Bright Red || Charles Leclerc

it was something special

Olívia Giaffone Barrichello.
Mônaco, 23 de março de 2023.

A luz matutina banhava tudo ao nosso redor, infundindo cada detalhe com uma aura dourada que parecia prometer novos começos. A noite que passamos juntos, sob o céu estrelado de Monte Carlo, parecia um sonho do qual nenhum de nós queria acordar. Enquanto Charles dirigia de volta para a casa do meu pai, o mundo ao redor parecia diferente, como se tivéssemos descoberto um segredo que alterou a maneira como víamos tudo.

— Será que todo mundo vai perceber que passamos a noite fora? — questiono, curiosa sobre a reação da minha família.

— Eu diria que sim, considerando a preocupação do seu pai e irmãos com você. — Charles responde, com um sorriso que revela seu carinho pela minha família.

O caminho de volta estava repleto de risadas e conversas leves, um contraste bem-vindo ao nosso silêncio da noite anterior. O tempo parecia ter parado, nos permitindo desfrutar da companhia um do outro sem pressa.

Quando chegamos, a hesitação de Charles em entrar refletia a relutância em encerrar o momento mágico que compartilhamos. A promessa de novos encontros trazia a esperança de que aquela conexão que surgiu entre nós continuaria a se desenvolver.

— Eu vou sentir falta disso... — admito, não querendo me despedir ainda.

— Eu também. Mas isso é só o começo, Olie. Há muito mais pela frente para nós. — Charles responde, com uma certeza que me enche de expectativa.

Despedir-me de Charles foi uma mistura de tristeza e alegria, marcado pela promessa de reencontros futuros. Ao entrar em casa, preparei-me para as perguntas e olhares curiosos da minha família, mas uma parte de mim ainda estava lá fora, naquele mirante, perdida naquele momento de puro encantamento. Eu sabia que, independentemente do que o futuro nos reservasse, a lembrança daquela noite permaneceria como um tesouro guardado no fundo do meu coração.

— Olha só quem decidiu aparecer de manhã, irmãzinha! — Dudu me surpreende, seus olhos brilhando com uma mistura de surpresa e ceticismo enquanto me vê adentrar cautelosamente pela porta dos fundos.

— Dudu... É.... Eu estava apenas aproveitando o amanhecer para uma caminhada... — Balbucio, sentindo o peso do meu pobre disfarce.

— Não me venha com desculpas, Olívia. Notei sua ausência bem na hora em que o Charles anunciou que iria embora ontem à noite. — Ele me confronta com um olhar penetrante, deixando claro que não está convencido.

— Está bem, você me pegou. Charles me mostrou um lugar incrível, e, sem querer, acabamos adormecendo. — Confesso, falando a verdade.

— Ah, entendi... "Um lugar incrível", tipo, o quarto dele, é isso? — Dudu alfineta, mal conseguindo conter seu divertimento com a situação.

— Eduardo! Por favor! Me respeita! Lembre-se de quem é a irmã mais velha aqui. — Retruco, indignada com a insinuação, mas não consigo evitar sua gargalhada contagiosa.

Nesse momento, nosso pai entra na cozinha com Fefo ao seu lado, ambos parecendo confusos com a agitação matinal.

— O que está acontecendo aqui? — Papai pergunta, sua voz cheia de curiosidade misturada com uma pitada de preocupação.

— É só o Dudu fazendo um drama porque voltei um pouco mais tarde. Charles e eu perdemos a noção do tempo, explorando um lugar novo. — Explico, esperando acalmar as águas.

— Desde que você esteja bem, querida... — Papai suspira aliviado, evidenciando o carinho e preocupação paternal que tem por mim. — Mas lembre-se, você sempre será nossa pequena, e nos preocupamos.