DEVORE SEUS INIMIGOS [⚣]

Capítulo 9

Noora estava prestes a mandar a vigésima mensagem para Hannes quando seu celular começou a vibrar e o nome de Mick surgiu no visor.

Antes mesmo que ele pudesse permitir, seu coração já estava desenfreado no peito, batucando suas costelas com tanta veemência que de um segundo para o outro Noora estava ciente do bombardear daquele músculo tão forte. Isso significava que Mick estava bem, certo? Ele com certeza era o tipo de cara que ligaria para trazer más notícias, mas um fio de esperança lhe dizia para acreditar no lado bom da vida.

Por isso, Noora naturalmente prendeu a respiração e seu corpo inteiro gelou ao ouvir uma voz do outro lado da linha que não chegava nem perto de ser a de Mick.

— Olá, garoto. Seu nome é Noora Söderberg? — a voz que lhe perguntou era consideravelmente mais fina que a de Mick, o que fez presumir que tratava-se de uma mulher. No entanto, ainda sim, era uma das vozes - depois da de Mick - mais firmes que ele já tinha ouvido. — Alô?

— Ahm... Sim, sou eu. Quem é você?

A mulher que estava falando com ele tinha ligação com o exército, isso era certeza. E esse fato só o deixou mais aterrorizado ainda, afinal, porque ligariam para ele caso algo tivesse acontecido com Mick e não um parente? (embora ele não tivesse nenhum que realmente se importasse.) E pior ainda, será que algo havia acontecido com Mick?

— Meu nome é Amara Zoe, eu sou enfermeira do pelotão que o Capitão Mick está servindo. É um prazer finalmente conhecê-lo. Mick me falou muito sobre você — De repente, a mulher - Amara - cai em um silêncio mortal. Noora praticamente podia sentir a dor física em seu corpo com o medo das palavras que poderiam ser ditas a seguir, 'infelizmente, Mick morreu'. — Ugh, olha, me escute, tudo bem? Você já devia estar sabendo que Mick saiu para uma missão em Taihou-

— Eu Taihou?! — Noora gritou. A menção àquela parte da cidade fez sua mente dar um giro, mas Amara continuou rapidamente, sem dar-lhe muito tempo para pensar.

— ...E também devia imaginar que seria uma menção de risco. Vou direto ao ponto: Mick está vivo, mas foi gravemente ferido por uma bomba implantada no local.

Dessa vez, Amara finalmente faz uma pausa, mas, se antes Noora a desejava, agora ele queria que a mulher voltasse a falar. No instante em que o absoluto silêncio caiu sobre eles como um manto, a sua mente começou a trabalhar para assimilar a situação. E, quanto mais assimilava, mais assustado Noora ficava com os fatos.

Uma bomba explodiu onde Mick estava, em meio a uma missão.

Depois da descrença, veio a raiva.

Como podiam ter deixado isso acontecer com ele? Como não verificaram os arredores? Como puderam ser tão irresponsáveis?!

A sede de achar um culpado o cegou por alguns segundos, e, no momento fumegante da raiva, ele precisava achar alguém para culpar. Noora agarrou o celular com força; tanta força que sentiu o sangue travando no meio do caminho da circulação entre seus dedos.

— Quem permitiu que ele fosse pra essa missão? Não deviam ter preparado eles, cuidado deles, protegido eles?! Como é que um batalhão que parece todo fodão igual o seu deixa isso acontecer-

— Cuidado com o que você fala — o tom repentinamente frio de Amara foi como um soco no estômago. Ele calou-se no mesmo instante. — Mick é um homem adulto e sabe muito bem dos riscos que estava correndo — respondeu ela, dando mais uma pausa. Seu tom não chegava nem perto de ser rude ou mal-educado, era apenas direto. — Você não sabe nem metade da história então não tire conclusões precipitadas sobre nosso trabalho.