A noite havia se instalado com uma escuridão incomum, e eu me encontrava no topo de um prédio abandonado, olhando para o abismo urbano abaixo. As luzes da cidade piscavam como estrelas distantes, promessas de vida e movimento que eu não podia alcançar. Uma brisa fria sussurrava segredos antigos, e eu senti uma atração magnética para a borda.
Eu me aproximei, o coração batendo com uma mistura de medo e fascínio. Olhei para baixo, e o chão parecia chamar meu nome, um convite para o vazio. Foi quando o chão sob meus pés desapareceu, e eu comecei a cair.
A queda foi silenciosa no início, como se eu estivesse flutuando em um mar de escuridão. Mas então, o ar começou a rugir em meus ouvidos, uma tempestade furiosa que me engolia. Eu estava caindo, caindo sem controle, meu corpo girando no espaço sem fim.
A sensação de velocidade aumentava, o vento se tornando uma força violenta contra minha pele. Eu podia sentir cada fibra do meu ser resistindo à gravidade, uma luta fútil contra o destino inevitável. Meus olhos lacrimejavam, e as luzes da cidade se transformavam em riscos borrados, pinturas abstratas de uma realidade que eu deixava para trás.
Eu gritava, mas meu grito era apenas um sussurro no vendaval, engolido pela vastidão que me cercava. A pressão do ar comprimia meu peito, e eu lutava por cada fôlego, cada inspiração uma agonia que rasgava meus pulmões.
Então, o chão se aproximou, uma massa escura e implacável. Eu me preparei para o impacto, para o fim que viria com a força de mil sóis. Mas ele nunca veio. Em vez disso, eu acordei.
Meu corpo saltou na cama, um reflexo do choque que minha mente esperava. O suor frio cobria minha pele, e eu ofegava, tentando me agarrar à realidade da minha cama, do meu quarto, do mundo que eu conhecia. O terror da queda ainda pulsava em minhas veias, uma memória viva que se recusava a acreditar que tudo foi apenas um pesadelo.
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Meus pesadelos
HorrorCada conto é um pesadelo, cada pesadelo uma historia, um trauma. Série inacabada.