REFUGE ❦ Jikook

Capítulo 20

— Olá, Park, que prazer revê-lo. - Yoongi exibiu mais uma vez aquele sorriso sarcástico, causando um arrepio ainda mais intenso em Jimin.

— Vocês já se conhecem? - Sr. Park indagou.

— Como somos da mesma turma, acabamos nos conhecendo. Não é mesmo, Park?

— S-sim, exatamente. - A voz de Jimin mal se fez ouvir, estava dominado pelo medo.

— Que maravilha, então podem se tornar amigos.
- Lee riu, acomodando-se confortavelmente no sofá. — Traga algo para beber, querido, atenda bem seus convidados.

Jimin prontamente acatou as ordens daquele homem repugnante, temendo o que poderia lhe acontecer. Além das bebidas, preparou alguns petiscos conforme solicitado por seu pai. Seu objetivo era sair dali o mais rápido possível.

— Jimin?! Ande logo com isso, estamos morrendo de fome! - Exclamou o Sr. Park da sala, demonstrando total impaciência.

O jovem prontamente trouxe uma bandeja com os petiscos e um engradado de cerveja de uma marca totalmente duvidosa.

— Como faço para ter um desses em casa, Park? Minha esposa não serve para nada, nem para certas coisas, se é que me entende. - Lee deu um sorriso malicioso, observando Jimin dos pés à cabeça.

— Se eu não precisasse dele para manter este apartamento, você poderia levá-lo embora sem dúvida alguma. Ele também não é lá muito útil, mas nada é perfeito, não é mesmo? - Sr. Park disse, fazendo Lee rir descontroladamente. Jimin já se segurava para não chorar e Yoongi ficou incrédulo ao ouvir aquela conversa.

— Com licença, pai, vou até a loja de conveniência comprar mais alguns lanches. Volto logo.

— Ótimo, traga mais cervejas, essas vão acabar logo.

Jimin concordou e pegou uma blusa, escapando dali rapidamente. Lágrimas rolaram dos seus olhos, seu peito subia e descia rapidamente, tudo parecia girar. Ao descer as escadas em poucos passos, sentou-se no antigo banco do playground.

Abraçou suas pernas com os braços e desabou ali. Sentia vontade de se atirar na frente do primeiro carro que passasse, mas resistiu vigorosamente a essa ideia.

— Ele não é meu pai. - Yoongi disse, sentando ao lado de Jimin, que se assustou com a aproximação inesperada.

— O-o que?

— O Lee. - Suspirou profundamente. — Ele é meu padrasto, não meu pai.

— Ah... Lamento muito por isso. - Jimin fungou, enxugando suas lágrimas apressadamente.

— Ele fez algo com você, não fez? - Perguntou, enquanto fitava de maneira intensa as luzes que iluminavam a rua.

— Você sabe de alguma coisa?

— Não, mas a sua reação ao vê-lo deixou tudo claro.

— Por que você está aqui? Pretende me machucar também? Se for agir, ao menos faça direito para que eu não precise voltar lá.

— Não, Jimin, não quero te machucar. - Respirou fundo. — Devo ter te assustado, não é? A realidade é que eu detesto julgamentos, e parecia que estavam todos fazendo exatamente isso.

— Desculpe, não foi minha intenção...

— Está tudo bem, na verdade, isso é um tanto hipócrita da minha parte. - Yoongi esboçou um leve sorriso, desviando o olhar para seus pés. — Também costumo julgar as pessoas, a diferença é que estou sempre certo sobre elas.

— Você também estava certo em relação a mim. - Suspirou. — Mas é verdade, você me deixou um pouco apreensivo hoje cedo.

— É assim que consigo manter as pessoas longe de mim para não machucá-las. Mas é difícil controlar às vezes...