𝐋𝐨𝐲𝐚𝐥𝐭𝐲 𝐓𝐞𝐬𝐭 | 𝗞𝗮𝘁𝘀𝘂𝗸𝗶 𝗕𝗮𝗸𝘂𝗴𝗼

Capítulo 01

Sempre achei que teria um príncipe encantado. Na minha infância sonhava em mundo de fantasia, com um lindo vestido rosa e sapatinhos de cristais igual a da Cinderela. Eu sorrindo dançando valsa com meu Príncipe de cabelos loiros e olhos azuis.
  Mas na minha adolescência foi perdendo esse brilho. Os casais da TV que eu me espelhava se separavam por motivos bobos ou até mesmo motivos sérios como uma traição.

Na metade do 3° Ano do ensino médio ficava só do lado das garotas que tinham namorados ou ficava com vários.

— Vocês conhecem o Steve? — Lisa pergunta mostrando o seu sorriso travesso.

— Aquele que tem várias espinhas? — Mia provoca e toma um gole da sua Coca-Cola Light.

— Ele terminou comigo hoje de manhã. — Lisa suspira ignorando a pergunta sarcástica da Mia.

Eu e a Mia ficamos em silêncio, e a Lisa olha para nós duas simultaneamente.

— Vocês não vão me consolar? — Uma lágrima caí sobre os olhos de Lisa. Ela adora fazer um drama e ser considerada inocente.

— Chega de drama, Lisa — Disse Mia — Nós sabemos muito bem que foi você que terminou com ele. Não é mesmo, Ginnah?

Me assusto quando escuto o meu nome. Nem sempre sou chamada para ter um diálogo na conversa.

— Sim... — Respondo rapidamente abaixando o olhar, falando um pouco mais do que deveria falar — Tecnicamente, você reclamou dele no seu relacionamento inteiro, que durou apenas um mês. Totalizando mais de 200 reclamações.

Outro silêncio se instala, mas dessa vez senti ser um pouco constrangedor.
Droga, não deveria ter falado de mais, penso, e levanto o olhar e me arrependo. Lisa estava me olhando com um olhar furioso. Não precisa ser um gênio da lâmpada para saber que ela não gostou da minha resposta.

Mia ri, quebrando o silêncio. Ela dá dois tapinhas no meu ombro.

— Incrível. Ótimo argumento. — Mia assente, aprovando a minha resposta.

— Então é assim? Vocês simplesmente irão ficar do lado daquele destruídor de coração? — Lisa cruza os braços e mais lágrimas forçadas descem pelo seu rosto.

Mia suspira e balança a cabeça.

— Ah, amiga. Sentimos muito! — Mia fala no seu tom irônico — Certo, Ginnah? — Ela me cutuca com seu cotovelo no meu braço.

— Certo... — Confirmo com um pouco de receio. Eu posso recuar e mudar de idéia em vários pontos, mas nunca, jamais, volto atrás da minha palavra. Claro, apenas se for necessário.

Mia se aproxima e abraça a Lisa.

— Não precisa me abraçar por pena! — Lisa afasta a Mia — Eu vou superar... Por mais difícil que seja, essa dor... Essa angústia...

Nunca ri por qualquer coisa. Entretanto, dessa vez não consegui aguentar tanto drama e vergonha alheia.

Ri de forma descontrolada que as duas me olharam assustadas. Tinha me esquecido que o meu tipo de risada era o que não tinha som e a respiração ficava irregular.
  Abaixei minhas mãos sobre o joelho e lágrimas caíam sobre o meu rosto e minha barriga doía.

Sinto alguém do meu lado, mas isso não me impediu de parar de rir. Até o momento que esse alguém falou:

— Ora, ora... Posso saber qual é a piada que a Mia fez?