Bright Red || Charles Leclerc

maybe it's better to stay apart

Olívia Giaffone Barrichello.

Jeddah, 16 de março de 2023.

Voltar ao circuito após alguns dias em Miami foi um lembrete de quão vibrante e pulsante pode ser o ambiente do Paddock. Há algo incrivelmente atraente no caos organizado que o percorre: desde o cheiro inconfundível de pneus queimados até o constante movimento de equipes, mecânicos e pilotos circulando em meio a ferramentas e equipamentos. Os pilotos, em particular, adicionam um toque de leveza ao ambiente, deslizando entre os boxes em patinetes e bicicletas, uma cena que, a seu modo, carrega uma beleza única.

Durante o tempo que passei em Miami, tentando me distanciar um pouco do universo das corridas, fui surpreendida por uma notícia que rapidamente circulou nas redes sociais: Charles e seu novo envolvimento amoroso, uma amiga de sua ex. A revelação me pegou de surpresa, causando um desconforto que não soube identificar de imediato. Talvez fosse a confirmação dos rumores que sempre circularam a seu respeito ou simplesmente a constatação de que ele realmente não era diferente da imagem projetada pela mídia. Essa informação, por alguma razão, mexeu comigo mais do que deveria, despertando reflexões sobre expectativas e realidade.

Cheia de expectativas e um pouco reflexiva, caminho em direção ao box da Aston Martin. Há uma ansiedade agradável em rever Felipe Drugovich, meu amigo de infância, cuja presença sempre trouxe um senso de normalidade e conforto, independentemente do caos ao redor.

—Bom dia! Como foram seus dias pela Arábia? — cumprimento Felipe com um abraço caloroso.

—Bom dia, Liv! Ah, teria sido muito mais divertido se você estivesse por lá. Senti sua falta. — ele responde, o sorriso em seu rosto iluminando o momento.

—Quem sabe na próxima vez eu não planeje melhor minha agenda... — respondo, compartilhando da leveza da conversa, já pensando nas possíveis aventuras futuras.

—E aí, como está o seu dia hoje? Muito corrido, ou acha que consegue arrumar um tempinho para um café com este seu velho amigo? — Drugovich pergunta, injetando um toque dramático que só faz aumentar minha vontade de rir.

—Deixe-me ver... Acho que posso me liberar por uns 40 minutos. Vamos aproveitar. — concordo, e juntos, caminhamos em direção à cafeteria que se tornou nosso ponto de encontro habitual no Paddock.

Escolhemos uma mesa estrategicamente posicionada na cafeteria, um lugar agradável que nos permitia desfrutar de um pouco de tranquilidade em meio à agitação constante das corridas.

—E como estão o Fefo e o Dudu? — Drugo dá início à conversa, genuinamente interessado na vida dos meus irmãos.

—O Fefo está mais empolgado do que nunca com a temporada que se inicia na Espanha. Já o Dudu, ele está com a mente focada, determinado a fazer deste o seu melhor ano. — explico, o orgulho pela família transbordando em cada palavra.

—Sabe, Liv, é realmente inspirador te ouvir falar tão bem deles. Ver o quanto você os apoia e ama... Isso me faz perceber o quanto sou sortudo por ter você como amiga. — Drugo diz, sua mão encontrando a minha sobre a mesa em um gesto de carinho.

Eu sinto um leve desconforto com o contato, talvez pela surpresa, mas rapidamente me lembro da nossa longa amizade e do quanto nos conhecemos bem. Decido não dar muita importância ao gesto, entendendo suas boas intenções.

—Ah, Drugo, eles são a minha vida. E você sabe que também tem um lugar muito especial no meu coração. — respondo, meu sorriso refletindo a sinceridade das minhas palavras.

Nossa conversa flui naturalmente, abordando desde lembranças da infância até planos para o futuro. A familiaridade e o conforto que sinto ao lado de Drugo me fazem valorizar ainda mais momentos como este, simples, mas significativos.