capítulo 13

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...

Luffy pov:

Me ajoelhei em frente a poltrona de antes, ofegante e confuso. Sanji estava ajoelhado, chorando sem se importar com minha presença.

Vi todo seu passado, mas a conexão para que eu pudesse ver mais foi quebrada pelo demônio. Consequentemente, Sanji também viu seu passado. Vejo ele mover os lábios, tentando formular alguma frase entre soluços.

As cenas que vi, ainda estavam vivas e frescas em minha mente, meu estômago embrulhado, parecia ter dado uma cambalhota. Não conseguia dizer nada, nem sabia se deveria.

- Quer saber... O que aconteceu depois? Depois de todas aquelas fitas ridículas que gravaram minha?- Seu rosto contraiu-se enquanto falava aquelas palavras. Engoli seco, endireitando minha postura para encara-lo.

- Eu... Preciso encontrar com meu... Meu colega. - Minha fala sai quase como um sussurro, gaguejando entre as letras que queriam sair.

- Foda-se aquele seu "namoradinho". Senta aí, você precisa, não precisa? Ouvir o final ou sei lá o que. - Engulo seco, sentindo meu rosto esquentar. Eu realmente queria o final, preciso do final.

Mas precisava nos chamar de "namoradinhos"? Quer dizer, ele não fez o pedido ainda. Estalo a língua, me sentando e o encarando emburrado.

- Ok, mas preciso que seja rápido. - Digo observando o loiro se sentar e eu não me movo,  apenas presto atenção em si.

Ele suspira, demorando um pouco para voltar a falar, como se escolhesse com cuidado o que iria dizer.

- Depois de passar por aquela seção de perguntas e vídeos gravados meus, acharam que seria melhor que me levassem a um reformatório.

Sanji pov:

Fui levado quase que a força para o reformatório, que era cinza e escuro, me lembrava uma prisão que cheirava suor. Deveria ficar supostamente 2 anos e meio naquele lugar, sem ao menos terem me contado o que havia acontecido.

Durante minhas duas primeiras semanas ali, me colocaram em um quarto com outros dois garotos, cujos não falavam comigo, pareciam ter medo. Comecei a achar aquele lugar estranho, todos que estavam ali me olhavam estranho também, como se nenhum deles estivessem ali por um motivo tão pouco parecido.

"Você precisa voltar para casa garoto."

- Eu sei. Mas ao menos que não tenha percebido, estou em uma situação complicada... - Respondo em baixo tom, seria horrível alguém descobrir que falo com seres "imaginários".

" Você é muito lerdo. Se me deixasse ficar com o corpo, voltaria para casa em questão de horas."

- Oras, cale a boca. Não preciso de sua ajuda. - Dessa vez falo mais alto, chamando a atenção dos dois garotos que entravam no nosso quarto.

- O estranho fala sozinho? Deve ser por isso que está aqui. - Um moreno de cabelos roxos diz, zombado de minha cara.

Naquela noite, diferente da noite em que minha família foi morta, eu me lembrei de tudo o que fiz e deixei de fazer.

Ambos os garotos queriam me ensinar uma lição, todos me achavam metido e, que se fosse para sair dali com dinheiro sujo,numa lição deveria ser ensinada antes.

Nunca tive tanto medo em minha vida. Tentaram usar da minha "fragilidade" e abusar de mim, com aqueles sorrisos sádicos nos lábios. Tive medo que, se transformou em ódio e transbordou.

Naquela noite, sei que, por livre arbítrio matei os dois com o estilete que tinha feito. Seus rostos de pavor e mortos logo depois me deixaram satisfeito e, na mesma noite pulei aquele muro mal feito.

Tomei rumo até minha casa, sem saber bem por onde andava. Quando cheguei lá, a fixa do que havia acontecido caiu, gritei em desespero e a voz ria debochando de mim.

Prometi a ela que iria achar a pessoa esperada, Luffy. Prometi que essa pessoa iria vir até mim, neste lugar abandonado e sem vida mas ... Talvez a voz ouça pensamentos, nunca sei.

Luffy ainda sentado no chão me encarava, não sei dizer ao certo o que sua expressão transmite mas, não posso deixar de fazer minha última pergunta.

- Luffy, é verdade? Que você e seu namorado conseguem... Expulsar demônios?

Luffy pov:

O encarei diante da pergunta, após dizer o restante da história senti que fosse realmente desmaiar ou vomitar mas, sua pergunta me fez voltar a mim.

- É claro que conseguimos. - Respondi ao loiro, vendo uma leve fagulha de esperança em seu olhar, parecia desesperado e então se levantou.

- Posso ir com você então? Talvez, só talvez essa voz chata vá embora... Eu esperei todos esses anos aqui na esperança que alguém pudesse me ajudar e, acreditasse em mim. - O loiro disse se aproximando e, então pegando em meu punho, puxando-me até a saída e pela floresta. - Eu mesmo te levo até ele, seu namorado.

- Não somos namorados. - O respondi com indiferença, fazendo uma careta e virando o rosto para o lado contrário de si. O loiro sorri.

Agora percebo o caminho que peguei para vir até aqui, fica em cima da serra, subindo a floresta que cerca a casa e, em poucos minutos já estamos na casa de novo.

Um pouco a nossa frente, consigo enxergar Tral sentado a frente da casa, com as mãos sob o rosto. Vendo-o agora me sinto mal, sai daqui sem ao menos o dar uma explicação.

Quanto mais nos aproximamos, nossos passos fazem barulhos nas folhas secas e, Tral nos percebe, levantando e me encarando enquanto se aproximava lentamente. Sua expressão tava séria, não o culpo mas, ele não me encarava somente, encarava o estranho comigo que segurava em meu punho como se eu fosse uma criança.

Quando o percebo, faço com que Sanji solte meu punho, e então continuo andando na direção do moreno. Agora ele me encarava, frente a frente comigo, sem dizer uma única palavra.

Ele apenas me abraçou e, então se afastou me chacoalhando pelos ombros, sinto Sanji se aproximar, ficando um pouco afastada de nós.

- Você é idiota ou o que, Luffy?! - Tral quase grita, parando de me balançar e encarando meus olhos, não sabia o que responder para si, apenas abaixei a visão para seus pés. - Eu pensei... Que você não fosse voltar. Que eu ficaria sozinho de novo, seu idiota.

O moreno me solta e se vira, ficando de costas para mim enquanto colocava as mãos sob o rosto de novo.

- E ele, quem é? Novo amigo que encontrou na floresta? - Tral perguntava, se referindo a Sanji, que nos encarava quase atrás de mim.

...

Posso tá morrendo de gripe aqui e sem ir pra escola, mas capítulo eu consigo escrever ainda! Perdão pela demora em gente.

my exorcist partner 2 - LawluOnde histórias criam vida. Descubra agora