capítulo 10

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...

Sanji pov:

- Eu quebrei o braço. E a culpa é sua. - Digo com os punhos serrados. A sombra atrás de mim sorria, como se nada importasse. - Afinal, o que você é?

- Seu amigo. - Ele diz com a voz distorcida, sem mudar o semblante que mal podia enxergar. - E o único em que pode confiar... Já notou como são as pessoas aqui certo? E sabe também... Que posso tomar seu corpo quando eu quiser para lhe ajudar. É só uma dica do que fazer, garoto.

Engulo seco e encaro o chão, passando minha mão sob meu braço engessado. Tinha alguns desenhos no gesso, feitos por ele, a única criança neste internato que fala comigo. Ussop. Medroso mas, é o único que não vê meu pai em mim.

A sombra se dissolve, quase como se virasse poeira. Neste instante, alguns de meus professores e o padre entram na sala que me colocaram.

Por breve momentos, senti como se não fosse eu de fato ali. Minha visão embaçava e, uma névoa branca me cobria, me impedindo de falar.

Quando volto, as pessoas ao meu redor me encaravam com horror, desprezo e dó. Sinto uma dor aguda no ouvido e, o cubro com minha mão. Conseguia ouvir minha própria voz falando, porém eram coisas que eu não disse... Certo?

"Sinto muito pela morte de seu animal de estimação, padre. Também sinto muito pela morte de Allexei. Um cara bacana mas... Com um simples exorcismo errado, vocês conseguem acabar com uma vida. As vezes penso se não são vocês o problema, Hm?"

Então tiro a mão de meu ouvido, trincando o maxilar e deixando o semblante sério. Não sei o que está acontecendo comigo mas, adultos nunca escutam crianças.

- Vinsmoke Sanji. - A voz repleta de raiva incompreensão do padre ecoa pela sala. - Só irei deixar você sair dessa sala como se nada tivesse acontecido, se pedir perdão. Sabe bem disso.

Respiro fundo, por que eu deveria pedir perdão? Estão me acusando de algo que não fiz, que injustiça. Fico em silêncio, apenas pensando em falar ou não.

- Sinto muito. - Digo em fim, estranhando minha voz que, parecia sair forçada, como se eu ditasse algo que me foi falado.

- Aquele animal morreu por sua causa senhor Sanji. Pelo o que me recordo, era você que não gostava de injustiças e mortes sem sentido. O que está fazendo?

- ... Mas isso não quer dizer que esteja morto, certo?- Digo novamente sem pensar e, sinto um sorriso surgir em meus lábios contra minha vontade. - Sinto muito, deveria ter tirado pena por pena e, então arrancado seus órgãos não acha? Sinto muito por não fazer pior ...

Meu sorriso murcha e, meu rosto toma uma expressão horrorizada. O que estou dizendo? Cale a boca Sanji.

Olho ao meu redor, os rostos dos adultos que me cercavam eram iguais, iguais ao meu rosto. Pareciam não entender e, ao mesmo tempo, saber de tudo.

- Senhor Vinsmoke, essa foi a última conversa que pudemos ter com você. Está expulso do colégio. Seu pai virá lhe buscar amanhã bem cedo. - O padre diz e, então se vira, o professor ao meu lado me auxilia a levantar, me levando até os quartos.

- Professor, o que está acontecendo? Eu não disse aquilo por mal. - Digo vendo ele parar na porta me encarando.

- Sanji... É difícil acreditar no que diz depois de escutar tudo aquilo que saiu de você. - O professor fala em decepção, então olhando para trás de Sanji. - Arrume suas coisas e se despeça. Você vai esperar seu pai no quarto individual.

E assim ele fecha a porta, me deixando ali sem saber bem o que fazer e o que foi feito.

" Eu avisei que não podia confiar neles."

- Cale a boca. - Murmuro baixo, me virando e indo até minha cama. Minha mochila estava ali, estranhamente já feita, com todos os meus pertences dentro dela.

