Capítulo 5

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Quando sábado chegou, era finalmente o momento de voltar para a base. E ele ainda não havia arranjado coragem de mexer no celular do pirralho.

— Vou embora hoje — Mick o avisou naquele dia, quando Noora saiu do quarto sonolento. Pelo que parecia, era folga do escritor. Mick já havia dobrado as cobertas que usou naquela semana, e, quando o ainda meio adormecido Noora pareceu perceber o que estava acontecendo, seus olhos se abriram de supetão. — Você tem o meu número caso precise de mais alguma informação para a sua história de soldados gays. Ou seja lá o que você esteja escrevendo.

Mick estava nervoso, ele percebeu. Falando demais quando Noora nem sequer havia aberto a boca ainda. Talvez Noora risse da sua cara e dissesse que não precisava mais da sua ajuda, mas depois daquele momento no carro... Depois daquele quase-beijo, alguma coisa havia mudado. Algo no ar parecia morno e doce quando Noora aproximava-se e ele tinha quase certeza de que não era o único a sentir essa sensação (embora seu cérebro inseguro ainda tentasse se auto sabotar).

— E... Se você não atender? — Noora perguntou, coçando a barriga. A ação levantou um pouco da sua blusa, fazendo Mick fixar o olhar na sua pele por alguns segundos. — Não tem nenhuma outra forma de contato? Merda, eu devo estar parecendo um desesperado — ele esfregou os olhos. — Desculpa. Você não precisa fazer isso se não quiser-

— Me dê seu celular — o pedido saiu quase que agressivo dos seus lábios, fazendo o peito de Mick afundar em culpa. — Vou marcar o número de uma amiga minha que sempre atende, caso eu não responda as suas mensagens.

Noora pareceu emocionar-se com a possibilidade, como se Mick tivesse aberto uma porta na qual Noora estava há muito tempo tentando abrir. Ele correu para dentro do quarto e voltou poucos segundos depois, com o aparelho na mão, estendido na sua direção.

— Tome — falou, soltando o celular na mão de Mick como se não fosse nada. O Capitão sentiu dificuldade de engolir a própria saliva. — Vou fazer café.

Assim, Noora simplesmente saiu da sala, deixando Mick com o celular para fazer o que bem entendesse. Sua moralidade vacilou quando ele fechou o aplicativo de Contatos, mas essa era uma oportunidade única, que poderia deixar sua consciência limpa mais tarde, sabendo que havia feito o possível.

Ao clicar no único aplicativo de banco digital do celular, uma imagem pedindo a senha apareceu. Mick xingou o aplicativo do pior nome que conseguia lembrar. — Hm, quando você faz aniversário? — perguntou, tentando soar o mais despretensioso possível.

— Trinta de março! — Noora gritou da cozinha. — Por quê?

— Vou marcar no meu celular. Pra ver se consigo te dar algum presente.

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