava que, ao fazer essas coisas, poderia ser mais aceitável"

Naquela manhã fria da terça-feira, Sunoo e Sunghoon chegaram juntos ao escritório da Creativity. O trânsito tinha cooperado, permitindo que chegassem um pouco mais cedo do que o habitual. Quando entraram no prédio, algo chamou imediatamente a atenção de Sunoo.

Logo na entrada, havia um enorme buquê de rosas vermelhas, era impossível não notar aquele arranjo deslumbrante. Sunghoon, que estava ao lado de Sunoo, notou o olhar surpreso em seu rosto e seguiu o olhar de Sunoo até o buquê.

Bom dia, vocês são da Creativity certo, esse buquê foi deixado para... hum deixa eu ver onde anotei o nome... Kim Sunoo- disse Somi, a moça da recepção.

— Bom dia, Kim Sunoo? Sou eu - diz Sunoo  curioso para saber quem havia mandando isso para ele

Sunghoon sentiu um aperto no peito ao ouvir o nome de Sunoo. Era como se o mundo tivesse diminuído para apenas aquele buquê de rosas vermelhas e as palavras de Somi. Ele não podia ignorar a sensação de desconforto e ciúmes que começava a surgir.

Sunoo pegou o buquê com cuidado, seu rosto expressando uma mistura de surpresa e confusão. Ele estudou o cartão, onde apenas as iniciais YJ estavam escritas, deixando claro que o remetente era Yeonjun. Uma enxurrada de emoções o inundou naquele momento.

O relacionamento de Sunoo com Yeonjun havia sido incrivelmente intenso, de uma forma que consumiu grande parte de sua vida durante um ano. Ele se lembrou de como se perdeu em meio a isso, chegando ao ponto de se esquecer de si mesmo. No entanto, tudo mudou quando ele conheceu a mãe de Yeonjun, a sua pequena interação com a velha de cabelos grisalhos e antiquada não foi nada agradável mas também fez ele acordar para as coisas que estavam erradas.

Yeonjun era herdeiro com obrigações a seguir, com um futuro garantido graças à riqueza de sua família. Eles estavam dispostos a apoiar qualquer empreendimento que ele desejasse. Em contraste, Sunoo tinha que lutar e se esforçar para conquistar seu lugar no mundo. Apesar das promessas de amor e cuidado de Yeonjun, Sunoo duvidava que esse tipo de amor pudesse durar para sempre. Mais do que isso, ele não queria mais ser amado dessa maneira, onde sua independência e individualidade eram preenchidas por outra pessoa. Sunoo não queria depender de Yeonjun para sempre.

Embora Yeonjun nunca tenha tentado controlar Sunoo, a baixa autoestima de Sunoo o levou a questionar constantemente o que alguém como Yeonjun, rico, bonito e popular, via nele. Sem perceber, Sunoo começou a moldar suas preferências para se alinhar com as de Yeonjun, como ouvir hip-hop, usar roupas verdes, a cor favorita dele e pior é que Sunoo sempre odiou roupas verdes, simplesmente para agradá-lo. Sunoo acreditava que, ao fazer essas coisas, poderia ser mais aceitável para Yeonjun.

O término foi uma experiência dolorosa para Sunoo, semelhante a uma súbita abstinência de uma substância viciante. No entanto, seis meses depois, ele agradecia a si mesmo pela coragem de seguir em frente. Sua vida havia retornado aos trilhos, e ele resgatou a identidade de Kim Sunoo, que valorizava seus próprios interesses e paixões.

Sunoo e Sunghoon entraram no elevador o buquê era grande e ocupava muito espaço. Sunghoon está curioso demais para ficar calado.

— É presente de um dos representantes? - pergunta Sunghoon sabendo muito bem de que não era, ele só queria confirmar suas suspeitas.

— Não... é do Yeonjun, lembra dele? - diz Sunoo 

— Sim, lembro, sim, eu acho - diz Sunghoon um pouco cabisbaixo.

Enquanto Sunoo guardava o buquê em sua mesa a presença de Yeonjun pairava como uma sombra sobre o escritório naquele dia, mesmo que ele não estivesse lá pessoalmente o buquê cumpria essa função.

Palette - Falling in Love with My Boss (Sunsun)Onde histórias criam vida. Descubra agora