Capítulo 11

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A ansiedade se assemelha a uma violenta tempestade, destruindo tudo em seu caminho. No entanto, em meio às nuvens escuras, há sempre um raio de esperança pronto para iluminar o caminho.

Sentir o abraço caloroso de Jungkook trouxe-lhe a expectativa de que tudo se acalmaria, ainda que fosse apenas por um breve instante. Nem mesmo os medicamentos que Jimin ingeria conseguiram proporcionar-lhe tal sensação.

No entanto, aquele sentimento não se prolongou por muito tempo.

Jimin sentia uma aceleração quase palpável em seu peito. Suas mãos tremiam e seu estômago se retorcia, indicando mais uma crise se aproximando. Para além do estresse, da dor e da sensação avassaladora de incapacidade, Jimin sentiu um crescente nervosismo ao considerar os efeitos que sua presença estava causando na vida de Jungkook.

Todos os danos causados eram notáveis. Jimin desejava fugir imediatamente e se refugiar sob suas cobertas, sentindo-se desprezível.

Suas mãos tremiam cada vez com mais intensidade, levando Jungkook a interromper o abraço e questionar o que estava acontecendo.

Ao observar Jimin com a respiração extremamente acelerada, como se o ar que enchia seus pulmões estivesse prestes a se esgotar, Jeon percebeu que as lágrimas corriam incessantemente, enquanto a aflição se intensificava, aumentando ainda mais a sua preocupação.

— Olha para mim e respira fundo. - Jungkook segurou firmemente as mãos do mais novo, olhando-o fixamente nos olhos. — Eu estou aqui, Jimin, aperta a minha mão.

Park segurava a mão de Jungkook com toda a sua força enquanto lutava para regular sua respiração, porém percebia um aperto crescente em seu peito.

Jungkook se levantou e conduziu Jimin até o quarto, ponderando sobre como poderia ajudá-lo a se distrair. Ele sentia a necessidade de acalmá-lo, mesmo sem compreender a melhor forma de agir, já que nunca esteve em uma situação parecida.

— Jimin, está vendo aquelas fotos? - Jungkook apontou para o quadro na parede. — Você aparentava estar muito feliz, qual era a razão? O que te fazia feliz?

— Eu... Eu não l-lembro. - Park sussurrou com dificuldade. — Eu não consigo... Eu não consigo.

— Sim, você consegue, tente recordar. Talvez fosse uma pessoa, consegue se lembrar de quem te fazia bem?

— A minha avó... Ela cuidava de mim... - Jimin tomou um profundo fôlego mais uma vez e notou que a inquietação estava lentamente se dissipando. — Ela costumava preparar biscoitos para mim, iguais aos que fiz para você.

— Está bem, e o que mais ela fazia?

— Ela me deixava assistir desenhos até tarde... E me fazia adormecer contando histórias.

— Ótimo, você está indo bem, Jimin. Agora, me diga: O que mais gostaria de sentir nesse momento?

— Eu gostaria de me sentir amado.

A conversa chegou ao fim naquele momento. Jungkook notou um nó se formando em sua garganta, porém assegurou-se de não demonstrar nada. Não sabia o que dizer e como reagir, mas percebeu que a respiração de Jimin já estava voltando ao normal e a tranquilidade gradualmente imperava, deixando-o um pouco mais tranquilo.

Jungkook voltou a segurar as mãos de Park, porém notou que estavam gélidas desta vez. Ele percebeu o desespero e a tristeza nos olhos do mais novo, mas não haviam meios de ajudá-lo com aquilo.

O coração de Jungkook estava despedaçado com aquela situação. Ele sabia que a dor era um eco silencioso da alma, uma melodia triste que ressoava nos momentos mais sombrios, porém desejava ser capaz de dissipar tudo isso com um simples estalar de dedos.

REFUGE ❦ JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora