O Eco do Medo

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Eu estava sozinho em casa, ou pelo menos era o que eu pensava. A tempestade lá fora rugia com fúria, e a cada trovão, as janelas tremiam. Foi quando ouvi o primeiro eco, um som abafado vindo do sótão. Eu sabia que deveria ignorá-lo, mas algo me puxava para investigar.
Subi as escadas rangentes, a luz do meu celular iluminando apenas alguns passos à frente. O sótão estava repleto de caixas empoeiradas e teias de aranha que pendiam como véus esquecidos. E então, eu vi: no canto mais distante, uma velha caixa de música tocava sozinha.
A melodia era lenta e triste, uma canção de ninar que parecia chorar. Eu me aproximei, hipnotizado pela música, e quando abri a caixa, o som parou abruptamente. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor, e eu senti uma presença atrás de mim.
Virei-me e encarei o vazio, mas o ar estava carregado, como se mil olhos invisíveis me observassem. Foi quando o eco voltou, mais alto, mais próximo. Não era um som qualquer; era a minha voz, chamando meu nome, implorando por ajuda.
Corri para a escada, mas ela não estava mais lá. O sótão havia se transformado em um labirinto sem fim, e o eco da minha voz me seguia, sempre um passo atrás. Eu gritava, mas o único som que retornava era o eco, cada vez mais distorcido, mais desesperado.
Quando finalmente acordei, estava seguro em minha cama, mas o eco... ele ainda estava lá, sussurrando no fundo da minha mente, um lembrete constante de que alguns pesadelos são tão reais que nos seguem até a eternidade.

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