capítulo 14

104 15 14
                                    

...

Luffy pov:

Pedi a Tral para adentrar a casa, creio que conversar sentado seria melhor e não doeria os calcanhares (além da história ser longa e eu sempre me perder no caminho e a deixando mais longo do que realmente é).

Felizmente, Sanji estava ali e, me ajudou para que eu não desviasse da história de fato e não contasse detalhes bobos e sem sentidos informar.

Já o moreno tatuado ouvia tudo em silêncio, sentado ao sofá com os braços envoltos do peito. Parecia irritado e, não gostava da presença do loiro, conseguia ver por canto de olho Tral revirar os olhos quando Sanji dirigia a ele alguma palavra.

Que estranho, nunca o vi assim antes, nem com pessoas que ele não gosta e apenas suporta, ele costuma se manter em silêncio e responder o mínimo possível. Agora não é diferente mas, ele também não esconde suas expressões faciais nem as controla.

- Deixa eu ver se eu entendi? - Tral de repente diz, e ficamos os três em silêncio, até ele voltar mover os lábios, mas os fechando e pensando no que realmente falaria. - Está me dizendo que o querido loiro é o culpado de estarmos aqui agora? E, quer que eu faça uma seção de exorcimo com ele?

Balancei a cabeça em positivo, e Tral me olhava desacreditado. Parecia querer dizer muitas coisas apenas por telepatia, o que não era entendido por mim, que apenas percebia sua confusão no rosto.

- nós podemos ajudá-lo, não é?

- Não, não podemos. - Tral cortou minha fala antes mesmo que eu pudesse terminar de dizer. Fiz uma expressão confusa, sem entender sua resposta e olhei para Sanji, que tinha o olhar cabisbaixo sem esboçar reação. - Luffy, vamos conversar, em particular, por favor.

Então o moreno se aproxima de mim, pegando em meu braço e guiando-me para o jardim escuro e sem vida, então parando em minha frente e me encarando, esperando que eu o dissesse algo.

- Luffy, você ainda não entendeu, não é? - Ele me encarava sério, sem tom soava preocupado. - não podemos salvar ele...

- E por que não? - O interrompi, recuando alguns passos. - Não quer ajudar uma pessoa por não gostar dela?

Tral suspirou, parecia cansado de tentar explicar com rodeios e voltou seu olhar perdido para mim.

- Ele fez um pacto, Luffy. Aceitou as condições do demônio que, não fazemos ideia de quais sejam. Isso não é tão simples....

- E poderia me dizer o porquê de não ser tão simples? Se me disser eu possa entender. - Percebi meu tom de voz mudando, parecia que iríamos começar uma discussão, na verdade, já estávamos discutindo.

Eu queria salvar Sanji e Tral se recusava.

- Sim, eu digo. O demônio não vai querer deixar o corpo, ao menos que tenha um motivo muito bom para querer, ele vai sugar a vida do seu amigo até que não sobre nada. Vai mata-lo a cada seção de exorcimo que for feita com ele.

Prendi a respiração por alguns segundos e encarei o chão, não tinha notado isso antes. Me esqueci do pacto que Sanji fez com o demônio e, isso com certeza é perigoso.

Afinal, o demônio parecia me conhecer... O que eu tinha de ligação com tudo isso? Gostaria de gritar e sair correndo para longe desse caso mas, agora já era tarde, tinha me jogado de cabeça nele desde o primeiro dia.

Senti a mão de Tral sob meu ombro, parecia querer me consolar de alguma forma. Não olhei para ele, ainda devia ter um jeito... Que não o mate. Respirei fundo, encarando o moreno ao meu lado, tentando manter uma expressão firme.

- Tral... O que viemos fazer aqui afinal? O que o Vaticano queria que fizessemos? - Parei de falar, segurando alguns soluços que escapavam sem eu controlar. Queria achar motivos. - Eles queriam apenas... Saber se esse lugar não era mais sagrado? Essa resposta é tão óbvia.

- Luffy-ya... Temos que falar com seu amigo. - Me surpreendi pelas palavras de Tral. Sequei o rosto molhado e o encarei, prestando atenção no que diria. - Se ele quiser tentar, podemos tentar uma vez... Mas ele terá que saber do risco que corre também.

- Ok! Ele é corajoso, sei que não desistiria tão fácil... - Comento, sentindo uma pequena esperança surgir em meu peito, o moreno me encarava com os lábios contraídos.

Não disse mais nada, apenas levou a mão ao meu cabelo e os bagunçou mais do que antes. As vezes não entendo o que se passa na cabeça dele...

Talvez ele queira descontrair. Uma briga entre nós num lugar como este, poderia fortificar a força sombria da casa. Não podemos brigar por coisas banais ou quaisquer outro motivo.

- Vamos lá, você diz. - Digo soando como uma criança, que está apostando corrido com o amigo.  Embora a realidade não seja bem essa, vejo um sorriso embaçado nos lábios do moreno que me seguiu.

Voltamos a sala, onde Sanji parecia não ter se movido, movia os dedos de um lado para o outro inquieto, com uma expressão que mostrava... Medo.

Me sentei ao seu lado, como estava antes de sair dali e Tral ficou de frente para si, de pé e o encarando. Seus lábios ainda se comprimiam, parecia tremer ao querer falar, mas suspirou.

- E então? Vocês... Conversaram? - O loiro indagou antes que qualquer coisa pudesse ser dita, e me olhou de canto de olho, movi a cabeça em concordância, e então voltei meu olhar para Tral. Sanji ficou em silêncio, esperando que falássemos algo.

- Podemos tentar te ajudar, mas terá que saber que isso te coloca em perigo. - Tral o disse, sem rodeios. O loiro o encarava com certo brilho nos olhos, talvez tivesse esperança ainda.

- Que tipo de perigo? - O loiro questiona, sua voz trêmula.

- O tipo no qual você corre risco de morte. Se fores tentado, eu entendo que desista...

- Não. Eu quero, ao menos tentar. - Sanji diz, cortando a fala do moreno, que apenas abaixou a cabeça em resposta. O loiro apartava as mãos, com certa convicção.

Sorri, em falsa esperança. Queria acreditar ainda, que ele pudesse ser salvo mas, esperava ainda mais que ele acreditasse mais nisso do que eu.

Talvez se ele acreditar em si mesmo ainda, ele possa viver livre de tudo isso, recomeçar.

Tral se sentou ao sofá, suspirando. Sabia que por aí vinha uma "grande história". Ele falaria com detalhes para Sanji os riscos que corria e o porque de correr esses riscos e, aceitando, estaria se submetendo a esses riscos por vontade própria.

...

my exorcist partner 2 - LawluOnde histórias criam vida. Descubra agora