"I want to wear his initial on a chain 'round my neck
Chain 'round my neck
Not because he owns me
But 'cause he really knows me"
Call It What You Want - Taylor SwiftPuta merda!
É meu único pensamento ao entrar no quarto que eu e Eleonora ficaremos nesse final de semana.
Fiquei surpresa com a arquitetura do hotel, mas esse quarto é incrível! A cama king size forrada por lençóis de pura linha, os móveis que gritam riqueza, principalmente por certas coisas serem feitas de ouro puro, a varanda!
– Gostou? – Ellie pergunta, me abraçando por trás assim que o carinha deixa nossas malas no quarto.
– Se eu gostei? Eu amei! – me viro para ela, passando os braços ao redor do seu pescoço e beijando seus lábios. – O que vamos fazer primeiro?!
– Agora vamos descansar. — ela ri, apontando para o relógio que marca 02:40 da manhã. – Amanhã podemos fazer tudo o que você quiser.
Ajudo Eleonora a organizar nossas malas, seguindo depois para um delicioso banho na banheira. Ellie lava minhas costas com uma esponja de banho, sendo extremamente cuidadosa. Ela beija minha bochecha e dou risada com o barulho falso de pum que a mesma faz com a boca.
– Eu amo ficar assim com você. — murmuro relaxada, descansando em seus braços confortáveis. Olho para seus olhos que estão fixos em mim. – Você é tão linda.
– Você apenas finge ser uma diabinha marrenta, mas a verdade é que não passa de uma gatinha querendo carinho. – ela acaricia minha coxa. – Você é tão gostosa.
Suspiro pesado quando Eleonora passa a mão perto da minha virilha.
– Ellie...
– Sim, princesa? – ela sussurra no meu ouvido, causando uma sensação eletrizante pelo meu corpo.
– Agora não. – digo baixinho. – Estou cansada.
Ellie retira rapidamente a mão.
– Desculpe. – agora sua voz está cheia de pesar.
– Está tudo bem, meu amor.
Eleonora pisca surpresa pela forma como a chamei.
– Meu amor?
– Sim! – a beijo com carinho. – Meu amor.
Eleonora sorri com a confirmação, me abraçando com mais força.
Estou deitada na cama ao lado de Eleonora. Minha cabeça descansa em seu peito, o que me permitir ouvir as batidas do seu coração. Suspiro feliz.
– Sabia que eu gosto de você há seis meses? – quebro o silêncio ao perguntar, fazendo desenhos imaginários na sua barriga.
– Mas você entrou na empresa há oito meses. – ela ri junto comigo. – Você gostou de mim em apenas dois meses?
– Nem me fale! Era insuportável ver você com a Diana. – resmungo ao lembrar das vezes que elas estavam juntas. – Era ainda mais insuportável poder te ver todos os dias e não te tocar.
Escuto Ellie rir.
– E você? – levanto a cabeça para poder encara-lá. – Quando percebeu que gostava de mim?
Eleonora franze levemente o cenho, como se tentasse lembrar.
– A primeira vez que senti atração por você, foi quando te vi vestindo aquele vestido tubinho vermelho. Porra, eu amo aquele vestido. – ela responde sorrindo.
Dou risada com sua carinha boba e volto a deitar.
– Me conta mais sobre você. – ela pede.
– Não é muito interessante. – suspiro. – Minha mãe teve um caso com um homem importante, mas quando ele descobriu que ela estava grávida a mandou para longe. Até hoje ele acha que devemos algum tipo de gratidão só pela pensão que eu recebo. – solto uma risada amarga. – Como se isso não fosse obrigação dele. Minha mãe é tudo para mim. Ela me criou sozinha, mesmo eu tendo sido uma criança e adolescente problemática.
– Como assim?
– Por muito tempo eu culpei minha mãe pela ausência do meu pai. Achei que a culpa era dela por meu pai não me conhecer, afinal, ela sempre me proibia de ver ele. O pior era que eu fazia de tudo para ter a atenção dele, mas nunca adiantou. Ele estava já tinha sua família perfeitinha. – engulo em seco. – Com dezesseis anos, minha mãe me contou sobre tudo, então eu parei de me importar com aquele desgraçado.
– Sinto muito, babe. – Ellie lamenta, depositando um beijo na minha cabeça.
– Não me dói mais. – dou de ombros.
– E em relação a amigos? Você já teve uma melhor amiga ou amigo?
– Já cheguei a ter uma amiga, o nome dela era Camilla, mas como eu passei um tempo bem ruim da minha vida, a afastei. Espero que ela esteja bem.
Ficamos um tempo em silêncio. Eleonora pega minha mão, a erguendo para entrelaçar com a dela.
– Blake...
A olho para saber o porque parou de falar. Sigo seu olhar e vejo que está encarando meu pulso. Me desvencilho dela rapidamente.
– Como eu nunca vi isso? – ela pergunta, os olhos arregalados.
– Ellie, isso não é importante...
– Como não?! Blake, isso é o que eu estou pensando?
Seus olhos estão assustados ao observar minhas cicatrizes. Com o tempo e com a ajuda de uma pomada, consegui amenizar as marcas que vão me seguir pelo resto da vida, mas não posso dizer que elas foram apagadas da minha memória, por mais que eu tente enterrar isso o mais fundo possível.
– Eu fui diagnosticada com depressão aos quatorze. – fico em dúvida se Eleonora ouviu de tão baixo que falei. – Foi um período difícil da minha vida.
– Elena nunca me contou que vocês passaram por isso. – ela sussurra.
– Ela se culpa muito. Acha que a culpa é dela.
Sei que grande parte disso é culpa minha, pelas palavras que dirigi a ela ao longo da vida. É algo que me arrependo todos os dias.
– Blake...
– Está tudo bem, Ellie.
Tento convencer ela e a mim mesma.
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Amor e Segredos
RomanceEleanora Mackenzie tem tudo em perfeita ordem na sua vida. Uma empresa renomada, uma namorada que a ama, amigos leais e uma herança na qual os números são quase impossíveis de ler. Exceto por um pequeno (grande) problema: Sua estagiária, Blake Smi...