capítulo 6

116 21 24
                                    

...

Luffy pov:

Abro os olhos de forma bruta e rápida, me assustando com o lugar que estava. Estou em casa...?

Meu irmão, Ace, me encarava. Estava usando um avental rosa que o dei de presente no verão passado, estava confuso.

- O que foi, Luffy? Parece que viu um fantasma. - Ele diz, logo batendo na própria cabeça e rindo.- Ah, você vê fantasmas. Mas é que você parece assustado...

Não entendo... Eu não estava... Em que lugar estava? Eu estava em um lugar, não estava? Então por que não me recordo? Foi... Um sonho?

Eu não me lembro de onde vim. Como pude estar com Ace esse tempo todo e, não perceber que estava com ele? Em que outro lugar eu poderia estar?

Ace vem até mim, colocando uma panqueca quase queimada em meu prato, enquanto reclamava palavras inaudíveis. Sorri...

- Ace...- Digo sem pensar, rindo do meu irmão, que agora estava sentado e me encarando com uma sombrancelha levantada. - Tinha esquecido de como você é engraçado... Shishishi.

- Do que você está falando? Tá bem estranho hoje, parece até que acabou de acordar e ainda tá no sonho. - Ace come um pedaço da torta, seguida por um copo de suco que o mesmo fez.

Ficamos ali, apenas conversando. Parecia que não fazíamos isso a décadas, pelo menos para mim. Me sentia mal por parecer tão distante dele como costumávamos ser.

Ace disse que eu estava estranho... Sentimental de mais para ele ou, maduro de mais. Tava parecendo mais velho do que realmente sou, pelo menos mentalmente e na maneira de agir.

De repente, uma dor súbita toma meu peito, me fazendo levantar bruscamente e segurar na mesa. Sentia uma angústia e, vontade de chorar. E então, lágrimas. Sinto elas descerem como chumbo de meus olhos, machucavam e, me davam mais vontade de chorar.

Tentei contei o choro, impedir as lágrimas que desciam mas em vão. Meu irmão veio até mim, preocupado e me abraçou, colocando minha cabeça perto de seu pescoço e minhas mãos juntas em seu peito. Ele segurava minha cabeça com força com uma das mãos.

Senti o ar que saia de sua boca, seu coração e então parecia me acalmar. Eu estava bem, então por que chorava?

No entanto, senti gotas molhando pingar em meu rosto e escorrer até o braço. Observei a gota escorregar... Sangue?

Fiquei confuso e, encarei o rosto de Ace, me assustando. Tentei me soltar do abraço, dando um pequeno paço para trás e falhando.

Seus olhos choravam também, porém sangue. Assim como o sangue que caia de sua boca e ouvidos, nariz... Começo a tremer, temendo o que estava acontecendo, torcendo por Deus e o mundo que isso fosse um sonho ruim.

Em minhas mãos, senti um peso. Relutante, olhei para minha palma, qual tinha um coração, ainda pulsando e, Ace tinha um buraco em seu peito.

Eu fiz isso? Não... Eu...

Alguém... Me tira desse lugar!

Me desespero, sentindo o ar fugir de mim e, minha respiração pesar. Eu tremia e chorava, como uma criança perdida. O cheiro de sangue me causava náuseas.

- Você é... Realmente um menino chorão Luffy.- Ouço Ace dizer e, então ele cai ao chão. Minhas pernas perdem a força, me fazendo cair de joelhos ao seu lado, sem conseguir desviar o olhar.

Isso não é real. Repetia para mim mesmo, isso não pode ser real.

O ambiente escureceu e, a parece ficou úmida, gotas de sangue pintavam do teto e, formavam um desenho. Um sorriso sádico e estranho.

Senti pavor, pela primeira vez, me vi perdido e sem ninguém, sem refúgio. Senti que ninguém viesse me salvar ou, fossem me deixar sozinhos.

Eu estou sozinho? Sou... Um monstro?

Em um movimento rápido, jogo o coração para o lado, tapando o rosto com minhas mãos úmidas de sangue, gritando e chorando.

- ME TIRA DAQUI! - Grito, me sentindo estupido. Como se alguém pudesse me ouvir e rir de mim.

Sinto minha volta vazia e, o cheiro se esvair, pelo canto de olho podia ver tudo escuro, repleto de trevas e sem luz. Continuei cobrindo o rosto.

Quando se vê coisas, o escuro não é um lugar que você deseja estar, já que é o ambiente em que mais sua imaginação ganha vida, brincando com você e te fazendo acreditar em tudo.

Escuto uma voz, meio distorcida e em meio a risadas vindo por todos os lados. Engoli seco, não entendia o que dizia a princípio mas, então pude entender.

" Vou tirar tudo de você. Tudo o que ama irá ruir".

...

Trafalgar Law pov:

Faz quase uma hora de Luffy está desacordado e, eu? Estou ao lado todo esse tempo, segurando em sua mão e esperando ele acordar.

Já fiz o que eu podia e estava ao meu alcance até o momento. Consegui fazer com que ele engolisse um remédio, passei um pano molhado em sua testa (meu pai fazia isso, mas não sei para o que serve.) O ajeitei na cama e me sentei ao seu lado, pegando em sua mão.

Prometi a mim mesmo que não dormiria até que ele acordasse. Até que ele dissesse estar bem. Até... Poder dizer o que estou enrolando tanto em dizer.

Várias vezes, senti o corpo de Luffy tremer, e lágrimas desciam de seu rosto. Tocando em sua mão, consegui sentir angústia. Será que é assim que ele se sente? Gostaria de saber como ajudá-lo nessas crises que ele tem mas, só consigo fazer isso.

Posso protegê-lo de tudo o que vem de fora. Do mundo físico e espiritual mas, em sua cabeça e pensamentos, não posso entrar.

A última vez que Luffy se mexeu na cama a alguns minutos, parecia que iria levantar da cama. Seu corpo foi para frente com tanta velocidade que assustei, e então ele volta a deitar, com mais lágrimas nos olhos e sussurrando palavras que não conseguia ouvir.

As vezes... Gostaria de ver o que ele vê. E então sentir o que ele sente, talvez, seria mais fácil assim compartilhar um sentimento que não seria só seu. Poderia ser entendido Perfeitamente por outra pessoa e, no sentido literal.

Tocar a mão tão lisa e fria de Luffy-ya me causa um misto de emoções mas, o que mais martela em minha mente é o medo. Pavor...

Por favor, acorde logo. Eu imploro.

...

[Tô endoidando escrevendo isso <3]

my exorcist partner 2 - LawluOnde histórias criam vida. Descubra agora