Experimento - Vazio

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Eu estava deitado em minha cama quando uma luz intensa e cegante invadiu o quarto. Tentei me mover, mas meu corpo não respondia, paralisado por uma força desconhecida. A luz se intensificava, e eu sentia como se estivesse sendo levantado, flutuando em direção ao brilho que ofuscava minha visão.
Não havia som, apenas a sensação de estar sendo transportado para longe, para um lugar onde a lógica e a razão não tinham domínio. Eu queria gritar, mas minha voz estava presa em minha garganta, um sussurro perdido na imensidão da luz.
Quando a luz finalmente diminuiu, eu me vi em um ambiente estéril, deitado sobre uma mesa metálica fria. Ainda não conseguia ver quem ou o que me havia levado, apenas sentia a presença deles ao meu redor, seres que se moviam com precisão cirúrgica.
Uma dor aguda cortou meu abdômen, e eu percebi que meu corpo estava sendo aberto, explorado como um mero objeto de estudo. Cada toque era calculado, cada movimento uma invasão à minha essência. Eu era uma cobaia, um rato de laboratório nas mãos de cientistas loucos que buscavam respostas nas profundezas do meu ser.
A sensação de violação era indescritível, uma mistura de dor física e terror psicológico. Eu podia sentir algo sendo inserido, algo estranho e frio que se tornava parte de mim. E então, tão repentinamente quanto começou, tudo cessou.
Acordei em minha cama, a luz do amanhecer banhando o quarto. Não havia marcas, nenhum sinal visível do que havia acontecido, mas a sensação do corte ainda ardia, uma memória viva gravada em minha carne. Eu sabia que algo havia mudado, algo havia sido deixado para trás.
Essa dúvida, essa incerteza sobre o que realmente aconteceu, permanece comigo. A cada noite, quando a escuridão se aproxima, eu me pergunto se eles voltarão, se a luz me levará mais uma vez para o experimento do vazio.

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