O Sussurro das Sombras

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Eu sempre soube que havia algo errado com aquele velho casarão no fim da rua, mas nunca imaginei que seria o palco do meu pior pesadelo. Naquela noite, enquanto a lua se escondia atrás de nuvens carregadas, eu me vi parado diante de sua porta maciça, sem lembrar como havia chegado ali.
O ar estava impregnado com um cheiro de mofo e desespero. Com cada passo que eu dava, o assoalho rangia sob meu peso, como se estivesse se queixando dos segredos que era forçado a guardar. As paredes pareciam pulsar com uma vida própria, e eu podia jurar que ouvia sussurros vindos das sombras.
Decidi explorar, guiado por uma curiosidade mórbida que suplantava meu medo. Foi quando eu vi a escada. Ela se erguia diante de mim, convidativa e ameaçadora, cada degrau prometendo revelações que minha mente consciente se recusava a aceitar.
Subi, contando os degraus, até que perdi a conta. O corredor no topo da escada era um túnel estreito, e eu podia sentir a presença de algo atrás de cada porta fechada. Uma força invisível me puxava para a última porta à direita. Quando a abri, um vento gelado me envolveu, cortando minha pele como lâminas de gelo.
O quarto estava vazio, exceto por um espelho antigo que dominava a parede oposta. Meu reflexo me encarava, mas havia algo terrivelmente errado. Meus olhos... eles não eram meus. Eles brilhavam com uma luz vermelha, ardente, cheia de malícia.
Foi então que senti algo se mover atrás de mim. Virei-me, mas não havia nada lá. Quando olhei de volta para o espelho, meu reflexo sorriu. Um sorriso que não era meu, um sorriso que prometia dor e sofrimento. E antes que eu pudesse reagir, ele... eu... o outro eu... saiu do espelho.
Eu corri, tropeçando de volta pelo corredor, descendo a escada que agora parecia infinita. O som dos meus passos era abafado pelos risos que vinham do espelho, risos que me perseguiam, que enchiam o ar, que se infiltravam em minha alma.
Acordei em minha cama, suando frio, o coração batendo descontroladamente. Era apenas um pesadelo, eu disse a mim mesmo. Apenas um pesadelo. Mas então, por que eu podia ouvir, ainda agora, o eco daqueles risos em minha mente?

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