- Sanji-kun... Ouvi dizer que vai embora então... Arrumei para você e, deixei um presente também. - Ussop aparece da parte de cima da beliche, seus olhos estavam vermelhos e, ele parecia tentar segurar lágrimas. Então pula ao meu lado. - Posso te dar um abraço? Você foi... Meu primeiro e único amigo aqui.

- Obrigado, Ussop...- Digo sorrindo, e então encarando o chão. - Mas acho que não sou quem pensa...

Ussop balança a cabeça, andando até mim e me abraçando. Fiquei feliz... Retribui o abraço, escutando seu choro abafado. Me separei do abraço. Ussop estava mordendo os lábios, segurando as lágrimas visíveis ali.

"Eu sou seu único amigo. São amigos falsos"

- Obrigado, Ussop. Até... Algum dia. - Digo então me virando e abrindo a porta, indo em direção ao quarto individual. - Cale a boca, voz chata. - Murmuro novamente, irritado.

Chego até às escadas e desço, tudo em completo silêncio, apenas o som dos meus passos eram audíveis. Era difícil enxergar e... O escuro me dá medo.

- London bridge is falling down... Falling down... - Começo a cantar, baixo, porém o som ecoava, deixando tudo mais estranho que antes, então me calo.

A sombra que antes me seguia, ficava atrás de mim, agora estava na minha frente a porta do quarto.

- O que quer?

- Sou seu amigo. - Ele diz simples, com um sorriso gigante e branco. - Seria incrível se pudéssemos ser só um, não acha?

- O que quer dizer? - Questiono, ignorando sua presença e abrindo a porta, adentrando o quarto que já tinha a luz acesa. - Quer fazer uma fusão por acaso?

O quarto era pequeno, apenas uma cama de solteiro e um mini criado mudo com um abajur antigo.

A sombra fecha a porta e, como um piscar de olhos, já está em minha frente.

- Estou falando que, por sermos amigos. Podemos nos unir, ser apenas um. - Um silêncio constrangedor entorna o ambiente. - O que me diz? Se aceitar, estará fazendo um pacto com o diabo criança.

- E você faz algo de bom por mim? Pelo o que me lembre, é por você que fui expulso. - Implico, fazendo careta e suspirando.

- Porque eles não são seus amigos... Estou fazendo o seu bem amigo, te afastando desses monstros impetuosos, não acha? Sem piedade e cheios de injustiças. Você viu.

Paro e penso em suas palavras... Pareciam certas... Todos eles, pareciam sempre mentir para mim. Humanos cheios de injustiças, porque o mundo é assim.

- E se eu aceitar? - Questiono a sombra.

- Seremos dois em um corpo. Posso falar por você e nem vai perceber, posso te salvar inúmeras vezes que não saberá. Além de tudo isso, me ajudará a encontrar alguém.

Um silêncio se instala de novo, dessa vez, quebrado por minha voz trêmula, que não fazia ideia do que estava fazendo.

- Eu aceito. O contrato...

Vejo a sombra sorrir como nunca antes e, vir para cima de mim, sumindo como névoa em meio a risos.

Ele sumiu?

...

Oi gente, sou eu, a autora pra atrapalhar sua leitura:]

Enfim, só gostaria de dizer que é possível os capítulos demorarem mais que o normal para saírem. Por que? Eu explico

Prometi a mim mesma não me encontre em clube esse ano nem projetos na escola. Adivinha? EU criei um projeto de apresentação de música, que vamos apresentar só ano que vem, na minha formatura do ensino médio... Pois é... Quem tá dirigindo sou eu, então tenho minhas responsabilidades, principalmente em ensinar quem vai participar disso a teoria musical, mesclar as músicas que vamos usar e, ler partituras.

Era só isso, queria lhes dar minha explicação.

Mas nunca irei abandonar essa história, amo ela de mais!

Bjo, até o próx cap;]

...

my exorcist partner 2 - LawluOnde histórias criam vida. Descubra agora